
© aschweigert, Elinor Ostrom com Reitor da Universidade de Indiana
Este ano os consagrados pelo Prémio Nobel da Economia foram Elinor Ostrom e Oliver Williamson, dois norte-americanos, sendo Elinor Ostrom a primeira mulher a ser distinguida com este prémio. Estes dois académicos foram distinguidos pelos seus trabalhos de investigação sobre “governance” (ou governança) em economia.
Nesta crónica quero relacionar os motivos da atribuição do Premio Nobel à necessidade de aprofundar a cooperação institucional entre Governos (Locais e Nacionais) e a Sociedade Civil, a promoção da Cidadania Activa e a Regionalização.
Mas antes, quero destacar o trabalho de Elinor Ostrom por ter desafiado o status quo daqueles que defendem que “a propriedade comum é mal gerida e que deveria, por isso, ser completamente privatizada ou regulada por autoridades centrais”. Baseando em experiências reais, conclui que a propriedade comum pode ser bem gerida com sucesso por associações. Ou seja, retira algum “endeusamento monoteísta” ao mercado, mostrando que há instituições que resolvem o problema da utilização e da distribuição melhor que o mercado. A sua obra debruça-se sobre a gestão de recursos naturais, como bancos de pesca, pastos, reservas florestais ou águas subterrâneas e conclui que são melhor geridas de forma comunitária do que sob um ponto de vista empresarial.
Por outro lado, o trabalho de Oliver Williamsom mostrou que os mercados e as organizações hierárquicas, à imagem das empresas, têm estruturas de gestão alternativas que diferem na forma de resolver conflitos de interesses. Por outro lado, propôs-se a esclarecer por que algumas transacções ocorrem dentro das empresas e não nos mercados, e concluiu que as organizações hierárquicas emergem quando as transacções são complexas ou não standards, e quando as partes são interdependentes. Um dos exemplos dados é duma central eléctrica de carvão que tem claramente o incentivo e vantagens de ser proprietária de uma mina, mesmo que para isso o preço da matéria-prima seja superior.