Avenida Central

Avenida MarginalCombustíveis

| Partilhar
O Bloco de Esquerda (BE) quer “travar a espiral especulativa verificada nos últimos tempos” no mercado de crude. A proposta é simples: o Governo estipula um preço máximo, que é fixado tendo como termo de comparação os preços praticados num grupo de países de referência. Na prática, passa a estar em vigor um limite para a variação de preços.

A proposta nasce manca. Por exemplo, é interessante imaginar como é que é possível comparar preços entre países quando não há harmonização fiscal. Actualmente, os preços em Portugal estão muito próximos da média europeia; a diferença vem, em grande parte, da carga tributária. Dada a intransigência de Sócrates em baixar impostos, resta a Francisco Louçã convencer os Governos europeus a aumentarem os seus. Sempre se salvava uma proposta.

Depois, a maldita especulação. Não sei onde é que o BE vai buscar a ideia de que há uma “espiral especulativa”. Com tantas certezas, talvez o melhor fosse investir em crude e ganhar uma pipa de massa do que em revelar ao mercado que há uma bolha a formar-se (o facto de o mercado não ter reagido também indica que a credibilidade do BE em termos de análise económica não será a melhor).

De qualquer modo, um preço máximo não limita a especulação. Limita a oferta. E fomenta a procura. Não haverá apenas especuladores a sairem do mercado. Haverá consumidores sem gasolina e filas enormes para racionar a oferta, à semelhança do que aconteceu em 1973 nos Estados Unidos. O impacto mediático do controlo de preços é inversamente proporcional à sua eficiência económica.

Mas assumamos que há mesmo especulação a aumentar o preço. Qual é exactamente o problema da especulação? A especulação representa uma aposta em relação ao preço futuro. Quem compra hoje para vender amanhã acredita que o preço de hoje é inferior ao preço de amanhã. Mas a aposta representa um risco: a previsão pode sempre sair furada.

Qual é o resultado final? O primeiro é que a procura actual aumenta – o preço sobe. O segundo é que a oferta futura também aumenta – o preço desce. A parte engraçada é que a especulação tende a equivaler os dois preços. O aumento de preço é o mesmo, com ou sem especulação. A especulação apenas torna a transição mais suave. Esta proposta do BE é mais demagogia barata.

36 comentários:

  1. Caro senhor Romano, vejo que continua a cair nos mesmos erros de sempre, ora veja:

    "Depois, a maldita especulação. Não sei onde é que o BE vai buscar a ideia de que há uma espiral especulativa. Com tantas certezas, talvez o melhor fosse investir em crude e ganhar uma pipa de massa do que em revelar ao mercado que há uma bolha a formar-se (o facto de o mercado não ter reagido também indica que a credibilidade do BE em termos de análise económica não será a melhor)."

    ai não sabe de onde surgiu esta ideia especulativa? será que veio da palavras dos responsáveis da OPEP? ora vejamos:

    "O presidente da Opep, o ministro argelino do Petróleo, Chakib Khelil, reiterou neste sábado em Argel que os altos preços do petróleo estão mais relacionados com a especulação que com uma escassez na oferta.

    "Não há problema de oferta, o problema está muito mais ligado à especulação", disse Khelil em uma entrevista coletiva à imprensa ao lado do ministro francês da Ecologia, Desenvolvimento Sustentável e Energia, Jean-Louis Borloo."

    Agência France Press

    quanto a isto estamos conversados.
    o que mais me impressiona é a quantidade de raciocínios falaciosos que este senhor faz. e o pior de tudo isto é que ele acredita no que diz piamente!

    já não bastava aquela questão da miséria galopante comprovada pelos realtórios recentes da U.E. que afirmavam que Portugal era o mais desigual da Europa comunitária, e das palavras de Soares...tudo isto desmentido pelo senhor Romano.Agora talvez queira desmentir o presidente da OPEP...quem sabe?
    torno a dizer que após a crise imobiliária nos EUA a atenção dos especuladores mundiais se virou para as matéria primas.nada disto aconteceu de um momento para o outro.Apenas os incautos podem crer que sim.

    ResponderEliminar
  2. Caro anónimo,

    Penso que também volta a cair nos erros de sempre. Nomeadamente, não ler os textos que comenta. Repare.

    «O presidente da Opep, o ministro argelino do Petróleo, Chakib Khelil, reiterou neste sábado em Argel que os altos preços do petróleo estão mais relacionados com a especulação que com uma escassez na oferta»

    Que há especulação é um dado. Mas especulação não é uma espiral especulativa.

    «já não bastava aquela questão da miséria galopante comprovada pelos realtórios recentes da U.E. que afirmavam que Portugal era o mais desigual da Europa comunitária, e das palavras de Soares...»

    Corrija-me se estiver errado, mas penso que na altura o que me disse foi que:

    a) A pobreza mundial está a aumentar. Algo que os relatório da ONU e do Banco Mundial mostram ser factualmente incorrecto.

    b) A pobreza está relacionada com a desigualdade. Algo que, mais uma vez, não tem suporte empírico ou estatístico.

    ResponderEliminar
  3. A proposta do BE foca na criação de mecanismos anti-especulativos e uma fixação de um preço máximo de venda de combustíveis baseada, penso eu, no preço de mercado sem a carga tributária,obviamente.

    E não numa espiral especulativa com vem afirmado aqui e no artigo de imprensa aqui indexado.

    Meu caro se considera que não existe nenhum problema com a especulação ou não a pretende avaliar com critérios ou então deixa-se seduzir facilmente por ideais que estão a demonstrar a sua "falência técnica" nos tempos que correm, basta avaliar e analisar a crise recente.

    E não pense que a crise é algo espontâneo e inocente que "nasceu" de alguma eventualidade que o modelo actual não o pode prever. Analise a História e verifique quem ganha com a crise está, na maioria das vezes, directamente relacionado com a ignição dela.

    ResponderEliminar
  4. É curioso que a OPEP atire as culpas para cima da especulação, sendo o grupo que controla a oferta...

    ResponderEliminar
  5. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar
  6. Pedro Romano... por amor a mim!

    "Que há especulação é um dado. Mas especulação não é uma espiral especulativa."

    Então o BE não tem razão apenas pelo simples facto de ter dito que havia uma espiral e o presidente da OPEP não ter usado esse termo?

    É um mero factor linguístico?

    Poupe-nos!

    Da mesma forma que citei a OPEP poderia citar o secretário geral da ONU,Sarkozy, entre outros.

    Quanto ao facto das desigualdades não proporcionarem miséria, deixo-o com o ridículo da sua posição porque demonstra que não vive o mundo real, limitando-se a regorgitar meia dúzia de conceitos aprendidos num banco de univiersidade qualquer desprovido de espirito crítico.

    ResponderEliminar
  7. "Quanto ao facto das desigualdades não proporcionarem miséria, deixo-o com o ridículo da sua posição porque demonstra que não vive o mundo real, limitando-se a regorgitar meia dúzia de conceitos aprendidos num banco de univiersidade qualquer desprovido de espirito crítico."

    confundir desigualdades com miséria é algo só possível a quem tenha um nível intelectual à escala de um passarinho.
    alguém que em Portugal ganhe 7000 euros por ano (500x14) é pobre, passa dificuldades, é vítima de uma grande desigualdade, mas não é miserável. miserável são aqueles que vivem com menos de 1 dólar por dia. até por respeito a essas realidades se deve ter alguma moderação na classificação da miséria. não esqueçamos que os nossos relativamente pobres seriam ricos em muitas regiões do mundo.
    quem viva da assistencia social nos estados unidos recebem cerca de 14000 dólares anuais. é pobre (relativamente aos seus concidadãos) mas não é miserável. comparado com os verdadeiros pobres, é um milionário.

    ResponderEliminar
  8. a dupla imbatível volta a atacar.
    ora vejamos: num país onde a disparidade entre as remunerações dos gestores e trabalhores é brutal constatamos que enquanto os segundos têm salários que perdem poder de compra e que não reflectem o aumento do custo de vida, os primeiros têm salários cada vez mais principescos (o próprio PR referiu isto mas vocês só entendem aquilo que sai da vossa boca...).
    consequência: aumenta a desigualdade já que os maios ricos ganham mais e os maios pobres perdem poder de compra.limitam-se a uma vida de sobrevivência e a contar os tostões ao fim do mês.
    segundo dados oficiais, a pobreza tem aumentado especilamente entre aqueles que trabalham. trabalham mas de forma precária. essa questão do "1 dólar por dia" aplica-se em determinados países e não em todos como alguns "quadrados" tentam dizer. caso contrário vejamos o vosso ridículo: se um Portugiês viver com 2 euros por dia já não é pobre...
    mais, segundo os últimos dados (aqueles que qualquer pessoa com a 4ª classe lê ou ouve nas notícias), 10 % dos portugueses vive com menos de 10 euros por dia e tudo isto tem tendência para aumentar. mas isso é algo que putos queques não entendem.
    Para terminar...última hora: o petróleo está para a acabar, tal como os cereais!!!!

    ResponderEliminar
  9. Marco Gomes,

    «A proposta do BE foca na criação de mecanismos anti-especulativos e uma fixação de um preço máximo de venda de combustíveis baseada, penso eu, no preço de mercado sem a carga tributária,obviamente.»

    Como expliquei no post, um preço máximo não limita a especulação, limita a oferta. O consumo até pode ser o primeiro a ser tragado pela medida.

    Mas se estamos a falar de preços sem impostos, então não há razão para alarme. Os preços sem impostos são mais ou menos semelhantes aos praticados no resto da Europa. Dê por onde der, a proposta não tem ponta por onde se lhe pegue.

    «Meu caro se considera que não existe nenhum problema com a especulação ou não a pretende avaliar com critérios ou então deixa-se seduzir facilmente por ideais que estão a demonstrar a sua "falência técnica" nos tempos que correm, basta avaliar e analisar a crise recente. »

    De facto, não penso que haja nada de mau em as alterações de preços serem feitas a pouco e pouco e não através de um choque abrupto.

    Anónimo,

    «Então o BE não tem razão apenas pelo simples facto de ter dito que havia uma espiral e o presidente da OPEP não ter usado esse termo? »

    Parecendo que não, especulação e espiral especulativa não são a mesma coisa, assim como inflação e espiral inflacionista também não são a mesma coisa.

    «Quanto ao facto das desigualdades não proporcionarem miséria, deixo-o com o ridículo da sua posição porque demonstra que não vive o mundo real, limitando-se a regorgitar meia dúzia de conceitos aprendidos num banco de univiersidade qualquer desprovido de espirito crítico.»

    Já vi que tem algum problema com abstracções, por isso vou explicar com um exemplo concreto.

    Sociedade 1: todos ganham 5$ por dia.

    Sociedade 2: 10% ganha 10$ por dia, 90% ganha 15$ por dia e 10% ganha 20$ por dia.

    A Sociedade 1 é completamente equitativa e absolutamente mais pobre. A Sociedade 2 é relativamente mais desigual mas absolutamente mais rica. Deu uma ajuda?

    ResponderEliminar
  10. "A pobreza está relacionada com a desigualdade. Algo que, mais uma vez, não tem suporte empírico ou estatístico".

    Mas há "suporte" para dizer que, quanto menor é a desigualdade, maior é o desenvolvimento e, claro, melhor o nível de vida. Vejam-se os dados dos países do Norte da Europa, em contraponto com o que se passa nos Estados Unidos.

    Por outro lado, dizer que, no futuro, pode voltar a haver aumento da oferta do petróleo, é mais do que arriscado- é impossível!

    ResponderEliminar
  11. "Mas há "suporte" para dizer que, quanto menor é a desigualdade, maior é o desenvolvimento e, claro, melhor o nível de vida. Vejam-se os dados dos países do Norte da Europa, em contraponto com o que se passa nos Estados Unidos."

    Excepto se estivermos a falar de países comunistas como a Coreia do Norte em que praticamente toda a gente é pobre. Sem desigualdades, portanto. Mais uma teoria para o saco.

    ResponderEliminar
  12. Marco Gomes,

    Apenas uma clarificação. Um preço máximo em relação ao mercado internacional não impede a especulação, mas um preço máximo absoluto tem, evidentemente, esse efeito. No artigo que citei do DN não há contudo, nenhuma indicação nesse sentido.

    Zé Bonito,

    «Mas há "suporte" para dizer que, quanto menor é a desigualdade, maior é o desenvolvimento e, claro, melhor o nível de vida.»

    Não exactamente. Apenas há suporte para dizer que desigualdades relativamente menores estão correlacionadas com uma riqueza maior.

    Mas a causalidade é, provavelmente, inversa. A diminuição das desigualdades é causa da riqueza, não o contrário. Só há riqueza para destribuir depois de a riqueza ser criada.

    Note, por exemplo, o caso da China, que é dos países que tem retirado mais gente da pobreza. O aumento das desigualdades acontece ao mesmo tempo que um enriquecimento (quase) generalizado.

    A prazo, o aumento da riqueza, sobretudo nas camadas mais baixas, vai levar à fuga de grande parte da população à pobreza extrema, diminuindo, pela 'parte de baixo', as desigualdades. No longo prazo, é provável que haja pressões democráticas que por sua vez conduzam à criação de políticas sociais que ajudem ainda mais a mitigar a pobreza e a diminuir as desigualdades.

    ResponderEliminar
  13. pedro romano, hugo monteiro, e antónio alves, almas gémeas...
    vivem num mundo virtual mas enfim, o P.M. também...
    quanto ao exemplo que o Romano deu, resta-me dizer que no seu mundo pode haver realidades estanque e monocromáticas como aquelas que descreveu, mas no mundo concreto um exemplo como o seu não existe, lamento.
    quanto ao facto da coreia do norte ser um país comunista, resta-me dizer que quem faz uma airmação destas não sabe o que é o comunismo, o socialismo ou o marxismo leninismo.
    nem sei porque raio respondo a este trio odemira.enfim.

    ResponderEliminar
  14. "Só há riqueza para destribuir depois de a riqueza ser criada".

    O problema não me parece que esteja na criação da riqueza, mas sim na sua apropriação/distribuição. É preciso ter em conta que a distribuição da riqueza (sob a forma de ordenados, por exemplo), está directamente relacionada com a capacidade de oferecer produção de elevado valor acrescentado, logo, menos sujeita à concorrência. Não percebo muito bem o que quer dizer com o "enriquecimento generalizado" na China. Em minha opinião, pelo contrário, verifica-se uma enorme concentração do capital num grupo restrito de "quadros", a exemplo do que já aconteceu na antiga URSS.

    ResponderEliminar
  15. «quanto ao facto da coreia do norte ser um país comunista, resta-me dizer que quem faz uma airmação destas não sabe o que é o comunismo, o socialismo ou o marxismo leninismo.»

    Eu até arriscaria dizer que, segundo o critério que o anónimo tem em mente, provavelmente nunca houve nenhum país comunista, socialista ou marxista-leninista.

    ResponderEliminar
  16. Zé Bonito,

    «Não percebo muito bem o que quer dizer com o "enriquecimento generalizado" na China. Em minha opinião, pelo contrário, verifica-se uma enorme concentração do capital num grupo restrito de "quadros", a exemplo do que já aconteceu na antiga URSS.»

    Mas não é o que está a acontecer. A riqueza está a aumentar para centenas de milhões de pessoas. Não é uma concentração oligárquica a apropriar-se da produção alheia, embora, claro, isto também aconteça (e numa ditadura acontece com facilidade).

    Claro que quando uso a palavra enriquecimento estou a falar de enriquecimento relativo (aumento do poder de compra, relativamente à situação anterior).

    ResponderEliminar
  17. "Excepto se estivermos a falar de países comunistas como a Coreia do Norte em que praticamente toda a gente é pobre. Sem desigualdades, portanto. Mais uma teoria para o saco."

    Duas notas!
    - No Brasil, 90% da riqueza está nas mãos de 10% da população. Haverá ainda margem para a "desigualdade" uma vez que a imensa maioria é "pobre"?

    - Em Angola, a imensa maioria da população é "pobre"; nas ruas de Luanda circulam carros topo de gama, uma refeição sai mais cara que em Paris e uma "casa" para aluguer ronda os mil contos por mês. Há pobreza ou desigualdade?

    - Comunismo. Conhecem algum país "comunista"?
    Eu não. Acho que falharam todos a concretização da doutrina.

    Quanto ao preços dos combustíveis - habituemo-nos.
    Entretanto, com Trás-os-Montes vai-se cumprir Justiça e Solidariedade... estradas a rôdos, montes delas. Quantos "autóctones" poderão usufruir desse luxo?
    Quanto a caminho de ferro ("o transporte do futuro, dizem") para Trás-os-Montes, nem um "metro". Zero.
    Se os brigantinos quiserem comboio, vão apanhar o "tgv" a Sanabria que vos coloca em Madrid em menos de três horas.... Virem-se para Espanha!

    Apoiado.

    Dario Silva.

    ResponderEliminar
  18. Dário Silva:

    "Comunismo. Conhecem algum país "comunista"?
    Eu não. Acho que falharam todos a concretização da doutrina."

    Chame-lhes o que quiser. O raciocínio continua a falhar no aspecto que referi.

    ResponderEliminar
  19. o trio maravilha não sabe o que é o comunismo! São ignorantes e apontam com exemplo países que são a antítese do comunismo e a sua finalidade última: a abolição do Estado!
    quanto a países socialistas posso dizer que há apenas um país no mundo que se aproxima da verdadeira natureza da doutrina: Cuba. Aquele país do 3º mundo que tem dos melhores sistemas de educação e saúde e envergonham muitos queques que andam nas nossas faculdades ditas de "topo".
    e não, não me venham com a parte da ditadura já que nenhum de vós tem hombridade para reconhecer que as maiores atrocidades em Cuba são cometidas em Guantanamo (E.U.A.) e pelo bloqueio criminsoso condenado pela ONU.
    Para finalizar terminocom as palavras de Bento XVI:

    Fome é inaceitável no mundo globalizado

    «São inaceitáveis a fome e a má nutrição num mundo que, na realidade, dispõe de níveis de produção, de recursos e de conhecimentos suficientes para pôr termo a tais dramas e às suas consequências, destacou com vigor o Papa Bento XVI, na mensagem que dirigiu à conferência internacional da FAO inaugurada ontem em Roma e que se vai debruçar sobre "a segurança alimentar: os desafios da mudança climática e das bioenergias".

    Entretanto, o trio Odemira vai dizendo que nada disto existe...

    ResponderEliminar
  20. Caro anónimo,

    Tem razão, o objectivo do comunismo é a abolição do Estado. Mas se em mais de um século nenhum partido comunista o conseguiu, não me chame ignorante; culpe-os antes a eles da sua incompetência.

    Quanto a Cuba, não sei se tem dos melhores sistemas de saúde e de educação do mundo. Como é uma ditadura, fica complicado verificar os dados de forma independente.

    O que sei é que todos os anos alguns dos felizes agraciados com esses "excelentes" sistemas de saúde e de educação tentam desesperadamente ser explorados por esse Grande Satã que são os EUA. Felizmente, o excelente "sistema de saúde" cubano não descansa e mal os apanha trata-lhes da saúde. Sugiro que vá lá passar uma temporada, já que tanto aprecia estes "excelentes" sistemas de educação e de saúde. Apenas recomendo cuidado na altura de fazer o movimento inverso.

    Quanto às palavras de Ratzinger, concordo em absoluto. É de facto injusto que os países capitalistas tenham recursos em excesso enquanto que a América Latina, certas partes da Ásia e sobretudo África passam uma fome infernal. É altura de deixarem os próprios pobres aceder ao capitalismo.

    ResponderEliminar
  21. Caro Pedro Romano,

    No Artigo do DN não tem estas especificações como não existe em outro qualquer artigo de imprensa sobre a proposta do BE. As especificações da proposta não sabemos publicamente.

    Quanto ao preço máximo limitar a oferta, não tenho a certeza que isto aconteça, porque a oferta mundial é controlada pelos produtores de petróleo e por vezes em discordância (depois assistimos ao caso da Indonésia que se afastou da OPEP por não estar em acordo com as limitações impostas por esta organização que está a limitar a oferta).

    Quanto à diminuição do consumo. Se a implementação hipotética do preço máximo tiver como consequência a diminuição do consumo deste bem, melhor, porque é aquilo que se deseja, além de um preço justo e legal.

    Quanto à especulação, ela é ilegal e punida perante os trâmites da lei. E estamos de acordo quando desejamos que o preço suba (se justamente e legalmente) aos poucos. Para o bem da adaptabilidade económica.

    ResponderEliminar
  22. Caro Marco,

    Penso que não entendeu o ponto. A especulação é responsável pelos aumentos graduais. Sem especulação, o aumento seria abrupto.

    Quanto a ser ilegal, não conheço nenhuma lei nesse sentido. Mas reconheço que, com a Constituição que temos, deve ser fácil encontrar um artigozinho qualquer bem escondido que a proiba. Só não sei se será boa ideia levá-lo a sério. Lá se ia a nossa bolsa de valores.

    Em relação à diminuição do consumo, note que é isso mesmo que a especulação faz. A diferença em relação à fixação de um preço máximo é que, neste caso, o efeito é obtido através do estrangulamento da oferta, fazendo com que o racionamento seja aleatório (ou passando a contar outros factores, como a disponibilidade para perder a tarde em filas, etc.) e diminuindo a competitividade das energias alternativas.

    ResponderEliminar
  23. Não terei qualquer problema em ir a Cuba, tal vomo não o têm os milhares de portugeses que o fazem para recorrer ao sistema de saúde Cubano...
    Como previ, o caro Romano não teve hombridade para reconhecer que a maior ditadura em Cuba é realizada em território oficial dos EUA (GUANTÁNAMO) nem sequer faz uma alusão ao boicote criminoso (condenado pela ONU relembro!
    Quanto aos pobres poderem aceder ao capitalismo, tal afirmação apenas denota a sua vuisão monocromática do mundo... Levando as suas palavras à letra, todos os pobres vivem em países não capitalistas e nestes apenas existem pessoas bem sucedidas. Pergunto-moe porque razão os EUA (bastião do capitalismo) é um dos países mais desiguais e injustos do mundo, com um incremento brutal ao nível da pobreza, a qual se reflecte nas chamadas "sopas dos pobres", etc...
    p.s. sabia perfetamente que não seria capaz de reconhecer o tremendo sucesso do sistema de educação Cubano, mas tal reflecte-se na taxade alfebetização que coloca um país da U.E., que ambos conhecemos, no bolso.
    porventura ainda poderíamos discutir sobre o significado de ditadura e democracia, contudo seria bastante difícil para quem não sabe o que significa o Comunsimo ou o Socialismo.Uma Democracia não se resume ao voto de 4 em 4 anos. Uma Democracia na qual o povo não é capaz de alcançar o mínimo de dignidade, uma democracia na qual as desigualdades coarctam por completo a possibilidade de sucesso de um indivíduo, um país que apresenta um sistema de Justiça injusto e à medida dos poderosos, um país assim bem pode declarar-se como democrático mas na realidade não o é.

    ResponderEliminar
  24. Xi... Você é persistente. Tenha lá calma com os comentários. É que estive de cama o dia todo. Se continuo para aqui a tagarelar nunca mais me recomponho e ainda acabo por ter de recorrer ao "fantástico" sistema de saúde cubano ;)

    Agora a sério, não considero que Guantánamo seja uma ditadura. É uma prisão. E se a malta que por lá anda estivesse livre nem seria uma prisão, seria um manicómio :)

    Quanto à pobreza. A pobreza extrema é um valor absoluto (menos de 1 ou 2$US por dia, penso eu), mas aquilo que comummente se chama de pobreza é um valor relativo. Em África, na Ásia e na América Latina pobreza é não ter dinheiro para sobreviver. Comparando com esses, os pobres europeus e americanos são milionários. E isso é uma dádiva do capitalismo. Não seja literalista ao ponto de pensar que não há pobreza no capitalismo; mas não seja tão ingénuo ao ponto de a comparar à que há fora do capitalismo ;)

    Finalmente, engana-se quando diz que eu não reconheço o sucesso do sistema de educação cubano. Reconheço. Um sistema que garante a manutenção de um tirano durante décadas no poder deve estar, seguramente, a fazer o trabalho de casa.

    ResponderEliminar
  25. "comunismo e a sua finalidade última: a abolição do Estado!"

    hum... de certo modo tb os liberais advogam isto. mas sejamos justos, também eles, tal como os comunistas falharam. e já cá andam há mais tempo :-)

    ResponderEliminar
  26. "É uma prisão. E se a malta que por lá anda estivesse livre nem seria uma prisão, seria um manicómio :)"

    Perante uma afirmação destas só me resta dizer que o Romano é um democrata de pacotilha com uma visão hipócrita do mundo. Para este senhor todos os que estão em guantanamo são criminosos e nem sequer existe a menor probabilidade de haver gente inocente...nem sequer as crianças de 13 e 14 anos de idade que por lá estão encarceradas segundo testemunhos de quem por lá passou por engano e foi torturado.já para não falar nos dados da A.I., Reprieve, HRW, etc...gente que por mais culpada que seja tem dreito a um julgamento justo, gente que tem direito a conhecer as acusações de que são alvo e acima de tudo que tem direito a não ser torturada!
    como é possível alguém atirar 7 pedras a Cuba e deixar passar isto em claro?Numa palavra: Hipocrisia!
    quanto ao resto, recomendo-lhe a leitura do livro escrito pelo ex embaixador de Portugal em Cuba e pode ser que aprenda algo.Impressionante como esta gente hipócrita cai tão fortemente em cima de Fidel e não lança uma crítica sequer as regimes absolutos apoiados pelos "bastiões da liberdade"
    uma coisa lhe garanto, em Cuba não encontra BI que dizem "não sabe assinar". e isso por si só é um dos factores que contribui para a dignificaçao da pessoa humana.mas no seu mundo o voto de 4 em 4 anos explica tudo...olhe, no Zimbabué também há eleições e isso não faz daquele país uma democracia.

    ResponderEliminar
  27. "uma coisa lhe garanto, em Cuba não encontra BI que dizem "não sabe assinar". e isso por si só é um dos factores que contribui para a dignificaçao da pessoa humana."

    É precisamente porque o regime Cubano dignifica a pessoa humana que todos os anos muitos deles fogem de lá. Devem ser doidos estes cubanos...

    ResponderEliminar
  28. Eu percebi o ponto caro Pedro Romano.
    Eu aceito uma alternativa legal para a subida gradual dos preços, mas não ilegalmente com a especulação.

    Se desconhecia que a especulação era ilegal então repare nisto:

    http://blasfemias.files.wordpress.com/2008/06/especulacao.jpg

    ResponderEliminar
  29. primeiro ponto caro Monteiro: fogem mais pessoas de Portugal actualmente do que de Cuba.
    Em segundo lugar volto a afirmar qu nenhum de vós tem a a hombridade para reconhecer e condenar o embargo ilegal contra aquele país, levado a cabo pelos EUA.
    É devido a este embargo que nas prateleiras de Havana faltam bens essenciais e não devido a Fidel. ou acha que um povo soberano se deve ajoelhar perante outra nação e dizer que aceita seguir o que esta quiser, tal como sucedia no passado.desde Thomas Jefferson que a América pretende exercer o seu domínio sobre Cuba e durante o regime de Fulgêncio Baptitsa aquele país não passava de um cabaré dos americanos. como actualmente o regime não lhe agrada, impõe um embargo repudiado pela comunidade internacional.
    é disso que o povo foge. é da falta de bens essenciais que os cubanos fogem, porque os criminosos que estão a 150 km de distância assim o querem.mas outra coisa lhe garanto:em cuba não há fome já que o Estado garante o mínimo de subsistência através da distribuição equitativa de bens e recursos.essa distribuição é essencial para a sobrevivência daquele povo devido ao embargo.
    infelizmente, no nosso belo país, a fome alastra pelas famílias que vivem uma miséria envergonhada dentro de 4 paredes.e muitos já perderam e esperança.incrível como voltamos ao tempo da mala de cartão após termos recebido milhões de Bruxelas.
    mas outra coisa lhe garanto: em cuba não há novo riquismo nem comida de plástico.existe o essencial para a sobrevivência, algo que muitos Estados não garantem aos seus povos.

    ResponderEliminar
  30. «primeiro ponto caro Monteiro: fogem mais pessoas de Portugal actualmente do que de Cuba.»

    Mas a contar ou sem contar com os fuzilados? :)

    «Se desconhecia que a especulação era ilegal então repare nisto»

    Obrigado, Marco. Confesso que não fazia ideia. Ainda bem que ninguém liga a essa lei :)

    ResponderEliminar
  31. Mais uma vez o caro Romano demonstra uma ignorância atroz: leia os relatórios da HRW, REPRIEVE,I.A. ou da ONU e diga-me quantos prisioneiros foram fuzilados nos últimos anos em Cuba. Talvez descubra que a escassos 150 km de distância, matam-se seres humanos com injecções letais, enforcamento,ou cadeira eléctrica (imagine-se!).
    Enquanto do seu lado não houver coerência não valerá a pena discutir.

    ResponderEliminar
  32. Anónimo, normalmente não costumo ressuscitar discussões fossilizadas, mas, confesso, não resisto. Você é engraçado e estou a divertir-me bastante :)

    Repare, deu a sugestão de ler os relatórios do Human Rights Watch. Como estou apertado de tempo, googlei Cuba e HRW. Veja a primeira coisa que me apareceu:

    «Cuban laws allowed the government to silence opponents under a veil of legality. (...) Cuban legislation also undercut the right to a fair trial by allowing political figures to control the courts, granting broad authority for warrantless arrests and pre-trial detentions and restricting the right to a defense (...) Whether held for political or common crimes, inmates endured severe hardships in Cuba’s prisons. Most prisoners faced malnourishment on the prison diet and suffered in overcrowded cells without sufficient medical attention. Prison authorities insisted that all detainees participate in politically oriented reeducation sessions, such as chanting “Long live Fidel” or “Socialism or Death,” or face punitive measures including beatings and solitary confinement.»

    Esta última parte já serviu para perceber melhor o que é que quer dizer quando fala do "fabuloso" sistema educativo cubano. A educação é tão boa que nem os presos lhe escapam ;)

    ResponderEliminar
  33. "Prison authorities insisted that all detainees participate in politically oriented reeducation sessions, such as chanting “Long live Fidel” or “Socialism or Death,” or face punitive measures including beatings and solitary confinement."

    Deve ser por causa dos americanos e do bloqueio ilegal. Os guardas ficam deprimidos e desatam a maltratar os prisioneiros. De certeza.

    ResponderEliminar
  34. Não deixa de ser interessante que o Hugo Monteiro escolha como exemplo de uma ditadura os maus tratos nas prisões...curiosamente é o ponto negro que a A.I. aponta a Portugal (espancamentos, doenças infecto-contagiosas, tráfico e consumo de droga, fracas condições de habitabilidade,etc.) mas quanto a espancamentos e tortura também podemos pegar no exemplo de ABU GRAHIB (PRISÃO sob a égide dos EUA) ou dos navios prisão relatados pela Reprieve tal como Guantanamo na qual estão detidas centenas de pessoas sem culpa formada e direito a defesa.não me dê exemplos desses para formular um júízo sobre Cuba quando os países que você idolatra fazem exactamente o mesmo.mas com uma agravante: Cuba não se arroga como o bastião da Democracia...

    Quanto ao Pedro Romano, a má fé demonstrada por ele já atinge níveis assombrosos: ora volte a ler a as suas palavras anteriores ao meu comentário e volte a ler o meu.
    foi dito que os Cubanos fugiam dos fuzilamentos e eu aconselhei-vos a ler os relatórios e a descobrirem em que parte se fala de homicídios perpetrados pelo Estado Cubano. Certo? Certo!
    Na citção do Romano não há uma única alusão a fuzilamentos. Certo?Certo! entretanto vou-me divertindo com a falta de estatura que estes senhores apresentam numa discussão.
    já agora, aproveite para ler os relatórios dos restantes países ditos "cultos e polidos"...quiçá não encontrará referências a raptos levados a cabo pela CIA, tortura, cadeira eléctrica, injecção letal, etc...
    agora imagine que eu recorria a pressupostos falaciosos como estes: qual é o país que considera como (mais) ditatorial:aquele que assassina os seus cidadãos através da pena Capital e que figura como um dos países (a par da china) no qual mais se recorre a esta medida punitiva?
    ou aquele que exige que os prisioneiros cantem vivas a Fidel?
    eu até exigiria que respondesse a esta questão caso tivesse falta de vergonha na cara e usasse e abusasse de falácias de pacotilha como vocês.

    ResponderEliminar
  35. Ainda há iluminados que dizem que isto é o mercado a funcionar e que não se trata de especulação...


    "Oil prices shot up nearly $11 a barrel and settled today at a record $138.54 -- driven by geopolitical jitters, a dollar decline stemming from a weak jobs report and a forecast that oil would hit $150 by July 4. It's pure hysteria, one industry analyst told CNNMoney.com"

    ResponderEliminar
  36. O "trio Odemira" reage em breve a esta mentira do JN:


    "Braga é uma das cidades que regista, de ano para ano, um aumento de pobreza e de gente que passa fome. Mendigos, toxicodependentes e os sem-abrigo recebem, diariamente, refeições gratuitas em plena rua.

    Tânia Gomes é uma jovem voluntária que vive a experiência do drama de pessoas toxicodependentes de rua, muitos deles já num estado de "heroinodependentes", e dos sem-abrigo que, diariamente, se acotovelam pelas esquinas e ruelas da cidade de Braga. De segunda a sexta-feira, entre as 19.30 e as 24 horas, integra a Equipa de Rua "Aproximar", da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), na resposta a situações extremas de miséria e de gente (esfomeada) que sobrevive pela caridade de uma refeição à hora do jantar. "É um trabalho que me orgulha como pessoa que sente o problema dos mais carenciados e daqueles que, por razões várias, sofrem de fragilidades físicas e psíquicas", disse a voluntária, de 22 anos, recém-licenciada em Educação, pela Universidade do Minho. Preocupa-a o crescente aumento de pessoas que vivem da mendicidade, sendo já várias instituições a combater, em Braga, o problema da miséria humana. Entre elas, a CVP e a Caritas Portuguesa, que, só à sua conta, "matam a fome" a cerca de três centenas de pessoas. Uma realidade que já motivou o "alerta" da Arquidiocese de Braga, com o arcebispo-primaz D. Jorge Ortiga a defender, urgentemente, a criação do Banco Alimentar contra a Fome (ver caixa ao lado). "A pobreza está a crescer e, cada vez, há mais gente que vive na rua e que nos pedem ajuda. Na sua maioria, são toxicodependentes, mas também aparecem já pessoas com problemas de alcoolismo, e outras que romperam laços familiares e que vivem agora só e sem apoio de ninguém", alertou, por sua vez, Nuno Gomes, animador social da CVP. É o caso de Filipe, de 36 anos, deficiente físico, que, diariamente, junto ao Hospital S.Marcos, espera a Equipa de Rua para receber a sua refeição da noite. "Vivo na mendicidade, pois, desde os oito anos, fiquei inválido e agora rejeitado pela família. Não tenho casa, nem dinheiro, nem pão", desabafou. Durante quase cinco horas, o posto móvel "Aproximar" percorre vários lugares da cidade, oferecendo alimentação a cerca de 30 pessoas. Um cabaz alimentar constituído por uma fruta (banana), sandes, sopa e leite quente. "Isto é uma graça que caiu do céu. Se não fossem estas pessoas maravilhosas já tinha morrido de fome", a confidência dolorosa de um homem que diz "solitário", marcado por uma vida desfeita, conjugalmente, carregando, ainda, o sofrimento de epilepsia. Por dia, a Equipa de Rua atende uma média de 30 pessoas, cuja missão parte do Centro de Alojamento Temporário Dr. Francisco Alvim, da CVP, e tem paragens por vários pontos da cidade: Picoto, S. Lázaro (junto ao Hospital S. Marcos), Maximinos, S. Vicente (Central de Camionagem) e S. Vítor."

    ResponderEliminar

Antes de comentar leia sobre a nossa Política de Comentários.

"Mi vida en tus manos", um filme de Nuno Beato

Pesquisar no Avenida Central




Subscreva os Nossos Conteúdos
por Correio Electrónico


Contadores