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Pobres Perante o Estado

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«Neste país, tão cheio de dificuldades para quem tem rendimentos declarados, dinheiro público não pode continuar a ser desviado para sustentar predadores profissionais dos fundos constituídos em boa fé para atender a situações excepcionais de carência. A culpa não é só de quem usufrui desses dinheiros. A principal responsabilidade destes desvios cai sobre os oportunismos políticos que à custa destas bizarras benesses, compraram votos de Norte a Sul.» [Mário Crespo, JN]

À medida que as classes médias vêm o fruto do seu trabalho taxado em variados impostos, um conjunto de parasitas vai-se alimentando à custa dos subsídios. Há cada vez mais pobres perante o Estado que são lordes perante a vida.

Há uns anos, lamentei juntos de alguém com responsabilidades o facto de haver quem recebesse bolsas de estudo da Acção Social enquanto ía de férias para as Caraíbas e se fazia deslocar em automóveis topo de gama. Mais não fizeram do que convidar-me à denúncia de casos concretos, tarefa à qual obviamente me furto.

Na verdade, convivemos com demasiada e preocupante frequência com situações desta índole e, por muito custe a alguns, a questão nem é étnica nem racial, mas uma doença que corrói por inteiro todos os sectores da sociedade portuguesa. Não há bom pai de família que não conheça uma artimanha para fugir aos impostos nem bom português que disso não faça gáudio enquanto toma o café depois do almoço.

Não há Governo que nos salve da subversão de tantas leis bem intencionadas. O que se espera é que, da próxima vez que inventarem um subsídio, se lembrem da televisão, da playstation e dos leitores de DVD que moram nas casas dos que se sustentam à custa do rendimento social de inserção nessa tal Quinta da Fonte e em tantas outras quintas deste malogrado país.

3 comentários:

  1. Comento aqui o que comentei num outro dia acerca dos subsídios e dependências deles para a sobrevivência:

    Também eu quero um subsídio, para viver e ter uma casinha só minha. Aliás, quero uma casa nem que seja num bairro. Porque os meus pais nao me podem mais sustentar e aquilo que ganho por mês não cabe na cova de um dente. Quero ter filhos e quero alimentá-los e dar-lhes roupa. Vou apresentar um plano às autoridades competentes para o meu futuro.
    E não me venham dizer que tenho formação superior, ou outra coisa qualquer que quiram chamar. Aliás, sou trabalhadora estudante. Tudo o que ganho vai para propinas e material.

    Também eu quero uma Quinta-de-qualquer-coisa.

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  2. "Mais não fizeram do que convidar-me à denúncia de casos concretos, tarefa à qual obviamente me furto."

    Obviamente???
    Obviamente, porquê?
    Não será uma obrigação moral de todos nós denunciar a quem de direito as injustiças que observamos?
    Ou deveremos estar à espera da actuação do "super-Estado" que tudo fiscaliza e que todas as injustiças detecta, e que, obviamente, não temos?

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  3. e há conta desses também há gente que descontou a vida toda para a segurança social, pagou impostos, e que numa fase de suposta "crise" perde o emprego, tem direito a muito pouco, e com TIR (obrigatoriedade de apresentação na junta de freguesia de 15 em 15 dias, sem poder sair do país sem pré-aviso de 60 dias - quase igual a um Termo de Identidade e Residência).

    ou que precisariam de mais para medicamentos, mas não conseguem passar a isentos.

    é o chamado pagar o justo pelo pecador.

    honestamente, acho que o problema não é o estado fiscalizar ou não, pois por mais que se tente, somos um país de burlões, então ao estado (que somos "nós" e não "eles"), nem se fala.

    e confesso que me irrita solenemente andar a trabalhar para parasitas.

    mas também já precisei, durante 10 meses. os piores 10 meses da minha vida adulta. Há controlo, pois tinha de fazer prova da procura activa de trabalho (mas as 120 candidaturas que fiz em 10 meses chegavam e sobravam), tinha de me apresentar na junta, fui sujeito a acções de fiscalização, tais como apresentar-me a meio da manhã ou da tarde no centro de emprego, com pre aviso de 12 horas.


    o problema maior são os portugueses, que roubam sem olhar a quem. para mim, beneficiar de subsidio ou rendimento estatal sem necessidade deveria ser crime, e acho que aí reside o maior problema: quem rouba, não é obrigado a devolver nada. o pior que acontece é não receber nada durante 180 dias.

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"Mi vida en tus manos", um filme de Nuno Beato

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