Seria, sem dúvida, um exercício interessante. Consistiria em contabilizar o número total de pessoas que participam no processo de escolha de um executivo de um município. Esclareça-se que o exercício não visaria conhecer o número de cidadãos que votam nas eleições autárquicas. O que se pretenderia, exactamente, seria apurar o número de pessoas que, em cada partido, decide quem vão ser os candidatos à câmara municipal e somar tudo.
Os eleitores, por estes dias, já podem ir começando a saber os nomes que os partidos indicam para encabeçar as listas concorrentes às câmaras municipais, teoricamente, portanto, os candidatos à presidência do concelho. Permanecem, todavia, na ignorância sobre quantas pessoas é que participaram no processo de selecção de cada candidato e, claro, quantas participarão na escolha de cada um dos que ainda surgirão.
Será que o candidato foi indicado pelas três pessoas mais activas da concelhia ou seja lá qual for o nome do órgão executivo do partido? Foi designado pelo presidente da distrital? Foi escolhido por um plenário em que participaram cinquenta e três militantes? Ou vinte e nove? Ou dezassete, que, por acaso, pertencem a três famílias? O candidato foi o único que apareceu no café no dia em que se agendou a feitura da lista? Tudo isto somado, dá quantas pessoas? Sessenta e duas? Noventa e quatro? Cento e noventa e uma?
Seria, com certeza, curioso contabilizar o número total dos militantes partidários que peneiram – e seria também elucidativo saber como peneiram – os candidatos à presidência da câmara municipal. No fim, fazia-se uma comparação com o número de eleitores do município.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Eu defendo um modelo semelhante ao americano em que qualquer cidadão deveria poder inscrever-se para escolher o candidato de um outro partido. Isso sim seria democracia a valer.
ResponderEliminara sua observação é semelhante à que Tiago Azevedo Fernandes do blog baixa do porto fez na primeira edição do meu podcast http://oportoemconversa.wordpress.com
ResponderEliminardizia ela a proposito da sua decisão para se inscrever como militante:
"Quantas são as pessoas que escolhem efectivamente o primeiro-ministro e o líder da oposição? Se virmos cá em Portugal há basicamente os dois grandes partidos que fazem alternância, PS e PSD e que têm cerca de 40.000 militantes votantes cada um, dá cerca de 80.000 pessoas no país que escolhem o líder do PSD e o líder do PS, ou seja são 80.000 pessoas que escolhem os protagonistas… um deles vai ser líder da oposição o outro primeiro-ministro, tipicamente. Quando tomei consciência de que estamos nas mãos de 80.000 pessoas…
Se estamos nas mãos de 80.000 pessoas então vamos ser pelo menos oitenta mil e uma! Foi essa conta que nunca tinha feito que me levou a inscrever."
Quem é que chama a isto democracia? A União Nacional também "era democrática",onde só entravam os" convidados".Democracia directa,sim.Embustes de democracia ,não.
ResponderEliminar