Decorre até amanhã, na Universidade do Minho, o X Congresso Luso-Afro-Brasileiro de Ciências Sociais. Com mais de mil e duzentas comunicações em apenas quatro dias, este evento assume-se como um dos mais importantes marcos do calendário das ciências sociais em língua portuguesa.
Não fosse o facto de a Reitoria da Universidade do Minho ter virado costas à organização, pouco haveria a registar para além dos habituais louvores e elogios à organização e à qualidade das apresentações.
Numa atitude incompreensível, a Reitoria chegou a negar até a simples cedência de instalações. Por esta razão, chegou a ser ponderada a deslocação do evento para a Universidade Técnica de Lisboa, que oferecia à organização as instalações e o equipamento necessário ao congresso.
E se, pelo menos no que concerne ao uso das instalações, a Universidade do Minho reconsiderou, o mesmo não se pode dizer - até ao momento - da taxa de 15% sobre as inscrições e patrocínios.
Apesar de Carlos Silva, coordenador da Comissão Científica do Congresso, rejeitar a ideia de que foram motivações políticas (referindo-se ao facto de ser militante comunista) as que estiveram por trás deste estranho comportamento da Reitoria, parece evidente que as Ciências Sociais continuam a ser parente pobre da Universidade do Minho, quiçá por questões de política interna - já que o Instituto de Ciências Sociais da UM se tem afirmado como um dos núcleos mais fortes de oposição à Reitoria da universidade.
Não deixa de ser irónico, diga-se: os muros que antes separavam a universidade do exterior parecem agora servir para segregar no seu interior.
Se é assim, começo a compreender a falta de organização que tem rodeado todo este evento. Tenho participado em diferentes congressos e até ao momento nunca vi tal organização.
ResponderEliminarSalas sem ninguém, alterações de salas sem aviso prévio, falhas nos livros de resumos (autores, comunicações, posters, etc).
E isto, só nas que eu estava envolvido...
Esta equipa reitoral e o seu digníssimo Reitor hão-de levar longe, muito longe, a mui digna Universidade do Minho.
ResponderEliminarMuito longe, desbravando, de permeio, novos caminhos no que à liberdade de pensamento e expressão diz respeito.
Afinal, não somos todos filhos de Abril?
Essas taxas de 15% parece-me que já são habituais.
ResponderEliminarMas esse problema até era relativamente fácil de contornar.