Avenida Central

Fraude no Exame de Acesso à Especialidade

| Partilhar
«Centenas de recém-licenciados em Medicina estão a contestar as condições de realização do exame de acesso ao internato realizado no final de Novembro. A Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM) fala em relatos de "situações de fraude" ocorridas durante a prova. Em causa estão também erros detectados na formulação das perguntas e repetições de questões do exame do ano anterior.

Vários candidatos ao concurso de acesso às especialidades, que são seriados a partir da prova realizada no mês passado, sentem-se lesados, denunciando um conjunto de "irregularidades" na prova. Desde a passada semana está on-line uma petição em que são descritas algumas destas situações. Até ao final da tarde de ontem, o documento tinha sido assinado por cerca de 330 médicos. Os candidatos afirmam que, três dias antes da prova, circulou um e-mail em que era afirmado que as perguntas relativas às doenças de sangue seriam as mesmas do exame do ano anterior. De facto, 11 das 20 questões sobre hematologia eram idênticas às da prova de 2006. Aliás, uma das questões repetidas tinha sido considerada errada no ano passado. E esta não era a única pergunta com erros, já que a prova excluía respostas correctas e validava opções que continham erros científicos.

Sobre as alegadas "fugas de informação" o Ministério da Saúde afirmou que são suspeitas que "ocorrem anualmente", mas é sempre "difícil apresentar provas que demonstrem tais denúncias". No entanto, segundo o ministério, o autor das perguntas em causa foi o presidente do júri da prova, Nascimento Costa, docente da Faculdade de Medicina de Coimbra, garantindo "o total controlo das mesmas". O PÚBLICO tentou, sem sucesso, contactar Nascimento Costa.

As críticas dos jovens médicos incidem ainda sobre a "degradação das condições de realização da prova". A situação mais grave aconteceu na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, onde 186 pessoas realizaram a prova num anfiteatro com capacidade para 196. Este facto terá facilitado a "partilha de conhecimentos" durante o exame, lê-se no documento que está on-line. O ministério diz não terem sido apresentadas pelos delegados presentes "quaisquer provas da ocorrência de cópias e das referidas consequências para os eventuais lesados".»

[Público, 14.Dez.2007]

0 Comentários

Enviar um comentário

Antes de comentar leia sobre a nossa Política de Comentários.

"Mi vida en tus manos", um filme de Nuno Beato

Pesquisar no Avenida Central




Subscreva os Nossos Conteúdos
por Correio Electrónico


Contadores