«Parece que os homossexuais, por terem uma identidade homossexual, obtida certamente pelo reconhecimento dessa identidade por outros homossexuais e por meia dúzia de académicos alternativos, adquirem direitos que as pessoas que não se organizam em grupos não têm.» [João Miranda]
Hoje sabe-se que, dito de forma simples, o hardware e o software cerebrais interrelacionam-se de forma dinâmica e que, ao contrário dos nossos computadores, a utilização do software cerebral pode condicionar alterações na constituição do hardware, alterações que não excedem as potencialidades constantes do genoma de cada indivíduo.
Apesar disto, João Miranda continua a não compreender porque é que a orientação sexual é uma característica constitutiva dos indivíduos tal como a cor de pele, o sexo, a configuração das artérias coronárias ou a altura. Esta dificuldade em aceitar que «as coisas do cérebro» são da mesma espécie que as «coisas do corpo» é uma herança do platonismo que durante séculos a fio sustentou a visão ocidental da vida e do mundo e que justifica, por exemplo, o preconceito com que a sociedade continua a olhar para as doenças mentais.
Do mesmo modo, a teoria de que a orientação sexual é um devaneio de «académicos alternativos» parece um tanto paranóide, tamanha a irrealidade da presunção. É inegável que, em termos médicos e científicos, poucas posições serão mais marginais e alternativas do que colocar a homossexualidade no mesmo saco do incesto.
A ler: O que os faz correr?, por Daniel Oliveira; Notas sobre o debate desta noite, por Vasco M. Barreto; P&C: eu e os meus botões (2), por Ana Matos Pires.
Há muito tempo que deu para perceber duas coisas:
ResponderEliminar1) O João Miranda é um conservador de armário - como o resto dos pseudo liberais que o acompanham e que preferem manter os seus ódios pessoais meio na sombra.
2) Ele vive à custa da polémica (o ser sistematicamente do contra) independentemente da razão. E por isso esta posição dele não está relacionada com a sua capacidade de entender o argumento.