Hoje, no Jornal de Notícias:
«Estradas com obras permanentes, muito comércio e trânsito excessivo. As nacionais 101 e 103 (ligam Braga a Guimarães e Barcelos, respectivamente) são um martírio para quem as percorre. As alternativas são caras e utilizar diariamente a auto-estrada pode ficar bem caro. "Os minhotos que diariamente se deslocam pela A11 entre Braga e Guimarães para trabalhar pagam mais 120 euros/ano em portagens do que os residentes da área de Lisboa", avança Pedro Morgado, do blogue Avenida Central, um dos poucos espaços de contestação, uma vez que a posição das autarquias da região revela-se volátil, consoante a cor partidária que governa desde Lisboa.
Seja como for, o Minho está a organizar-se para aderir ao movimento mais vasto que envolve as comissões de utentes contra as portagens e que está a promover um abaixo-assinado que deverá ser subscrito por 30 mil a 50 mil utentes.
Recentemente, a AENOR (concessionária das auto-estradas) lançou uma campanha publicitária que apregoa os ganhos temporais decorrentes da utilização dessas vias, por oposição ao congestionado trânsito nas "nacionais".
"Tratando-se da única alternativa, deveria haver mais cuidado com a EN103, mas o que vemos são obras constantes. Um infindável número de pontos de estrangulamento à normal circulação. Obrigam mesmo a optar pela auto-estrada", afirma José Queirós, um dos contestatários ao modelo de portagens em vigor.
Aprofundando o estudo sobre as despesas que os minhotos têm de suportar, Pedro Morgado pegou na máquina de calcular "As contas são fáceis de fazer. Braga e Guimarães estão à distância de 13,8 quilómetros através da A11, uma auto-estrada concessionada à AENOR. Este troço tem um preço de 1,35 euros. Já na CREL, por exemplo, o troço de 14 quilómetros entre Pontinha e Zambujal custa 1,15 euros".
A aproximação de eleições deverá trazer o assunto de volta às agendas partidárias, mas para já os políticos não aprofundam a questão.»
Portagens: Minhotos pagam mais 120 Euros/Ano que Lisboetas
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"Um infindável número de pontos de estrangulamento à normal circulação"
ResponderEliminarDefinam-me "normal circulação"...
Há já muito tempo que muitos troços das estradas nacionais do Minho e Douro Litoral se converteram, necessariamente, em "ruas nacionais". Que não contesto e que até percebo.
Daí que apontar a N14 (seria Rua 14) como alternativa à A3 é pura demagogia. Quantas dezenas de rotundas, semáforos de velocidades e passadeiras existem ao longo dos seus 50 km de extensão?
Percorrida à velocidade legal, não demora a viagem Braga-Porto duas horas? No verão até serão a caminho das três, atendendo ao passo de caracol no atravessamento da Trofa (meia hora para três quilómetros).
E porque razão a A7 merece portagens que NOS custam o dobro das cobradas na A1? Serão as terras além Guimarães mais avantajadas que Vila Franca de Xira ou Alverca ou Santarém? Afinal, qual o critério?... descriminação positiva?... (alguém anda a brincar connosco)
E quando as SCUT terminarem - cataclismo que está para breve - veremos então as carências da região. Mais veremos da cada vez maior potencialidade do Caminho de Ferro.
Boa Páscoa, boas portagens!
Dario Silva.
Caro Pedro,
ResponderEliminarApesar de não "viajar" muito por blogues, o teu é, merecidamente, uma paragem obrigatória!
Mais uma vez, parabéns pela oportunidade do tema e pelo impacto que teve ao levantar uma questão tão pertinente!
Num outro post em que falaste das portagens, abstive-me de comentar. Achei que não era altura. Mas agora, só venho aqui deixar um testemunho, que se encaixa neste quadro.
ResponderEliminarTrês dias por semana, viajo de Barcelos para Braga para trabalhar, e no fim do dia de trabalho, viajo para o Porto, para a Universidade.
Ora, os horarios destas actividades e a localização dos locais a que tenho de me deslocar impedem de todo o uso do comboio.
Então:
Para estar em Braga às 9h da manhã tenho duas opções. Uma demora 40/50 min., outra demora 15min. Uma custa em desgaste de pneus, gasóleo (pára/arranca), etc. Outra custa directamente na carteira.
Depois, no final do dia, sobra-me 1.30h para chegar ao Porto e cumprir horários. Ora, tenho duas opções: seguir na "Rua 14" e falhar os horários e perder a paciência, ou pagar o equivalente a uma refeição e chegar a bom Porto conforme pretendido.
Finalmente, já quando a madrugada se avizinha, retorno a Barcelos pela SCUT que é o IC1 e não volto a mexer no bolso.
Portanto, tenho noção que no final do ano, pago muito mais que 120€ do que os residentes em Lisboa. O que acontece é que as alternativas são muitos más e fazer estes percursos nestes dias, pelas Nacionais, é um martírio...
Claudette,
ResponderEliminarO comboio (ou os transportes públicos no seu conjunto) nem sempre conseguem satisfazer todas as necessidades de mobilidade de toda a gente a todos os momentos;
no seu caso, resta-lhe (!) a alegria de não pagar a via rápida IC1/A28. Por agora!
Dentro de momentos, e a olhar ao restante panorama do Norte Litoral, é provável que os seus pagamentos de portagem no IC1 venham a financiar os subsídios monstros aos transportes públicos estatais, municipais e privados da Grande Lisboa. É uma questão de justiça e de justeza.... ajudar quem mais precisa.
Nao há almoços grátis: http://en.wikipedia.org/wiki/TANSTAAFL
Dario Silva.
Dario Silva,
ResponderEliminarClaro que eu não espero que os transportes públicos me/nos sirvam a toda a hora! Era o que mais faltava.
Apenas comentei para mostrar um dos casos de grande utilização da A11 com alternativas menos boas, pelo preço de 1.25€.
Mas não levanto "voz de protesto" porque sou eu que escolho pagar para ganhar 30 min. de manhã e 1.30h no fim da tarde. E por essa razão é vantajoso para mim.
Agora... Protesto mais pela Rua que se tornou a N.14 e N.103! Quando na IC1/A28 se cobrarem taxas a alternativa será... pagar?
Claudette,
ResponderEliminara alternativa ao pagamento da A28 será a N13, belíssimo arruamento que liga o Porto a Valença. Pode é demorar um bocadinho mais porque as rotundas nascem como cogumelos.
A N13 será tão alternativa à A28 como a N14 é a alternativa à A3 desde há cerca de 15 anos. Ou seja: PAGA!
Está a chegar o momento de o "povo" provar o sabor do dinheiro a sair dos bolsos para manter auto-estradas. Alguém acreditou que eram grátis e duravam para sempre? Alguém acreditou que as auto-estradas se pagavam a si próprias?? É claro que se pagam a si próprias: com o dinheiro dos seus utilizadores.
No free lunch, no free lunch...
Dario Silva.
Transporte, Portagens e "Alternativas"
ResponderEliminarNão tenho o habito de opinar, muito menos de publicar seja o que for.
Acho que se torna fundamental pois o País necessita de todas as opiniões validas ou não desde que se retirem as ilações.
Fala-se do aumento dos produtos petrolíferos, "isto está mau...", " o euro valoriza em relação ao dólar", e por ai fora. Mas não vejo escrito em lado nenhum sobre o preço das portagens que equivale ao valor pago em combustíveis por exemplo. O que nos leva o assunto das alternativas, que não existem como todos sabemos.
Vamos lá "ver" o que não se fala:
- Comboios: Todas as localidades principais deveriam estar ligadas as mais próximas com comboios em intervalos de 1H directos "expresso" com outros escalados no intervalo dessa hora . Por exemplo Castelo Branco deveria de estar ligado com Portalegre , Guarda e Coimbra a preços acessíveis. Daria despesa pois, daria mas os lucro indirectos pagam largamente as despesas criadas, de qualquer forma estes podem ser dimensionados para o tamanho necessário dependente do nº de pessoas e cargas. "Comboios Lite" construidos em materiais leves que por acaso podem ser feitos em Portugal e dar empregos - há desculpem esqueci-me não necessitamos !!!
Permitira aos "Camelos" das cidades do "Portugal Profundo", seja lá o que isso for, dinamizarem as economias locais. Exemplo disto seria possível a uma pessoa trabalhar em Coimbra e viver em Castelo Branco.
Claro que não se discutem opiniões deste género pois enquanto perdemos o tempo a "falar" sobre o leite derramado não se enriquece o conteúdo e continua-se igual a si próprio no caso português - "Sem Rumo e sem objectivos".
Um Bem Aja...