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Desiguldade no Ensino Público

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No início do ano lectivo, o professor A tem melhor classificação que o professor B para ensinar Matemática. Nem um nem outro são colocados no Concurso Nacional de Professores, contudo o professor B é convidado por um Bispo para leccionar Educação Moral e Religiosa Católica a partir do mês de Setembro. Já o professor A acaba por conseguir uma vaga de substituição de outro docente de Matemática em Dezembro. No ano seguinte, o professor B passa a ter melhor classificação que o professor A nos concursos públicos a um lugar de ensino da Matemática.

Para evitar situações de injustiça e desigualdade como a descrita, parece-me evidente que o tempo de serviço no ensino da Educação Moral e Religiosa Católica ou de qualquer religião não pode ser considerado para efeitos de concurso a outra disciplina.

29 comentários:

  1. É como os meninos que compram as notas nas escolas privadas para entrarem em medicina.
    E depois há outros que não têm dinheiro e não entram.

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  2. Em Medicina e nos outros cursos todos.

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  3. «Para evitar situações de injustiça e desigualdade como a descrita, parece-me evidente que o tempo de serviço no ensino da Educação Moral e Religiosa Católica ou de qualquer religião não pode ser considerado para efeitos de concurso a outra disciplina.»

    Sendo assim, tanto vale para Educação Moral e Religiosa (de qualquer confissão) como para outra qualquer matéria de ensino. Ou não?

    E se o caso, apresentado, o "professor B" leccionasse Biologia? O resultado não seria o mesmo? Claro que sim.

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  4. Caro Marco,

    Confesso que não estou muito a par do funcionamento destes concursos. Contudo, a questão da educação religiosa está à margem das outras disciplinas porque os professores são colocados por nomeação e não por concurso. Assim sendo, não está ao alcance de todos ter as virtudes que os Bispos consideram na nomeação desses docentes.

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  5. Concordo inteiramente.
    Aliás, sou da opinião de que o ensino de Educação Moral e Religiosa Católica não devia ser considerado para efeitos do que quer que seja. Nem sequer devia existir.
    Portugal é um país laico.

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  6. Por essa ordem de ideias, também não é justo que Formação Cívica, Estudo Acompanhado ou Área de Projecto contem, dado serem disciplinas muito mais fáceis de ensinar que Matemática...

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  7. Caro TMR,

    A questão não se prende com facilidade mas com igualdade no acesso.

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  8. Claro que disciplinas como estudo acompanhado, etc, devem contar para tempo de serviço... Quando se é colocado numa escola o professor não tem opção de escolha... Lecciona as turmas e as disciplinas que lhe são atribuidas!! Assim, um professor não têm culpa se lhe são atribuidas disciplinas como estudo acompanhado, etc... E isso de serem mais fáceis é muito relativo... Eu continuo a preferir leccionar FQ:) De longe...

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  9. Desigualdade um caneco!

    Todo o concurso de professores é uma fraude, beneficia quem se forma nas privadas.


    Desigual, desigual é o acesso ao ensino superior, como referiu alguém nos 1.ºos comentários, com os meninos dos colégios a ultrapassar os das escolas públicas. Com isso o Pedro Morgado não se preocupa, mas um detalhe de um concurso soviético mais a lado religioso da questão justuficam um post.

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  10. O meu colega anterior não deve ser grande professor para desqualificar os outros cursos relativamente a Medicina... Que eu saiba, os meninos dos colégios privados vão para todos os cursos e não apenas para Medicina. Será que o meu colega anterior tem um trauma?

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  11. Não compreendo o que um assunto tenha a ver com o outro! Falava-se em desigualdades no concurso de professores e já se fala nas diferenças entre ensino público e privado. Em primeiro lugar, gostava de referir que não existe em Portugal nenhum curso de Medicina em universidades privadas. Ensino privado e público são sim coisas diferentes mas, muitas vezes, quem fala de desigualdades entre "os meninos ricos" das privados comparativamente com os das públicas, não conhece a realidade das privadas. Façam contas e reparem se vale a pena entrar numa universidade longe da nossa localidade e ter tanta despesa ao fim do mês ou antes pagar uma proprina numa privada perto de casa onde, muitas vezes, o ensino é muito mais próximo do aluno (porque não são muitos)e assim mais eficaz .

    Pensem antes que o que está mal não é o dinheiro dos "meninos ricos" mas o sistema de ensino público em Portugal.

    melhores cumprimentos,

    Filipa

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  12. Caro Pedro Morgado anda a ler o blog Diário Ateísta?
    Falam tanto em igualdade... Mas um professor que lecciona Religião e Moral é menos digno que um outro qualquer? Se é, então porque razão não há-de contar o seu tempo de serviço como outro qualquer? Se não é tão digno, então digam-no. E já agora quem é que garante que um concurso público é mais justo que uma nomeação? Só quem não está dentro dos concurso públicos é que faz uma afirmação destas. Mas já agora se são tão justo, porque razão em todas as colocações há sempre milhares de professores a protestar?
    Mas se está preocupado com injustiças, porque não levanta o caso daqueles que exercem, por exemplo funções de vereador numa autarquia. Sabe que, durante o tempo que um professor está a exercer essa função o tempo conta a dobrar? Ou seja, 4 anos numa câmara conta como se leccionasse 8 anos, sem sequer ter entrado numa escola? Quer dizer que a política é mais digna que um professor que moira todos os dias a dar aulas?
    Haja decência... e não manifestam algum complexo ou perturbação quando se trata de falar de religião..

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  13. Caro Miguel Braga,

    1. Não se trata de uma questão de dignidade, mas sim de igualdade. Quanto a mim, as aulas de Educação Religiosa não deviam ser ministradas no ensino público, mas isso é outra discussão.

    2. Quanto aos vereadores das autarquias e deputados estamos plenamente de acordo. Alguma vez eu disse que os seus benefícios eram justos? Contudo há uma diferença fundamental: qualquer um pode concorrer ao lugar de vereador mas nem todos podem ser nomeados por um bispo para leccionar educação religiosa. Consegue perceber a diferença?

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  14. Prof Público 2, eu nem sequer me referi a Medicina.


    Mas confesso que não percebi a sua frase.

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  15. Caro Pedro Morgado
    Qualquer um pode concorrer a aulas de Religião e Moral. mas é como tudo, tem de ter o curso. Da mesma forma tb posso dizer que não é justo eu não poder concorrer a um lugar de médico num hospital, simplesmente porque não tenho o curso de medicina. Como em tudo as habilitações é que determinam o acesso a profissões. Claro que me pode dizer que há professores de matemática a dar aulas de Moral, o que eu não acredito muito. Mas eu tb posso dizer, e porque o sei por casos concretos, que há pessoas que tiraram um Curso de Contabilidade no IPCA e hoje são professores de matemática...

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  16. O sistema está feito par enganar parolo.O que não realidade funciona é o cartolanço,compadrio e sobretudo o cartão.Se for da maçonaria ou da opus dei é tiro e queda.Se for dos partidos é igual. Há alguns por mérito para esconder o sistema e todo o resto é paisagem.Ainda dizem que não ser inscrito na legião,seja ela qual for ,que não dá resultado.

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  17. Caro Miguel Braga,

    "Qualquer um pode concorrer a aulas de Religião e Moral." Não há qualquer concurso mas sim uma nomeação.

    Mais, eu conheço professores de Português que deram aulas de Religião e Moral. E não tenho conhecimento de qualquer curso de ensino superior específico para que estivessem a dar essas aulas.

    O ensino de Religião e Moral tem características especiais e por isso é que as colocações estão, como devem estar, nas mãos dos Bispos e não do Ministério da Educação.

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  18. Desconhecia esta pouca-vergonha. Quem quer dar moral que dê, mas eu não quero pagar isso com os meus impostos.

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  19. O curso é ministrado por uma universidade reconhecida pelo Estado, e está aberto a todos, independentemente se ser católicos ou não, pode informar-se na Universidade Católica.
    Quanto à nomeação o concurso: o que diria o Pedro Morgado ou muitos outros que conheço sobre o facto de estar o estado a organizar concurso para aulas de religião e moral?
    E se não concorda com os benefícios dados aos professores que exercem cargos públicos, já aqui alguma vez o denunciou? OU posso deduzir da sua parte uma certa perseguição a tudo o que lhe cheira a religião?
    Tratar tudo de modo igual é claro como a água que não trata.
    Já agora se o importuna muito as aulas de moral, porque razão não importuna os impostos cobrados aos professores das mesmas? Não é dinheiro «de sangue»?

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  20. Caro Miguel,

    1. Reitero que há professores de Religião e Moral sem esse curso. Conheço pessoas nessa condição, ok?

    2. Não consegue demonstrar, porque é impossível, que todos os cidadãos estão em igualdade de circunstâncias no acesso à leccionação dessa disciplina.

    3. Se eu denunciasse todas as coisas com as quais não concordo não tinha tempo para fazer mais nada na vida a não ser escrever.

    4. «os impostos cobrados aos professores das mesmas» são mais do que justos. Aliás, eu discordo que o Estado pague esses professores. Mas pagando-os, não posso concordar que os coloque em situação de privilégio comparativamente com todos os outros.

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  21. «Não consegue demonstrar, porque é impossível, que todos os cidadãos estão em igualdade de circunstâncias no acesso à leccionação dessa disciplina». Não o sabia tão dogmático... Já lho disse que qualquer um pode tirar o curso de Ciências Religiosas (habilitação para professor de Religião e Moral.
    Eu não lho disse que não há professores sem esse curso a leccionar. Como tb o disse que há professores de matemática que nunca tiraram o curso de matemática. Alguém no meio do processo de colocação ou concurso, respectivamente, os considerou com «habilitações», o que é muito típico em Portugal, em todas as áreas...
    Dizer que os casos com os quais não concorda são tantos que não pode falar de todos, é uma daquelas boas desculpas, mas que eu até concordo... Mas que é público e notório que vira sempre para as mesmas, isso tb é claro para mim... Podia variar um pouco, e dar espaço para outras denúncias.
    Mas eu tb já reparei que, neste blog, quando não é o sr a colocar os textos, e sobre determinados assuntos, isto fica muito paradinho... Daí que até possa entender a «cisma», é o que «vende»... (não se zangue comigo, é a minha constatação»...)

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  22. Caro Miguel Braga,

    Penso que é justo reconhecer que tenho dado espaço a muitas outras denúncias. Além do mais são 142 posts sobre religião num total de 2762.

    Um abraço,
    Pedro Morgado

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  23. Pedro não se esqueça que coloca que muitos posts que, não sendo classificados como «Religião», são «ligados» a esta.

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  24. Mas mesmo assim, ainda dá uma boa percentagem. Tratando se um «bando» de pessoas que vivem «fantasiando» e obrigando os outros a acreditar nestas...
    Por curiosidade podia dar-me a classificação, por posts, dos assuntos mais abordados por si?

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  26. Intolerância Religiosa + Religião = 197.
    Parece-me uma boa classificação no seu ranking...

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  27. Caro Miguel Braga,

    Há pelo menos 35 posts que partilham as duas tags. E muitos dos posts sobre religião referem-se aos Muçulmanos.

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  28. Amanhã ou depois vou comentar esta matéria no meu blog. Choca-me a ligeireza com que se tratam estas matérias. A Educação Religiosa é basilar na formação das nossas crianças e dos nossos jovens. Não só deveria ser obrigatória como também contar para o acesso ao Ensino Superior. Deus tem que estar presente em todos os sectores das nossas vidas, muito em especial das vidas das nossas crianças e jovens. O melhor que lhes podemos dar é a educação e essa educação tem que ser baseada nos valores seculares e naturais da Santa Igreja.
    Os professores desta disciplina devem ser, como são, pessoas de carácter excepcional e saberes inexcedíveis. Como tal, deviam estar isentos de todo e qualquer imposto e preceder todos os colegas em qualquer concurso público. Uma sociedade sem valores não tem respeito por si própria e quem despreza os professores de Educação Religiosa ainda há-de comer o cuspo que saliva.

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