© alkmix_lux
Não há nada mais categórico a assinalar a chegada do Verão. É quase como que uma segunda data oficial de chegada da estação estival. Monovolumes, carros 'station wagon' para trazer toda a família, cada qual com o seu traço distintivo e identificador: a matrícula. Francesas, espanholas, luxemburguesas, suíças... Aos poucos, os carros dos emigrantes vêm mostrar aos portugueses, sem ser no papel, que agora sim!, estamos de férias.
É uma das coisas que por aí grassa nestas alturas de silly season, parcialmente atenuada com o regresso da Liga de futebol. Quem tem os emigrantes na família aprende a valorizar estas escassas semanas de contacto, trocadas no fim do mês pela busca de uma vida melhor, um carro melhor, uma casa melhor. A portugalidade vira sabor agri-doce: se por um lado não se coíbem de exibir as suas origens nas viaturas (cachecóis, autocolantes, terços...), por outro ostracizam, voluntariamente ou não, a língua portuguesa. 'Ordinadores' e 'd'accordo' são alguns dos exemplos que no 'Bom Português' da RTP levavam com o som da sirene.
Como complemento da onda de emigração, para as boas-vindas ou, quiçá, para prestar alguma homenagem, variados cantores dedicam grande parte das suas composições aos portugueses que trabalham no estrangeiro. Um deles é Graciano Saga, outro o Marante; com os seus espectáculos de Verão trazem-nos outro postal ilustrado da época: as festas tradicionais das freguesias minhotas.
Durante todo o ano fazem-se os preparativos. Peditórios, comissões de festas, donativos... tudo para que, na data do costume, a festa possa agradar às expectativas do povo. E há vários itens a considerar: localização, bandas, foguetes, procissões, ranchos, etc. Quanto mais farto o orçamento, mais conhecido o artista. Até os cachets deles divergem substancialmente: enquanto a Ruth Marlene se fica por uns modestos 11 mil euros, o super Tony Carreira cobra cerca de 45 mil... e não em qualquer palco.
E é ver o povo todo reunido nestas festas, tradicionalmente nos sábados à noite. Novos e velhos, sem excepção, vão na onda. Os emigrantes vêm, pois, compor um pouco mais o número de habitantes das várias localidades do Minho. E ajudam a preencher o retrato do querido mês de Agosto. E, sim, é certamente a altura de maior sentimento de pertença e inclusão na comunidade e no país que o povo sente. Sim, apesar de a juventude achar a música pirosa, o fenómeno é deveras interessante e espelha os costumes das nossas gentes.
Lanço uma sugestão: se tiverem fotos das festas da vossa aldeia, ou se vão a alguma em breve, enviem-nas para o email do nosso estabelecimento (avcentral@gmail.com) e, lá para inícios de Setembro, haveremos de fazer uma galeria com elas. Mesmo que não sejam do Minho - sei que, pelo menos no Norte (Douro e Trás-os-Montes incluídos), a festa é semelhante.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Os autores deste blog odeiam o povo e o que é popular.
ResponderEliminarSentem-se no topo do mundo.
Metem-me nojo.
Caro anónimo, não compreendeu o texto, certamente. Leia mais uma vez e verá que não digo mal do povo nem dos seus costumes. Apenas faço um retrato do que se passa.
ResponderEliminarO anónimo gosta pelos vistos...
ResponderEliminarUm bom retrato no nosso querido mês de Agosto. ^^ Parabéns!
ResponderEliminarFérias, lazer, conviver e passear, visitar amigos, participar em Festas...parece ser assim o Verão em Portugal.Se o povo precisa de algo mais...acredito que sim, quando a qualidade de vida e a Educação permitir outros horizontes e exigências.Reparem não pretendo minimizar o povo a que pertenço e do qual me orgulho,mas imagino um País diferente, porventura igual aquele que por vezes o nosso Primeiro Ministro idealiza...todo azul e rosa.Enquanto ouver fome e miséria, excluídos socialmente e gente muito bem instalada...mesmo de duvidosa bondade...isto não melhorará.
ResponderEliminarFestas e Funerais, são sintomas de realidades diferentes.Ás primeiras vamos por vontade ou convite, ás segundas contrariados.O Povo quer alegria e Agosto é o mês escolhido para Férias....compreende-se, depois são opções, a escolha de música Portuguesa ou Estrangeira, esta mais ao gosto dos jovens pretensamente evoluídos....parece bem falar ou soletrar qualquer coisa mesmo quando se desconhece o significado...está na moda e é chic.
ResponderEliminarPertenço ao grupo dos que gostam de música Portuguesa.Gosto dos espectáculos ao vivo em noites de Verão.Nada percebo de música estrangeira e sou Português, talvez inculto nesta matéria.Deito-me cêdo 23h, porque sei tenho de me levantar ás 6 para ir trabalhar.Gostaria um dia de estudar...mas não posso, tenho de cumprir outras obrigações.Parabéns aos que sem saber Inglês ou Francês, adoram músicas com letras naquelas línguas...são realmente inteligentes.Quanto à cultura ela é por demais necessária, mas pertenço ao grupo, pouco numeroso, dos que entendem ser FUNDAMENTAL a educação e essa nenhuma cultura a dá.
ResponderEliminarCaros gosto das vossas opiniões.Aprendo a olhar em redor e ver de forma diferente o caminho que muitos jovens querem seguir.Agora fiquei triste porque não tive Férias e o dinheiro não chegou para comprar uns óculos, depois de ter pago a consulta.Depois quero ler e comprar livros e não posso.Ando preocupado com o emprego...queria que meus filhos tivessem uma vida melhor, mas está difícil.Tudo isto para concluir...sejam felizes mas nunca esqueçam os que pouco ou nada têm.Optem por falar de coisas do povo e as tradições Portuguesas, as pimbas, etc, etc, mantenham-nas, respeitem o gosto dos outros.Sabiam que a Rádio SIM é hoje a mais procurada pelos Portugueses!Estudem e expliquem com argumentos.
ResponderEliminarEm qualquer época do Ano temos repartições Públicas a encerrar ás três e quatro da tarde, sendo certo que à hora de almoço, quase não têm pessoal a atender.Pior fechados ao Sábado.Então eu se necessitar de lá ir terei mesmo de faltar ao trabalho!Porque não existem nessas repartições, onde sempre se fala em excedentários e se pedem reformas aos 55Anos, dois turnos de serviço? Ou Então encerrem de vez e ponham os serviços na loja do cidadão.Em Agosto então nem se fala...aquelas caras raramente mostram bom tempo.
ResponderEliminarIsso seria uma verdadeira Revolução e Evolução, não tem interesse e mexia com gente bem instalada na vida.A regra é e será quanto pior melhor, dessa forma os Mediocres singram na vida sem qualquer esforço e ninguém os distingue na multidão.Viva...Viva...e depois um pedido do género,tenho um sobrinho sem emprego...não haverá aí um lugarzinho? Não sei isto está mau...mas fale-me amanhã na reunião no partido e veremos o que é possível fazer-se.O resultado será...agora só é possível por concurso, mas mande o rapaz até lá...vai-se ambientando e depois a gente coloca no concurso uma normazita a geito...Durante Anos dizia-se o sistema funcionava assim, hoje será diferente?
ResponderEliminar