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Dá Deus NUT's a Quem Não tem Dentes

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Vale do Tâmega/Sra da Graça
© samura

A redefinição das Comunidades Intermunicipais (CIM) para organizar o aprontamento das bocas perante a postura da galinha dos ovos do QREN dá origem a engraçados mapas. Fenómeno caricato tal, e não só no litoral minhoto, que não tendo congruência com a realidade e as sinergias entre as populações dos concelhos que as integram, dizem mais do oportuno relacionamento "pessoal e institucional "entre autarcas.

Se não vejamos. A CIM do Ave, arranjou um inesperado membro em Mondim de Basto, concelho encostado a Vila Real e do mesmo distrito, porque a boa relação entre os edis de Cabeceiras de Basto e Mondim assim o ditou. Foi como um convite para a sueca. Por outro lado, e talvez para não se ter de sentar à mesa com tais personagens, o presidente da Câmara de Celorico de Basto deixou-se ficar na tainada do Tâmega com a gente interessante de Amarante, Baião ou de Marco de Canaveses, e isto apesar de muita de população do seu concelho fazer vida e negócio com muitos dos concelhos do Ave. Já Ribeira de Pena então, para não se sentir um enclave com a debandada, delegou-se para a CIM de Alto Trás-os-Montes.

O trágico é que com o capricho e o oportunismo das circunstâncias, a Região de Basto perdeu uma ocasião única (definida até por defeito) para ter os 4 concelhos que a compõe unidos num mesmo espaço administrativo - fosse do Ave ou do Tâmega - e sentados à mesma mesa. Tal desígnio potenciaria a Região de Basto como um pólo de influência e como Marca forte no mercado competitivo do sector primário ou do Turismo. Sem isso, ficam os empreendedores órfãos e os consumidores confusos.

Já o parecia antes, mas nunca como agora dizer-se de Basto teve tanto de romântico como dizer-se da Galécia ou do Al-Andaluz. Temos pena...

4 comentários:

  1. Gostei do raciocínio aqui expressado. És um pensador de e para Basto.
    Os municípios de Basto nunca poderiam ficar todos na Nut do Ave pois com a saída de Santo Tirso e Trofa, só havia duas Vagas a ocupar. Celorico e Cabeceiras foram os primeiros convidados, mas como o primeiro declinou o convite por se achar mais ligado ao Tâmega, foi convidado Mondim que por sua vez aceitou.
    Na AMAVE já me disseram que não há qualquer ligação ou identidade com os concelhos das Terras de Basto,e estes foram convidados não por espeificidade ou necessidade para completar uma estratégia conjunta, mas apenas para tapar os buracos abertos pela fuga dos 2 concelhos para a AMP.

    Na minha opinião não há ligação(a não ser pela auto-estrada) entre o Ave e Basto. Uma é tão só industrial, enquanto Basto como o Vitor diz é muito ligado ao primeiro sector.(e é aqui que este tem que se reinventar) As mutações do Ave e o futuro deste vale, será feita pela sapiência em reencontrar-se depois desta crise, e nunca mais vai ser, a região de grande produção têxtil, nem a fabrica do Norte. Os planos a executar no Ave serão falíveis em Cabeceiras e em Mondim, tão só porque as especificidades são absolutamente diferentes.

    Serão sempre os concelhos de Basto, por serem apenas “marias vai com as outras”parentes pobres do Ave na verdadeira delineação territorial. Não podendo proclamar e desenvolver as suas especificidades.

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  2. É esta gente que vai encabeçar o movimento pela regionalização? Quem nem sequer entende o porquê de uma união local perceberá o interesse comum de políticas regionais?

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  3. Lamentável...
    Então isto é "à la carte!
    Cada municipio integra a divisão territorial que lhe aprouver num dado momento em função de alianças politico-partidárias...
    Cabeceiras no Ave e Mondim também!Lindo!
    Viva o centralismo que imporia uma decisão mais racional, à força, claro!
    E por que não uma CIM da Região de Basto?Eu impola-ia à força e não deixava de ser democrata...É que o que tem de ser deveria ter muita força e não tem...

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  4. Um pequeno contributo :

    Os concelhos de Cabeceiras, Celorico e Mondim de Basto estiveram na NUT do Baixo Tâmega ( e bem, no meu entender! );
    Ribeira de Pena, que é Basto, sem apelido, estava no Alto Tâmega e portanto, já não se encontrava com os restantes 3 concelhos da Região.
    Portanto, básicamente, a mudança foi feita por Cabeceiras e por Mondim.
    Celorico continuou, mais coisa menos coisa no Tâmega ( Baixo );
    Ribeira de Pena, mais coisa menos coisa, continuou no Tâmega ( Alto );
    Mondim e Cabeceiras, fugiram !...
    É possível fugir da identidade, da história, dos laços que unem as populações vizinhas no Tâmega?
    Estas "coisinhas" que apagam o passado, que nos desviam do presente e que nos afectam o futuro, não deveriam ser decididas pelo povo ?
    Eu , cidadão mondinense e de Basto, não mandatei ninguém com o meu voto para isto !!!!
    Pois!...
    os referendos são uma seca !
    "o povo não participa!"
    "Sai caro ao País!.."
    "Isso é só coisa para os países evoluídos"..
    Lamentável

    Alfredo Pinto Coelho
    Mondim de Basto

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