A Professora de Espinho | 2
O Diário de Notícias promete revelar, de forma integral e exclusiva, a polémica aula de Espinho. Mas afinal qual é o interesse noticioso da dita gravação? Já não há ética no jornalismo???
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Perguntas retóricas a esta hora?
ResponderEliminarBoa noite.
ResponderEliminarNão concordo.
A transcrição completa poderá estabelecer o contexto.
E sabemos o que é possível fazer quando se descontextualizam frases.
Interessa, sim senhor. Porque não faltam boatos a circular por aí de que a dita professora foi vítima de uma ratoeira; que foi provocada até à exaustão para dizer o que disse; e que os poucos minutos que foram dados a escutar são fruto de montagem, distorcendo por completo o sentido geral da aula, que terá decorrido, no geral, com suprema elevação moral...
ResponderEliminarTem muito interesse. Os jornais fizeram de um caso nacional, com repercussões políticas, a respeito de meia dúzia de frases desgarradas e descontextualizadas proferidas numa sala de aula. À conta disso, hoje mesmo, ouviu-se um encarregado de educação, na escola onde trabalho, a dizer que os professores "são todos uma merda" (não, não tenho gravação a provar). Mas a gravação integral servirá, ao menos, para verificar se aquela professora, em particular, é, naturalmente, aquilo que os excertos nos levam a pensar que é.
ResponderEliminarClaro que se a senhora é aquilo que os excertos nos levam a pensar que é, isso em nada deveria mudar a opinião pública quanto aos professores nem quanto às políticas sobre educação sexual nas escolas portuguesas. Nesse aspecto, a transcrição integral é irrelevante, porque as pessoas deviam ser sensatas ao ponto de não confundirem um caso isolado com a totalidade de uma classe profissional, nem deveriam ser estúpidas ao ponto de tecerem opiniões feitas a partir de excertos.
A transcrição integral servirá, ao menos, para estabelecer até que ponto é que as afirmações iluminadas de tantos comentaristas, bloguistas e empregadas da limpeza estavam certas. Servirá para que se reflicta sobre um assunto delicado sobre o qual recaem tantos tabus (como, por exemplo, o tabu que proíbe dizer que as criancinhas daquela idade não são nenhuns anjinhos lavados a Tide). Servirá para ver, até que ponto é que têm razão aqueles que dizem que nada justifica aquele comportamento de uma profissional tão (nas palavras dela) qualificada...
No ponto em que as coisas estão, para aquela professora em particular, talvez (talvez, porque duvido que um jornal consiga transcrever em duas páginas o que se diz numa sala de aulas - e duvido que pretendam dar mais espaço ao assunto que isso) seja melhor a transcrição integral. Não vejo no que é que isso poderá ser pior do que o verdadeiro atentado terrorrista que foi, isso sim, a publicitação de alguns minutos perfeitamente descontextualizados.
Entenda-se, contudo, que mesmo a transcrição nunca servirá para contextualizar algo que está inserido num dado momento cronológico de um ano lectivo e que há elementos comunicacionais (como olhares e gestos) que jamais serão transmitidos pela audição de uma gravação, quanto mais pela leitura de uma transcrição. Ainda assim, estando as coisas como estão, acho mesmo que é serviço público a publicação integral da aula. Não seria ética a publicação integral, se não tivesse ocorrido a ainda maior falta de ética de publicar meia dúzia de frases desligadas do seu contexto.
...E os vampiros vêm chupar o sangue fresco.
ResponderEliminarInvestiguem!
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