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Capítulo 34: quanto valem as europeias?

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Era notícia de capa no Público, na edição da passada Quarta-feira, que os meios de campanha do PS "esmagam" os da concorrência. A notícia, meramente descritiva, quase parece artigo de opinião de elogio ao PS, dedicando-lhe, por exemplo, o dobro dos parágrafos que dedica aos meios do PSD.

As condições que o PS oferecem aos jornalistas são motivo de destaque e dão direito a um parágrafo, que descreve a prontidão dos "jotinhas" em levar o carro dos jornalistas "quando o trabalho aperta" ou as condições do autocarro que os socialistas colocam ao seu dispôr: desde as condições técnicas ao "sorriso bem-disposto". Em contraponto, nos parágrafos dedicados ao BE, a notícia dá conta de que os bloquistas não oferecem "qualquer tipo de apoio ao trabalho dos jornalistas".

Não está aqui em causa o espaço dedicado, nesta notícia, a cada um dos partidos, mas o que cada partido tem para mostrar. Porque as ideias e propostas são similares às que serão debatidas na campanha para as Legislativas, parece-me mais útil avaliar o grau de compromisso e vontade com que cada partido encara estas eleições - e já agora, seria também interessante um estudo comparativo do tempo que, da campanha, foi gasto em discussão de questões estritamente europeias e do tempo gasto em questões estritamente nacionais.

Finalmente, na campanha para umas eleições que prometem uma abstenção record, deveriam ser os próprios partidos a motivar a luta contra a abstenção. E esta luta passa não só pelas ideias apresentadas, mas também pela demonstração de que os partidos em campanha estão de facto interessados nestas eleições. Porque como a notícia lembra: os "meios [utilizados nesta campanha ficam] muito aquém dos usados numa campanha legislativa".

3 comentários:

  1. Uma excelente análise. Vamos combater a abstenção.

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  2. O candidato José Manuel Fernando quanto é que gasta, só ele, sem contar com a campanha nacional do PSD?
    Outdoors em todos os concelhos, brindes personalizados, cartas e info-mail's personalizados em todos os concelhos...
    E depois é o PS que gasta muito dinheiro...
    Eu gostava era de saber onde o candidato José Manuel Fernandes do PSD vai buscar tanto dinheiro.

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  3. No pós-25 de Abril,os jornais dedicavam espaços rigorosamente medidos a cada partido. Mas é um facto que alguns, algumas vezes, não dão nada a noticiar. Assim, é sempre possível influenciar, ainda que indirectamente, os critérios jornalísticos. E o PS é uma máquina...
    Depois, sabemos que há por aí uns partidinhos a arrastar a asa, sem nada para dizer, sem nada para colher, que dão muito trabalho aos jornalistas e muita despesa ao Estado. O mais simpático desses é o POUS, que anda por aí há trinta e tal anos.
    Faziam bem fazer um jantar de despedida, ou então que venha de novo o debate sobre a sua extinção compulsiva. Depois de quatro eleições com menos de 1%, pimba!, faca de mato neles.
    Mas que nasçam sempre novos partidos para enriquecer a democracia.
    O seu texto é profundo e maduro. Vê-se que vem de alguém que pensa.

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