Há umas semanas, ficamos a saber que um voto, em Lisboa, pode valer entre 25€ a 30€. Esta semana, ficamos a saber que um voto, em Braga, não vale coisa alguma.
João de Deus Pinheiro, deputado eleito pelo círculo de Braga, renunciou ao cargo meia hora depois de o ter assumido. Excluindo as óbvias questões éticas, fica ainda por justificar o desequilíbrio entre a vontade dos eleitores e a vontade dos eleitos.
Depois da discussão em torno das duplas candidaturas, João de Deus Pinheiro repete o que antes já tinham feito Luís Filipe Menezes (2005) e José Manuel Fernandes (1999): ser eleito deputado pelo círculo de Braga e renunciar ao cargo.
Ora, se os eleitos podem mudar de ideias, por que razão não têm os eleitores o direito de fazer o mesmo? E se não faz grande sentido inquirir os eleitores sobre se pretendem mudar ou manter o voto depois de saberem que os eleitos mudaram de ideias, é imperativo, a bem da credibilidade da nossa já demasiado desacreditada democracia, que estas mudanças de ideias sejam exemplarmente punidas.
Concordo plenamente!Ele próprio durante a campanha não pareceu com muita vontade.Não dá para entender estas situações...
ResponderEliminarJoão Rodrigues
Um voto vale uma chouriça empacotada, vale um vídeogravador (foi tempo!), vale um bilhete para um concerto pago pela autarquia, vale uma excursão a Lisboa ou a Fátima, um voto não vale grande coisa, é uma formalidade da nossa democracia de Abril.
ResponderEliminarSe alguém de Braga se dirigisse a João de Deus Pinheiro e lhe pedisse responsabilidades pelo que fez poderia obter a seguinte resposta:
ResponderEliminar- Não tenho obrigação alguma de lhe dar explicações. Eu nem fui escolhido por si, nem foi o senhor quem determinou o meu lugar na lista. Apenas precisei do seu voto para ser eleito.
E então esse bracarense acabaria por admitir:
-Sim. Apenas o voto. É isso, eu servi para votar.