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Os Media e os Políticos

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«Sempre achei que um primeiro-ministro que faz questão de fazer 'jogging' em viagens oficiais para os jornalistas divulgarem a imagem de um desportista na política - coisa que vende muito bem entre os eleitores - só podia, de facto, fumar às escondidas, para não estragar essa imagem.» [Miguel Sousa Tavares, Expresso, 17/05/2008]

Nunca escondi a indignação sempre que a vida privada de um político é devassada. Entendo que o facto de uma pessoa ter exposição pública não implica que a sua vida privada e os seus familiares tenham que ser sujeitos ao escrutínio global, tantas vezes abusivo e indesejável. No entanto, há políticos que, por força da contabilidade eleitoral, acabam por trazer aspectos da sua vida privada para a cena pública.

Não sendo propriamente adepto da política espectáculo, sempre me causou estranheza a insistência de José Sócrates em trazer para o conhecimento público uma série de aspectos que deviam estar remetidos à sua esfera privada. Desde logo, as cenas de jogging claramente injectadas nas visitas oficiais com o objectivo de elevar os níveis de popularidade do Primeiro Ministro. Depois, o anúncio do abandono tabágico feito em pose de Estado como remédio para o desrespeito de uma Lei que havia sido aprovada pela maioria que o próprio lidera. Finalmente, as notícias da febre que muito recentemente lhe assolou as entranhas.

Se é um facto que alguns jornalistas abusam, a verdade é que há políticos que não se cansam de se pôr a jeito.

3 comentários:

  1. Pedro,
    não vejo como pode a febre estar incluida nesse espectáculo, uma vez que o primeiro ministro vai directamente para o hospital, sem passagem prévia pelo centro saúde, desrespeitando uma série de passos já várias vezes referidos pelos seus ministros da saúde.

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  2. Todos podemos adoecer e não vejo nada de especial nisso.Outra coisa diferente será abordar a questão em público com ironia sobre o "deixar de Fumar"...brincar ás vezes não é serio e em politica cai mal.Sabemos que fumar num avião particular, mesmo ao serviço do Estado pode não ser proíbido, mas se os Céus não têm fronteiras, estavam ali muitos Portugueses e o exemplo não foi feliz.Agora pedir Desculpa é óptimo, mas depois aludir a isso com alguma disfarçada ironia, não parece bem.Estarei enganado na análise? Bem então peço Desculpa e não rio.

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