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As Primeiras Palavras

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As minhas primeiras palavras neste blogue dirigem-se à pessoa do seu autor, Pedro Morgado, pela gentileza do convite que me endereçou para escrever umas linhas naquele que considero ser o melhor blogue do Minho.

Esta Avenida, a Quinta, será postada precisamente no dia que lhe dá o nome. Pelo menos assim farei por cumprir. Nela plasmarei, tão só, a minha humilde e honesta opinião certo porém de que haverá quem dela discorde, felizmente, pois só assim “o mundo pula e avança”.

À conversa, dias antes do escrutínio, com António José Seguro deputado agora reeleito pelo Distrito de Braga, perguntei como iria “Avançar Portugal” sem uma maioria. A reposta “segura” foi: “Vai ser um desafio”. Sem que houvesse oportunidade e tempo para escalpelizar a resposta, a verdade é que lançou em mim uma série de dúvidas que os resultados eleitorais acabaram por agudizar e que talvez só o tempo poderá deslindar.

Nos dias subsequentes ao acto eleitoral, um amigo próximo, comentou que “apesar da pouca relevância dada pela imprensa e pelos comentadores à impossibilidade de se encontrar no seio do parlamento, através de coligação, uma maioria firme, à excepção de uma coligação ao centro, pouco provável no contexto actual, fará com que o Governo de José Sócrates tenha de Governar em minoria”. A esse argumento aduzo, ainda, a convicção de que esta legislatura, até onde durar, será marcada por uma tentativa clara de afirmação do CDS/PP, do PCP (CDU) e do Bloco de Esquerda. O primeiro percebe que o eleitorado a captar, provém naturalmente do PSD, pelo que o sucesso da referida afirmação está, como esteve no final desta legislatura, na capacidade do CDS fazer crer ao eleitorado que é “a” alternativa ao Governo PS, e tal acontecerá, estou certo, atacando o governo e as suas políticas. O segundo e o terceiro estarão na mesma linha de acção. O crescimento destes estará também dependente da oposição e da crítica feroz ao Governo PS, crítica essa que, aliás, tem caracterizado a acção política dos partidos à esquerda da esquerda, percebendo que o eleitorado a conquistar, tal como conquistou nestas eleições é o eleitorado do PS.

Em Portugal a vitória de José Sócrates foi expressiva, mais até do que a da homóloga alemã, a chanceler Merkel, também sem maioria. Os portugueses foram claros, expressando a vontade de não ter, novamente, um Governo maioritário. Aliás a volatibilidade e evolução das primeiras para as últimas sondagens, explicam que os portugueses deixaram de recear a maioria absoluta do PS para recear uma vitória do PSD, fazendo descolar o PS do PSD, o que veio a acontecer. Importa agora saber se os partidos com assento parlamentar estão à altura do desafio de que Seguro falava, fazer “Avançar”, estagnar ou regredir Portugal.

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