«Os senhores padres e bispos, cheios de dons atrás do nome – coisa que ainda não consigo perceber –, vieram a terreiro condenar a prioridade dada à legalização do casamento entre homossexuais. Dizem que «preparam uma resposta» e até se vão reunir em Fátima daqui a uns dias. Eu por mim, acho muito bem que os senhores padres e bispos, mais os seus dons atrás do nome, se divirtam em concílios destes, fingindo que o Estado ainda não é laico e que ainda mandam alguma coisa. Preocupante, preocupante, é que a população portuguesa em geral e a classe política em particular lhes dê algum tipo de importância a não ser aquela que é devida aos comuns cidadãos.
É extraordinariamente interessante que os senhores padres e bispos ainda não tenham percebido que quem decide os contratos civis são os civis e quem decide as matérias religiosas são, por sua vez, os religiosos. Foi Jesus quem o disse e Mateus quem nos fez saber – e julgo que pelo menos esta parte da Bíblia será para ler de uma forma literal. Que os senhores padres e bispos, mais os seus dons antes dos nomes, não queiram, em Igrejas, celebrar matrimónios entre homossexuais, é com eles. Não me interessa. Não nos interessa. O que é importante é que não abusem da sua influência junto de uma boa parte da população, tentando decidir, eles próprios, matérias políticas.»
Texto ostensivamente roubado ao Tiago Moreira Ramalho do Corta-fitas.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Eles não pensam noutra coisa:
ResponderEliminarVaticano acolhe anglicanos que são contra ordenação de mulheres e homossexuais.
Bispos contra professores divorciados ou homossexuais.
Igreja critica prioridade 'gay' e prepara resposta.
Obrigado pela referência
ResponderEliminarAbraço
O País tem de se preocupar com os problemas sociais e económicos.Essa realidade não pode ou deve ser adiada, tudo o resto são opiniões, interpretações, publicidade e sensibilidades.O Direito de Opinião esse vai continuar a existir...se possível sem excessos...
ResponderEliminaros senhores padres e bispos, as senhoras "Manuelas Ferreiras Leites" e afins, ainda não perceberam que, felizmente, o país já não é o mesmo, que as pessoas prezam a sua liberdade individual mesmo que ainda não se preocupem suficientemente com o que se passa na comunidade. mas lá chegaremos. entretanto, que se reúnam, pois, felizmente, é um direito que lhes assiste.
ResponderEliminarAo ler este post e seus comentários.. lembrei-me do que li na pg. 74 da Notícias de Sábado de 17.10.2009:
ResponderEliminar"Vês aquele tipo? Foi com ele que fui pela primeira vez para a cama com outra mulher." Quando uma amiga me disse isto há dias, deixou-me baralhada(...)
As pessoas estão a fazer tantas coisas para alcançar o que dizem ser a 'felicidade' ou só a satisfação, que me dá a impressão de ver cada vez mais gente sozinha. Há tanto artifício para 'encontrar o amor' que dificilmente o encontrarão. Deve ser por isso que ainda vejo velhotes a passear de mão dada na rua e casais novos de passo desencontrado onde quer que seja".
Caro Bruno,
ResponderEliminarO último comentário é tristemente infeliz e revela um profundo desconhecimento acerca das questões relacionadas com orientação sexual. Lamento-o.
há quem confunda orientação sexual, que felizmente é livre em portugal, com casamento entre pessoas do mesmo sexo. são coisas muito distintas.
ResponderEliminarCaro António Alves,
ResponderEliminarE há quem confunda casamento entre pessoas do mesmo sexo com conduta sexual.
O dever do Estado é criar leis que garantam os direitos e as liberdade de TODOS os Cidadãos e que exigiam o cumprimento dos deveres.
ResponderEliminarAs questões religiosas interessam aos respectivos fiéis - questões que para muitas pessoas são inexistentes ou desinteressantes.
Se os homossexuais católicos quiserem casar pela igreja, que se entendam entre católicos.
Há uma "pequena" diferença entre defender um estado laico e exigir uma religião sem opinião!
ResponderEliminarA essa pequena diferença muitos chamam sensatez e outros chamam respeito pela liberdade de opinião.
Escolha uma e pratique-a.
pois é verdade caro Pedro: conduta sexual, orientação sexual e casamento entre pessoas do mesmo sexo, são três coisas distintas. há quem faça muitas confusões e tenha sempre uma visão de "seita" - seja qual for o lado da barricada - sobre estas coisas. além de que se nota uma estranha compulsão para a conformidade em pessoas que gostam de alardear a sua suposta diferença.
ResponderEliminarMas será que custa assim tanto?
ResponderEliminarResolva-se logo de uma vez este assunto: permitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo e ponto final!
É um assunto pouco prioritário? Talvez, em comparação com dezenas de outros é capaz de ser pouco prioritário.
Mas por esta ordem de ideias, nunca nenhum tema de uma minoria seria tratado. Isso é Democracia?
Aliás, quanto mais tempo se atrasa este assunto, é óbvio que ocupa sempre mais tempo.
Se o resolvessem logo, de uma vez por todas, acabava esse argumento, não era?
Qual é o problema de haver casamentos entre pessoas do mesmo sexo? Se colocam sempre a discussão no plano pragmático ("há assuntos mais importantes!"), então quais são os motivos práticos contra o acesso ao casamento entre pessoas do mesmo sexo? E qual é o problema prático de esse casamento se denominar... casamento!?
Façam um pequeno exercício: tentem entender o ponto de vista das outras pessoas e o que sentiriam se vos negassem algo que vocês considerassem que tinham direito. Por uma vez na vida, ponham-se no lugar de outras pessoas.
O que for odioso para ti, não o faças ao teu próximo!
E depois lá vem a demagogia: "é um ponto de partida para a poligamia".
Gostaria de saber porquê.
Há neste momento poligamia heterossexual? Não.
Há neste momento casamento heteressexual? Sim.
Então, a pergunta é simples... o que tem uma coisa a haver com a outra? Onde é que o direito ao casamento homossexual despoleta a poligamia de qualquer género?
A vida é tão curta, e há quem passe a vida inteira a fazer a vida negra aos outros.
Há coisas mais importantes para se resolver neste país? Há!
Então ide lá resolvê-las!
Pelo post citado e por alguns comentários aqui expressos, a conclusão é lógica, defende-se a liberdade, mas somente para alguns. Por que quando outros expressão a sua opinião e visão sobre a matéria, outros vêm a público relembrar a laicidade do estado. Afinal onde está o medo de que quem pensa diferente expresse a sua opinião? Em última instância não será a Assembleia da República a decidir? ou não será que alguns se advogam defensores de uma opinião que dizem ser maioritária e resultado de uma «sociedade que mudou» quando na verdade estão a falar do seu umbigo e de mais alguns?
ResponderEliminarmas qual é o mal da igreja defender aquilo em que acredita? há que respeitar as crenças. não os vi a meterem-se em situações de estado. apenas procuram defender algo em que acreditam.
ResponderEliminar