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"Nunca retirando a Guimarães o berço da independência, porque não há razão para isso, porque foi realmente por S. Mamede que se deu o facto, mas dando o berço da nacionalidade à cidade de Viseu enquanto não se descobrir outra" [João Silva de Sousa]

"Confesso que fico confundido, não conseguindo perceber bem a diferença entre as expressões “berço da independência” e “berço da nacionalidade”. Poderia tentar avançar com várias hipóteses explicativas, mas iria acabar por concluir que seriam manifestamente artificiosas. O que constato é que há em Viseu quem, depois de proclamar a sua cidade como berço de Afonso Henriques, pretende também apropriar-se de uma das marcas de Guimarães, o título de Berço da Nacionalidade. Há em tudo isto uma incompreensível confusão: a condição de Berço da Nacionalidade de Guimarães não resulta do nascimento de Afonso Henriques, mas do facto de ter sido a partir daí que Portugal iniciou a sua marcha para a independência, com D. Afonso Henriques. Ou será que também se pretende mudar a batalha de S. Mamede e trasladar o Castelo de Guimarães para Viseu? Não se percebe como Viseu possa invocar a condição de Berço da Nacionalidade. Até porque a fundação da nacionalidade resulta de um movimento encabeçado por D. Afonso Henriques contra D. Teresa e, como o próprio Almeida Fernandes afirma na obra em que avançou com a sua tese viseense, naquela altura, os senhores de Viseu terão estado com D. Teresa, contra Afonso Henriques. Tendo estado do outro lado da barricada, portanto, não se vê qual a legitimidade que Viseu poderia invocar para passar a ostentar tal título." [António Amaro das Neves, Memórias de Araduca]

6 comentários:

  1. Esta questão é um disparate completo e pura perda de tempo.

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  2. Ainda alguém liga ao que vem dos lados de Viseu?

    Querem se apropriar da história dos outros, pura e simplesmente.

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  3. Gosto principalmente da tag "inveja"...

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  4. A história científica nem sempre é apropriada pelas pessoas. Nem vale a pena querer discutir estes assuntos. Cada um defende a sua dama como se tratasse de futebol. S. Mamede foi naturalmente importante na evolução da afirmação de Afonso Henriques, mas marcar as fronteiras será sempre complicado. Até é aceitável que S. Mamede seja o "berço da nacionalidade" porque marca legitimização de uma, entre duas, opções para o condado. Afirmar que é o 1º dia da nacionalidade já é mais discutível. Até porque isso só é possível pela tese da D. Teresa traidora. Que hoje sabemos ser uma construção histórica difamadora. Guimarães não precisa destas discussões vazias.

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  5. Os cães ladram, e a caravana continua a passar...

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