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Capítulo 41: quanto vale um voto?

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Há umas semanas, ficamos a saber que um voto, em Lisboa, pode valer entre 25€ a 30€. Esta semana, ficamos a saber que um voto, em Braga, não vale coisa alguma.

João de Deus Pinheiro, deputado eleito pelo círculo de Braga, renunciou ao cargo meia hora depois de o ter assumido. Excluindo as óbvias questões éticas, fica ainda por justificar o desequilíbrio entre a vontade dos eleitores e a vontade dos eleitos.

Depois da discussão em torno das duplas candidaturas, João de Deus Pinheiro repete o que antes já tinham feito Luís Filipe Menezes (2005) e José Manuel Fernandes (1999): ser eleito deputado pelo círculo de Braga e renunciar ao cargo.

Ora, se os eleitos podem mudar de ideias, por que razão não têm os eleitores o direito de fazer o mesmo? E se não faz grande sentido inquirir os eleitores sobre se pretendem mudar ou manter o voto depois de saberem que os eleitos mudaram de ideias, é imperativo, a bem da credibilidade da nossa já demasiado desacreditada democracia, que estas mudanças de ideias sejam exemplarmente punidas.

3 comentários:

  1. Concordo plenamente!Ele próprio durante a campanha não pareceu com muita vontade.Não dá para entender estas situações...
    João Rodrigues

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  2. Um voto vale uma chouriça empacotada, vale um vídeogravador (foi tempo!), vale um bilhete para um concerto pago pela autarquia, vale uma excursão a Lisboa ou a Fátima, um voto não vale grande coisa, é uma formalidade da nossa democracia de Abril.

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  3. Se alguém de Braga se dirigisse a João de Deus Pinheiro e lhe pedisse responsabilidades pelo que fez poderia obter a seguinte resposta:
    - Não tenho obrigação alguma de lhe dar explicações. Eu nem fui escolhido por si, nem foi o senhor quem determinou o meu lugar na lista. Apenas precisei do seu voto para ser eleito.
    E então esse bracarense acabaria por admitir:
    -Sim. Apenas o voto. É isso, eu servi para votar.

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