Circulamos Embolsados
Circulamos embolsados
em automóveis de luxo
Nas portas surdas
os fechos
são linhas a níquel a traçar o limite
dos peões ocasionais
O espaldar desune
anula o solavanco
reduz a área exposta
Esguichos lavam
pára-brisas que a gargalhada abaula
Clareiam as estradas
Só o retrovisor
Lembra o caminho andado
a um olho reflectindo
de quem guia
Trémulo o chassis
pressagia
as roturas
os sulcos dos freios
a divulgação do desastre
Mas real e criada
no bolso de Picasso
uma pomba de bico florido
suja por inocência os tejadilhos.
Sebastião Alba, O Ritmo do Presságio
a incapacidade dos técnicos e politicos fazerem cidade para as pessoas é inacreditável. tenho vergonha dos meus "colegas" de profissão que se vergam perante vontades e interesses politicos maiores, vitimando indirectamente pessoas e directamente diminuindo a qualidade de vida de todos os bracarenses. estamos condenados nesta cidade de treta (porque isto não é uma cidade no seu sentido e significado) a viver durante várias décadas dependentes do meio de transporte automóvel para micro deslocações.
ResponderEliminarrp
Sobre Sebastião Alba. A vida é traiçoeira e manhosa.
ResponderEliminarMuitos daqui, onde me incluo, fugiam desse senhor mal vestido e mal lavado que queria uns trocos para comprar vinho. Hoje estamos aqui a recitar poemas desse senhor e a defender algo que seria da "terra".
Para pensar...eu pelo menos aprendi alguma coisa