«mas nunca deixei de me interrogar por que Afonso Henriques era sempre apresentado como o primeiro rei de Portugal... e não a mãe. E por que a data fundadora do estado português, finalmente "independente", tinha que ser associada à Conferência de Zamora (1143) e à circunstância trivial de um acordo de paz entre primos desavindos. Confesso que preferia que a História de Portugal tivesse, à cabeça, uma rainha e não um rei. E confesso também que partilho com Marsilio Cassoti um grande e antigo fascínio pela figura de D.Teresa, a rainha-mãe.» [Ademar Santos, abnoxio]
Nascido há 4 anos, o abnoxio é uma referência. Ademar Santos é um mestre na ironia, um exemplo no manejo da Língua e um visionário no pensar. Leio-o religiosamente todos os dias e ressaco-o nas ausências e pausas. Não é puro onanismo como comentava um leitor, mas antes elixir intelectual, porto seguro de paródia certeira sobre a insanidade que nos rodeia. Altamente recomendado.
O Pedro faz boas leituras e melhores análises. O Ademar é uma das grandes figuras de Braga.
ResponderEliminarNuma coisa o Ademar tem razão: em desvalorizar o formalismo de Zamora na Fundação de Portugal. Quanto a D. Teresa, saúda-se o recente interesse pela sua figura. Não tenho, no entanto, por tão certo considerar o que ela fez fundador do país. Ela queria uma independência diferente da que o filho nos deu.
ResponderEliminarSendo leitor compulsivo do Ademar, descobri, recentemente, este seu blogue a quem dedico, também, uma leitura diária. Associo-me à comemoração e lembrança do Abnóxio
ResponderEliminarConcordo que importância de D. Teresa foi, por razões políticas e de estado, desvalorizada e até maltratada. Foi realmente o mito de mulher malvada que aprendi. Desde sempre a história contada é a dos vencedores. Ainda que seja injusto é assim. Ter noção disso é bom, querer a todo tempo reescrever a história já não me parece tão bom. Saúdo o livro. Em Portugal faltam biografias.
ResponderEliminarPois é, andamos 800 anos a fugir de Castela e agora chegamos á conclusão que, afinal, talvez não fosse pior o iberismo...
ResponderEliminarAinda não tenho a certeza do que digo mas, se calhar, D. Teresa, estás perdoada e provavelmente tinhas razão!Mas foram necessários 800 anos para assim concluir!o Braga, coitado, é que só entrava na campeonatos regionais e isso era desesperante!Ou a história se encarregaria, antes, de a alcandorar a uma qualquer Saragoça ou Sevilha?Nunca o saberemos pelo que nos resta ficcionar...
leitor aasíduo. concordo com todas as tuas palavras.
ResponderEliminarEu, por acaso também sou leitor diário do abnoxio... é assim que se escreve?.
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