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Parlamento a 23

A mudança prometida pelo Partido Socialista tido como progressista entrou no anacronismo. Problemas de embraigem provavelmente. Descobriu-se que os deputados funcionam como meros moços de recado, no levanta-te e aplaude (quem se ri somos nós - para não chorar mesmo) do circo da Assembleia, mais circo agora que nunca. Mas no fundo tenho pena, não pelos diplomas do BE e PEV estarem em vias de rejeição mas, pelo dinheiro dos contribuintes desperdiçado em tanta carne e assento.

De verdade, poupavam-se alguns milhares (talvez milhões) se o Parlamento se reduzisse a 23 lugares em vez dos 230. Contas feitas, ficava a discussão destribuída por Alberto Martins e mais 11 (para vincar a maioria absoluta!), Rangel mais 6, Louçã, Portas, Carvalhas Jerónimo e talvez um do PEV... E para tal trabalho, nem uma Assembleia se calhar era precisa, porque depois, na prática, por muito que falassem e esperneassem os deputados da parte rosa do centrão, na hora da votação tornariam o laicismo e o progressismo socialista num "faça-se em nós a sua vontade, Senhor Primeiro-Ministro".

Nisto faço o elogio do Congresso Americano, onde por muito ligados estejam os representantes a um veio ideológico comum, fazem-se por mais leais a si próprios e às pessoas que representam, porque dependem delas e não dos desígnios de uma Sede Nacional e da sua máquina de propaganda central. Nunca como nestes dias se tornou mais urgente a implementação de ciclos uninominais como forma de garantir que os deputados prestem contas aos seus eleitores ao invés de uma Comissão Política Nacional.

7 comentários:

  1. Acho que é para aplicar esse sistema que o PS e o PSD querem reduzir o numero de deputados... Apagar os pequenos partidos até que não tenham que se insurgir contra heresias não programadas como estas propostas do BE e do PEV.

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  2. Querias dizer Jerónimo.

    O problema dos uninominais mesmo a 2 voltas é a oferta desses deputados ao PS e PSD, e a rotatividade continuava.

    Sim, poderia haver um círculo nacional de compensação, mas o eleitor n esclarecido iria na onda dos dois votos no mesmo, e os pequenos partidos ficariam ainda mais reduzidos.

    Eu penso o contrário. Apenas um círculo nacional de 100 ou 150 deputados. A maioria absoluta tornar-se-ia quase impossivel todos os votos contariam ( tipo europeias), e veriamos os Sócrates deste país obrigados a negociar e a ceder.

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  3. Quando os deputados "uninominais" representarem o "povo" o sistema fica ingovernável...
    Por um lado, concordaria, mas mais cacicada individual a agir em rédea solta?Tenho demasiado medo a Albertos João Jardim...

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  4. Jerónimo, claro! Onde eu fui buscar Carvalhas? Sei lá, provavelmente por ambos os nomes me soarem ao mesmo.

    JMFaria, veja lá se não se junta o BE com o PCP, que o resultado não seria de grande agrado.

    JMFaria, defendo um sistema misto. uma lista nacional e listas uninominais. Acho que num país por regionalizar, prefiro deputados limianos aos magotes. É sempre mais seguro muitos que apenas um.

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  5. o grande e único problema é mesmo a honestidade política e social de quem lá está.

    porque num sistema sem disciplina de voto os deputados seriam bem mais susceptíveis de ceder a lóbis (é assim que está no dicionário...).

    por outro lado este sistema também não serve...

    já não acredito em sistema nenhum, nem ideologia nenhuma. o poder existe para se servir a si próprio, seja de que forma for, e a democracia é o menor dos males - finge que o poder é acessível e em função de todos, decidido por todos. acaba sempre por alguma coisa correr bem. seja em representatividade uninominal ou não.

    e com tantos alicerces derrubados nos últimos tempos, só falta mais um (o maior) começar a ser posto em causa. não é disso que o mundo e a história são feitos?? de ciclos quase universais (ocidentais!) de mudança, numa tentativa constante de atingir uma maior "humanidade", e ao fim de dois ou três séculos mudar tudo de novo outra vez?



    (e o que é que isto tem a ver com o post?? nada. mas é sábado à noite, cheguei agora a casa e apeteceu-me. pedro, desculpa lá qualquer coisinha)

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  6. Este Vitor Pimenta deve ter pesadelos com o PCP...olhe que eles já não comem criancinhas ao pequeno almoço.
    Dizem sempre o mesmo?
    Pois sim, e pelos visto têm razão.
    Você merece este país bipartidário da treta.
    Passe bem.

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