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A vitória, nestes casos, é de quem a apanhar

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O PS sofreu hoje uma grande derrota: primeiro com a elevadíssima abstenção, depois com a constatação de que as sondagens estavam erradas. Apesar de esperada uma descida substancial em relação a 2004, os 26,6% são um resultado fraquíssimo e os cerca de 5% de distância em relação ao PSD serão, concerteza, muito difíceis de digerir.

Por outro lado, o PSD foi incapaz de aproveitar o descalabro socialista e, apesar de ser o partido mais votado, não é, nem de perto de longe, o vencedor da noite eleitoral: objectivamente, os 32% só convencerão os sociais-democratas que esperavam um mau resultado do PSD.

A verdade é que são os partidos de esquerda os grandes vencedores da noite, já que somados (CDU e BE) crescem mais que a soma de PSD e CDS. Os dois partidos de direita, aliás, ganham apenas cerca de 6,8%, enquanto BE e CDU sobem 7,4% em relação às últimas eleições europeias. Esta diferença, apesar de não chegar a 1%, acaba por representar uma vitória, que apesar de ligeira, é bastante objectiva: os dois partidos de esquerda (e neste caso o mérito é essencialmente do BE) ganham dois deputados, enquanto PSD e CDS ganham apenas um.

Aumentam também os votos nos pequenos partidos que ultrapassam os 5%, ainda que todos somados não cheguem ao número de brancos e nulos, algures pelos 6,6%. E também estes números merecem reflexão: entre a possibilidade defendida por algumas pessoas de representar democraticamente os votos brancos com cadeiras vazias no parlamento, ao convite a que os partidos com recorrentes maus resultados se convertam de partidos em movimentos.

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