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Eleições Euroquê? | 1

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Há vários aspectos intrinsecamente errados na forma como as Eleições Europeias (em Portugal) são conduzidas, pelos partidos, com a total conivência dos media.

Desde logo, a fantasia do "cabeça de lista", como se tal figura tivesse alguma relevância prática. Será um chamariz, uma figura, no seu sentido literal. Uma reductio ad absurdum do que umas Eleições Europeias podem ser. Mas, considerando-se os candidatos como potencialmente elegíveis ou não (até cerca de 10 no caso de PS e PSD e, tipicamente, até 3 nos restantes partidos com assento na AR), é, para mim, incompreensível que se dê tanto destaque ao cabeça de lista. "Tanto", pois o destaque dado aos restantes é virtualmente nulo (ainda se dá algum ao candidato "regional" do PSD, nos jornais regionais do Minho). Nota-se que é premeditado pelos partidos, mas os media, como quase sempre, atrelam-se às agendas partidárias.

O cabeça de lista é mais um, entre vários que serão eleitos e será um "mísero" mais um, no meio do partido europeu em que o "seu" partido nacional se insere. Aliás, pouco releva o que o partido nacional (muito menos um ou outro candidato) entende ou deixa de entender. No final de contas, o que será relevante é o que a família política em que se vão inserir defende. O peso de um ou outro candidato será o que ele fizer dele quando estiver no Parlamento Europeu.

Isto segue uma linha (algo idiota) de eleições legislativas em que se faz de conta que se vota num primeiro-ministro, quando na realidade se vota em deputados e num partido. Fala-se de vitórias, como se o partido mais votado fosse o vitorioso. Em rigor, o Presidente da República convida (deve convidar) à governação quem consiga reunir "condições de governabilidade". Tal pode suceder, por exemplo, através de coligações pós-eleitorais entre dois ou três partidos não "vitoriosos". Uma tradição que torna este ênfase nos cabeças de lista em algo não surpreendente, mas igualmente pateta.

4 comentários:

  1. "ainda se dá algum ao candidato "regional" do PSD, nos jornais regionais do Minho"

    Bem, o PS também tem cartazes com 6 elementos da lista a Elisa Ferreira tem aparecido bastante.

    João Costa

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  2. Sim, aparecem de vez em quando. Mas os media concentram-se sobretudo nos cabeças de lista. Já a Elisa Ferreira tem tido algum destaque, mas por más razões...

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  3. Completamente de acordo. Nas Legislativas o caso é gravíssimo, e faz com que os partidos mais"pequenos" por vezes não elejam deputados.

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  4. Este post é tão mas tão fraquinho.

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