«A Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Lisboa proibiu a participação de uma criança de 11 anos numa “bezerrada” marcada para esta noite na Praça de Touros do Campo Pequeno, em Lisboa.» [Público]
Há uma corrente de pensamento muito católica que entende que os pais devem poder decidir (quase) tudo sobre a vida e a educação dos filhos. Como se comprova pela notícia, estes pais tinham decidido muito mal no que respeita aos Direitos da Criança.
Se damos aos pais todas as decisões só contribuímos para aumentar a desigualdades.
ResponderEliminarPorque é que não se dá aos pais o ensino de tudo??? Assim seria mais coerente... Os pais devem ter uma palavra a dizer, mas os ensinamentos fundamentais, incluindo educação sexual devem ser decididos pelo Ministério e por uma equipa de peritos (sexólogos no caso da Educação Sexual).
Luis Lopes, sabe o que lhe digo: valha-nos Deus.
ResponderEliminarA Comissão de Protecção das Crianças são "os pais"? Que comissão é "as mães"? É que sou mãe e não sou Comissão... Há pais e pais, há professores e professores, há políticos e políticos. O pior é que são sempre os menos inteligentes que se chegam à frente, narcísicos, para presidir a "comissões", "comités" ou mesmo ministérios... Os outros ficam na bancada a fazer blogues (melhor do que eu), a (não)votar e a lamentarem-se sobre "o futuro do país". Pois é. Será que ainda podemos emigrar?
ResponderEliminarEla,
ResponderEliminarPrimeiro que tudo deve queixar-se da língua portuguesa. Como é óbvio e bem perceptível, "Pais" neste post refere-se a "parents" em inglês e não a "fathers"...
Há uma coisa que agora me faz confusão... num post recente, se não me engano do próprio Pedro Morgado, dizia-se que os adolescentes não são ignorantes ao ponto de não poderem decidir sobre as suas coisas, isto a propósito da educação sexual nas escolas. Mas este adolescente não decidiu também por si participar na «bezerrada»? Ou foram os pais que o obrigaram a ir? Eu não consegui ler o artigo do Público, o link dá-me uma página sem nada.
ResponderEliminarSe foi o adolescente que decidiu ir também se prova aqui que afinal eles também não decidem tudo muito bem. E há uma corrente MUITO CATÓLICA que diz que eles decidem sempre tudo muito bem...
P.S. A que propósito aparece aqui a referência a um pensamento católico sobre a responsabilidade dos pais? Será que quando uns pais decidem que o seu «filho», alguns dizem feto, não deve nascer também estão a ser católicos?, já que são eles que estão a decidir e ao que parece só uma dita corrente católica é que defende que eles devem decidir em tudo.. Ou quando uns pais decidem, num acto de loucura, matar os filhos também serve de argumento para provar que afinal os pais não decidem nada bem sobre os futuro dos filhos?
O que dizer então dos imensos casos que a aqui abençoada Comissão de Protecção de Menores decide muito mal, ou pior, não chega a fazer nada, será que também se mostra à evidência que afinal não serve para nada?
Caro Miguel Braga,
ResponderEliminar1. Não me lembro de ter escrito o post a que alude.
2. O que pretendo demonstrar é que o Estado não pode demitir-se de algumas funções em matéria de crianças. Tal como um leitor acima refere, a questão da Educação e sobretudo a decisão sobre "o que ensinar" não deve nem pode estar nas mãos dos pais sob pena de acentuarmos as desigualdades sociais. Porque é que um pai há-de poder decidir o que o filho aprende sobre sexo e não sobre matemática?
3. Não vou retomar aqui a temática da interrupção voluntária da gravidez porque a minha posição é consultável no arquivo do blogue. De qualquer forma, raia o pior dos populismos comparar um embrião de 8 semanas, sem sistema nervoso formado, com uma criança de 11...
Os pais têm uma missão ímpar na educação e formação de uma criança, mas a sociedade não pode demitir-se de transmitir valores fundamentais às crianças independetemente da vontade dos pais. De igual modo, a protecção das crianças é um imperativo social independente da vontade dos pais.
ResponderEliminarPorque é que o senhor Bispo de Braga defende que os pais decidam da educação sexual e não defende que decidam da participação em jogos arriscados como este?
Caro Pedro Morgado
ResponderEliminarA tónica não foi colocada sobre o filho mas sobre a decisão dos pais, por isso não faz qualquer sentido a referência às «idades» dos filhos. Por isso, quando falar em populismos, compre um espelho, desculpe a sugestão.
Quando se compara matemática com sexo, creio que está tudo dito. Deve ser somente uma questão de quantas vezes, quantos modos e com quantas ou quantos se tem sexo. Afinal até se poderia juntar as duas matérias, certamente que teríamos uma melhor performance, na matemática, claro...
Quando se entende o sexo desta forma é URGENTE que o Estado faça alguma coisa. Porque significa claramente que a família não está a cumprir a sua missão, se é que ainda se pode dizer que ela tem alguma função...
Por falar em funçção da família, deve ser muito frustrante para quem vai constituir família, pensar que a sua única função será juntar-se, ter o encargo de pagar uma casa, se forem um pouco tontos ter um filho, não se esquecer de entregar este ao Estado para o formatar em todas as matérias, e com um pouco de azar conseguirem ser felizes os dois, porque concerteza que com os filhos não o podem porque são incapazes de poderem ensinar alguma coisa a estes...
Ah! Esqueceu de responder o porque da referência à dita «corrente de pensamento muito católica».
ResponderEliminar«Jogos arriscados como este»
ResponderEliminarConcordo consigo sobre a referência ao risco. Mas não me recordo de alguma vez a Comissão de Protecção de Menores ter ido buscar alguma criança ao Circo, onde facilmente encontramos crianças em actos bem arriscados...
Quanto à pergunta sobre o Bispo de Braga, o melhor é fazer-lhe a pergunta a ele. Não sou porta-voz dele.
«entregar este ao Estado para o formatar em todas as matérias»
ResponderEliminarFormatar? Parece que o Miguel Braga ainda vive nos tempos da outra senhora ou imagina que vivemos num Portugal Soviético... Ou então tem uma noção muito restrita e pouco flexível da Educação.
O facto de se assumir que o Estado não se deve demitir de garantir educação a todos nos assuntos considerados fundamentais não é, de modo algum, menorizar os pais, mas antes garantir igualdade de oportunidades para todos. Os pais não são donos dos filhos, tendo sobre eles especiais direitos e especiais deveres. Divergimos nos direitos e deveres que lhe assistem. Por exemplo, para mim não lhes assiste o dever de permitir que este miúdo participe na tourada e, como tal, concordo que o Estado, através da CPCJ, tenha intervido.
Quanto às idades dos filhos, desculpe mas faz todo o sentido. Os direitos/deveres dos pais relativamente a um filho de 4, 11, 18 e 30 anos são completamente diferentes. E os direitos/deveres da sociedade quanto à sua protecção também.
Miguel Braga, concordo consigo. ninguem tem direito a matar uma criança na gravidez.quanto à educação os pais são soberanos e o melhor sítio para a educação sexual é a catequese. não vamos ceder perante as tentativas de romper com a tradição moral da nossa sociedade. o bloco está a matar o país aos poucos.vejamos o exemplo de espanha:
ResponderEliminarEm Espanha a Igreja não é mole e frouxa como em Portugal enão se iludem com as ilusões do Darwin nem aceitam que os políticos prossigam as suas políticas sem mobilizar as populações para a luta. Os Bispos acabam de dizer como é que os católicos devem votar no aborto e os católicos devem fazer isso se não quiserem ter remorsos para sempre e ainda serem excomungados. A Santa Máe Igreja está a dar-nos o caminho. Quem não os egue será perdoado por Deus mas não pelos homens. Queremos uma Igreja assim em Portugal e um PORTUGAL MAIS PRÓVIDA.
Sobre o circo tem toda a razão. Defendo o mesmo em coerência.
ResponderEliminarO Senhor Bispo de Braga é que parece que não tem coerência. Só fala quando o tema é sexo. Porque será?
Eu já li a notícia, e não vi qualquer referência aos pais da criança. Aliás nem sei se será órfão. Portanto, não posso estar a dizer que agiram mal.
ResponderEliminarO que posso dizer é que é errado uma criança estar naquele «espectáculo». Como também é, pelo menos para mim, errado estarem noutros espectáculos, independentemente de socialmente serem bem aceites.
O que não me dá o direito de estar a julgar aqueles pais, muito menos de generalizar logo para «todos os pais decidem mal». Que foi o que o Pedro Morgado fez. Nem caso que nem se sabe os contornos familiares, julgar os pais, e neste julgar todos.
Não me parece muito correcto.
Quantos às idades, volto a sublinhar: para mim, naquele comentário, não estava em questão a idade dos filhos e o grau relativo de responsabilidade por parte dos pais. Concordo que o possa fazer, mas não como resposta a um comentário no qual eu nem sequer estou a ter isso em conta.
Caro Miguel Braga,
ResponderEliminarSe ler o que eu escrevi há-de encontrar a expressão «estes pais». Não vejo como isto possa ser uma generalização.
Se for possível anular o meu último comentário agradecia. é que troquei os sousas...
ResponderEliminarAnulado.
ResponderEliminar«Há uma corrente de pensamento muito católica que entende que os pais devem poder decidir (quase) tudo sobre a vida e a educação dos filhos. Como se comprova pela notícia, estes pais tinham decidido muito mal no que respeita aos Direitos da Criança».
ResponderEliminarCopiei para não deixar dúvidas. Não é preciso ser mestre em lógica para perceber a sequência: alguns defendem que os pais (todos) devem decidir (quase) tudo > estes decidiram mal > logo...
«O Senhor Bispo de Braga é que parece que não tem coerência. Só fala quando o tema é sexo. Porque será?»
ResponderEliminarSe calhar porque o Sr Bispo entende que um assunto é bem mais importante que o outro. Ou o sr João Sousa entende que estão os dois no mesmo patamar?
Logo, há assuntos em que o Estado deve assumir a defesa do interesse das crianças. O que se aplica à garantia da sua segurança (como sucede neste caso) e à garantia de uma educação verdadeiramente holística, independentemente das crenças políticas ou religiosas dos pais.
ResponderEliminarO Senhor Miguel Braga lá sabe se o sexo é mais importante que a segurança. Para mim não é.
ResponderEliminarAcho que esta frase resume tudo: «há assuntos em que o Estado deve assumir a defesa do interesse das crianças. O que se aplica à garantia da sua segurança (como sucede neste caso) e à garantia de uma educação verdadeiramente holística, independentemente das crenças políticas ou religiosas dos pais.»
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1387467&idCanal=62
ResponderEliminarA criança é inimputável porque tem 11 anos e quer mate ou não mate o touro, não responde por ela.
Nem os pais respondem por si próprios, está visto.
O estado decide tudo?
ResponderEliminarO parecer da CPCJ de Lisboa baseou-se num parecer de um médico pediatra que alertava para os riscos físicos da criança, "desproporcionalidade entre um animal de 160 a 260 quilogramas e uma criança de 11 anos" e não num critério de juízo sobre o valor ou desvalor do espectáculo em si ou da generalidade do papel que o jovem iria desempenhar.
ResponderEliminarMisturar uma reflexão da Igreja sobre a Educação Sexual e o papel dos pais com o caso em questão parece-me um abuso e um absurdo.
Tiago, Qualquer crítica a uma posição da ICAR parece um absurdo.
ResponderEliminar«se não me engano do próprio Pedro Morgado, dizia-se que os adolescentes não são ignorantes ao ponto de não poderem decidir sobre as suas coisas, isto a propósito da educação sexual nas escolas. Mas este adolescente não decidiu também por si participar na «bezerrada»? Ou foram os pais que o obrigaram a ir?»
ResponderEliminarFui eu que escrevi esse post. Não creio que colocar uma criança, ou ela colocar-se por "sua própria vontade", à frente de um touro com umas centenas de kg a mais seja comparável com a educação sexual. De resto, não vê crianças de 11 anos a reivindicar a educação sexual. Nesse post, se bem me recordo, fiz referência aos diferentes graus de maturidade. Ter 11 anos não é o mesmo que ter 13, 15 ou 17.
Ou seja, só lhes reconhecemos capacidade para decidir sobre determinadas matérias. Umas mais importantes, como a educação sexual, mas não noutras menos importantes, como participar ou não numa «bezerrada».
ResponderEliminarNa minha opinião, quer elas tenham 11, 15 ou 17, precisam sempre de «ajuda», a lei chama-lhe tutor.
Mas quando dizemos que não precisam, não podemos querer selectivos naquilo que achamos que precisam ou não. Claro que vai ser inteligente e compreender que não estou a falar de matérias como a roupa que vestir, ou coisas do género.
Caro Miguel, a própria lei, de forma dispersa, transparece esses diferentes "graus" de maturação que a própria sociedade reconhece. De qualquer forma, releia o meu post e perceberá o que penso sobre isso. Friso qb esse aspecto.
ResponderEliminarEm particular: «Por um lado, consigo compreender a posição dos pais se aplicada à fase inicial da adolescência». Reafirmo-o, mas isso não inviabiliza a minha concordância com o Pedro. "Consigo compreender", quanto à educação sexual.
Mas neste caso está em causa a integridade física - e a vida - da criança. Há pais que não é por terem mais de 18 anos que são responsáveis. Não me surpreenderia nada se estivessem a explorar, financeiramente, o sucesso do rapaz. Assim, como referi, não existe comparação possível entre isto e a educação sexual.
Caro Jorge Sousa,
ResponderEliminarNão deve ter lido todos os meus comentários. Resumindo: não concordo com a participação do miúdo no referido «espectáculo»; não percebo o porquê da referência a uma «corrente de pensamento muito católica», neste contexto; não é pelo facto de uns pais decidirem mal que se pode deduzir que todos decidem mal, logo o melhor é o estado a assumir tudo. Foi isto resumidamente que eu disse. E em razão desta dedução (todos decidem mal), eu fiz a referência ao seu post sobre adolescência que é capaz decidir, para mostrar que aqui está um caso em que o adolescente não decidiu bem, logo todos decidem mal.
Também existem correntes demasiado anti-católicas...
ResponderEliminarCaro Miguel, de facto não li. Apenas comentei porque fez referência ao post que eu escrevi. De facto há uma corrente católica que entende isso, mas não me parece que todos os católicos a sigam. De qualquer forma, quanto à decisão do adolescente e à sua maturidade, já disse o que tinha a dizer. Nisso, discordamos.
ResponderEliminarCaro Miguel Braga,
ResponderEliminarSintetizou bem o que pensa mas ainda não discordou do essencial que escrevi ali acima.
«Logo, há assuntos em que o Estado deve assumir a defesa do interesse das crianças. O que se aplica à garantia da sua segurança (como sucede neste caso) e à garantia de uma educação verdadeiramente holística, independentemente das crenças políticas ou religiosas dos pais.»
E neste caso o essencial NÃO é invisível aos olhos :)
Um abraço,
PM
Existem demasiadas correntes anti-católicas e deviam ser ilegalizadas.A Igreja deveria voltar a ter uma palavra nas decisões politicas como legitima representante da tradiçao secular e das crenças dos portugueses. Não me conformo enquanto o parlamento permitir que leis anti-catolicas sejam aprovadas.
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