A Semântica Desonesta
© G. Branco
Foi no regresso à cena política que José Sócrates anunciou que o governo já criou 133 mil novos postos desde Março de 2005. O anúncio vai repetir-se indefinidamente até às próximas eleições, criando a sensação de que o governo está muito perto de cumprir a promessa de criar 150.000 postos de trabalho.
Porém, a verdade é outra. Já se percebeu o tamanho do engodo, mas é preciso frisar que o problema não é apenas de semântica mediática, mas sobretudo de honestidade política. Mesmo aceitando que José Sócrates chame a si a responsabilidade por todos os empregos que foram criados desde Março de 2005, mérito que não é exclusivamente seu, a verdade é que o Partido Socialista prometeu recuperar (e não criar) 150.000 empregos.
A mudança cirúrgica do léxico político não é obviamente inocente, mas como lembra João Gonçalves «he is doing his job», cabendo à oposição (qual oposição?) expor a mentira. Seja como for, convém lembrar que os efeitos eleitorais da fraude são directamente proporcionais à degradação da nossa democracia.
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Mas compete aos Governos criar empregos?Eu sou pelo social e anti liberal mas tenho dificuldade em perceber isso!Não é Governo que quer diminuir o trabalho na função pública?Depois do 25 de Abril não entraram na função pública, artificialmente, (não estou contra...) milhares de novos funcionários?Proibe o Governo (e devia proibir que pessoal docente e outros ligados à saúde acumulassem empregos, impedindo os jovens de aí aceder - sim falo em causa própria, milha filha é docente desempregada, também porque há muita acumulação no sistema - o duplo emprego, muitas vezes com fuga aos impostos?
ResponderEliminarÉ que o emprego começa a ser um bem escasso e é preciso começar a proibir as acumulações.Mas ninguém se lembra disto?Inventei alguma pólvora com o digo, sem o saber?