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© J. Lago

A Linha do Tâmega encerra poucos dias depois de soprar um centenário. É o fim de mais um braçal da linha do Douro por mor da política paradoxal do governo na ferrovia. O processo tem ainda a arrogância da falta de aviso prévio - o Governo "socialista" imita de forma mais aguçada e moderna os piores tiques do cavaquismo. Chega a ser salazarista porque ignora, como sempre ignorou, os interesse e a dignidade das pessoas, fria e desumanamente como o Estado Novo afundou Vilarinho das Furnas.

Tenho cada vez mais vergonha desta democracia moribunda, destes políticos de serventia, quais caixeiros-viajantes do status quo económico, de si próprios e da sua nomenclatura. Ainda hoje, o primeiro-ministro foi no seu tom de televenda incentivar à compra de automóveis em prol de uma indústria em falência. Fez o elogio do automóvel, menos democrático, menos cómodo e muito menos seguro que o transporte ferroviário. Estas coisas não acontecem por acaso no mesmo dia.

No próximo fim-de-semana, se não caio em erro, é inaugurado mais um broto do delírio rodoviário português: uma escusada variante de 20 milhões de euros a Arco de Baúlhe, com um seu caprichoso e absurdo viaduto, para o gáudio e o colarinho, os vivas ao discurso acicatado - o viagra que mantém de pé a santidade local, em adiantado estado de putrefacção de regime. Quando não nos damos conta do poder que legamos no voto, temos país que merecemos.

5 comentários:

  1. Inacreditável!!
    4 dias após o pres. da Câmara de Amarante dizer que a linha teve um aumento de passageiros e que não estava nos planos de ninguém fechá-la, isto é um autêntico roubo. Revoltaide-vos oh minha gente de Portugal!!

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  2. É triste ver como os deputados eleitos pela região se mantêm impávidos e de costas voltadas para as populações que os elegeram. É tempo de mudança. Quem põe os partidos acima dos seus concidadãos não merece desempenhar funções públicas. Espero que os transmontanos saibam corrigir nas urnas estas entropias democráticas.

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  3. Com o primado da relação custo/beneficio sempre em análise permanente de que é que estavam à espera?
    Sem preços subsidiados tudo vai abaixo no interior...
    Mas o Vitor Pimenta está contra a variante de Arco de Baulhe?Em que condição?De arcoense ou de socialista critico?Como ele bem sabe só Barreto é que conseguia erguer um elefante branco de 20 milhões de euros (pelos vistos) para meia duzia de cabeceirenses evitarem a passagem subserviente pelo Arco de Baulhe...E será uma SCUT, claro (a portagem estará no Arco)...ou não?

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  4. A minha posição relativa à variante é nas duas condições.Foi um monstro caro que podia ter sido feito de outra forma abrindo novas perspectivas de crescimento à vila como não precisava de ter o impacto visual que têm. Por outro lado são 20 milhões de euros gastos em vias - para serem utilizadas por carros - e não em trasportes democráticos e seguros. Esses 4 milhões de contos dariam certamente para renovar boa parte da linha ferroviária do Tâmega com enormes potênciais turísticos e económicos pelo aumento da mobilidade na região.

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