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Política NHL

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NY Rangers @ MSG - 4/1/07 por Christopher & AmyCate.
© Christopher & AmyCate

Sou um incondicional fã de desporto. Acredito que nele sobressai o melhor da condição humana. O desporto tem algo que a qualquer pessoa de direita agrada, a "meritocracia". Salvo circunstâncias pontuais, no desporto ganha sempre aquele(a) que naquele dia foi melhor. Mas também aqui conseguiu o Homem conspurcar as suas melhores criações. Com o desporto se não é a corrupção dos árbitros é o jogador que joga com a mão, se não é a espionagem de equipas na fórmula 1 é o doping no atletismo, etc, etc.

No entanto, há um desporto que me merece especial respeito e admiração, o hóquei no gelo. Aí, no que depende dos jogadores (com excepção do doping, tinha de haver uma excepção, apesar de muito combatido), não há marosca que resulte. O critério amplo dos árbitros, que as regras permitem e incitam, faz com que sejam permitidas entradas mais violentas, ou, quando necessário, levar a mão e o pé ao disco para o colocar no ringue e/ou para o controlar. Os jogadores podem ainda deitar-se e assim evitar que remates dos adversários cheguem à sua baliza. São permitidos empurrões e contactos físicos duros, até combates entre jogadores acontecem, dando origem à interrupção do jogo e terminando quando um dos dois caia ao chão, sendo ambos castigados com 2 minutos de suspensão. Agora, o que não é de forma alguma tolerado é o chico-espertismo, a deslealdade e a violência gratuita, a saber: encontrões nas costas quando o adversário está desamparado, ou quando não esteja em causa a disputa do disco; elevar o stick à cara do oponente; jogar com as mãos e os pés quando tal não seja absolutamente necessário para o regular prosseguimento do jogo e o atraso intencional do jogo.

E para que falo eu do hóquei no gelo e das suas regras mínimas mas eficazes? Muito simples, para mim, este é um desporto que traduz de forma plena a galhardia do Homem e os valores que vão sendo perdidos na sociedade actual: nobreza de espírito, companheirismo, combatividade, esforço, competência e lealdade.
Tudo isto traduzido para o nosso dia-a-dia resultaria numa pendência judicial bem menor e num desenvolvimento bem mais harmonioso e sustentável.

Traduzido para a política só pode significar um Estado com um conjunto de regras curto mas eficaz, é nisto também que me revejo e que se revêem muitos como eu. Defender um Estado forte é apostar na força dos que lhe dão o sustento, os privados. O estado deve estar lá para, como os árbitros da NHL, corrigir os "erros da carne", não como ministro da moral e dos bons costumes, mas como garante do cumprimento da lei. Quando o Estado pretende ser algo mais do que um eficaz aplicador da lei, um competente distribuidor de riqueza e um imparcial e distante, se bem que alerta, regulador do mercado, perde-se algures no caminho. A paranóia adventista da crise pode servir para corrigir erros passados, mas não deve nunca ser o mote para o estrangulamento das liberdades pessoais, onde se inscrevem, obviamente as económicas. Tentemos todos jogar limpo e queixemo-nos menos ao/do árbitro.

5 comentários:

  1. O elogio do Hoquei no Gelo... de facto vê-se de tudo por aqui...

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  2. O rugby também se rege por princípios semelhantes. É refrescante ver o controlo são que os arbitros têm sobre o jogo e o respeito dos jogadores pelas decisões destes.

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  3. O boxe também é um desporto, procure retirar daqui e da violência algo de útil para a política...isto há cada uma.

    Concordo que deve haver menos estado, agora a comparação não me pareceu a ideal. Exemplificando: peguem lá Galp, Agere, PT e por aí, cresçam o vosso monopólio; agora é só lucrar, mas vejam lá, isso tem de facturar para cima de milhões, caso contrário é golpe baixo e levam amarelo, caso vendam a estrangeiros é vermelho.

    A meu ver o estado é cada mais refém das megas empresas, já entregou o que havia de dar lucro, e nacionaliza o que é privado(falido). Os hospitais tendem a ser público privados, quem paga é o mexilhão. Com os passos que o país trilha, qualquer dia até a justiça é privada, ou va lá, público-privada!

    Tal como referido em cima, existe no rugby uma justiça muito maior, espírito de equipa, de nação (selecção), respeito, sem protecções a camuflar, sendo que muitos deles são colegas seus (advogados) empregados, também pelas qualidades acima referidas.

    Mas desporto é desporto (nem sempre existe fair-play) política é política. No desporto quando "mexe" com muitos valores, deixa de ser desporto e passa a ser uma economia mercantil.

    Creio que análises mais realistas serão mais proveitosas para encarar o futuro.

    João Rodrigues

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