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A Oeste do Genocídio [3]

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«Ontem a ONU revelou, entre outros casos, que as Forças Armadas israelitas bombardearam uma casa na Faixa de Gaza onde os próprios soldados de Israel tinham colocado, no dia anterior, cerca de 110 palestinianos, sendo 50 crianças, supostamente para estarem em segurança. No ataque morreram 30.» [JN]

O modus operandi do exército israelita assume a cada dia contornos semelhantes ao que tanto se abomina na história bélica. Mesmo com a romântica divisão de catálogo entre civis e militares, as baixas são transversais e inevitáveis. Na confusão, a solução seria - chamem-lhe utopia - alguma das partes terminar a escalada de violência, que a cada tiro encontra menos razão que a justifique. Enquanto isso, os moderados, com quem Israel se poderia sentar, perdem influência numa sociedade crescentemente envenenada de ódio a uma nação que não consegue, nem por um momento, contrariar a máscara de guerra com que foi fundada. Só por aí, Israel há-de ser sempre um Estado sem paz e sem futuro, a não ser que faça por eliminar tudo à sua volta. O trágico é não faltar gentinha que não veja nenhum problema nisso.

7 comentários:

  1. É caso para dizer: Hitler estás perdoado...
    Isto que se está a passar é um massacre, estão a destruir bairros inteiros, nada de ataques cirurgicos a alvos militares...
    Os últimos a quererem fazer um holocausto são os que o promovem.
    Nem com Obama isto vai ao sitio, claro!
    Não ignoro o problema na região, todavia!Agora os Palestinianos é que foram invadidos e os israelitas é que foram conquistadores à revelia do direito internacional.
    Israel era um pequeno país há 50 anos que beneficiou ilegitimanente da passividade das superpotências,maxime USA...

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  2. É curiosa a interpretação dos factos que tem sido feita por parte dos media portugueses. Por exemplo, esse mesmo artigo do JN refere umas declarações de uma ex-juíza do TPI, actualmente representante da ONU. Se é verdade que ela refere a possibilidade de crimes de guerra/contra a humanidade, ela, obviamente, não comete a imprudência de dizer que é Israel ou que é só Israel que os está a cometer. Pede ela, que se faça uma investigação credível e independente. No meio "comentarístico" português, até já o Daniel Oliveira parece estar a perceber que pouco ou nada realmente se sabe, sobre o que se passa em Gaza (http://arrastao.org/sem-categoria/testemunhas/). Sabe-se que têm morrido pessoas. Mas não se sabe porque morreram, como morreram e quem é realmente responsável. Não havendo relatos fiáveis, a fronteira entre a intenção de genocídio e a utilização de escudos humanos é muito ténue. Imperceptível.

    Por exemplo, o caso da escola bombardeada reflecte bem essa situação. Vale zero a declaração da ONU de que investigou posteriormente se, num determinado momento, teriam lá estado ou não militantes do Hamas. Zero. É óbvio que eles não íam ficar lá à espera. É óbvio que se a ONU não sabe o que se passa nos seus próprios edifícios e tem de "investigar", para chegar a uma qualquer conclusão, então não sabe grande coisa. A desinformação é muito bonita. Aliás, já a vimos em guerras passadas, com a diferença de, por vezes, nos ser perceptível, de imediato, que era realmente pura desinformação, como no famoso caso do Iraque e do seu ministro. A própria diferença, durante muito tempo, de tratamento noticioso entre a Europa e os EUA quanto às guerras do Afeganistão e Iraque, podendo não se considerar desinformação, mostra perfeitamente como "factos" podem ser interpretados e noticiados de maneiras diferentes.

    Aqui, como já disse, pouco ou nada se sabe, para além do facto de pessoas aparecerem mortas. Certo é que os meios de comunicação social conseguem chegar a conclusões. Conclusões santificadoras, como se houvesse um lado bom e um lado mau. Percebe-se, através de notícias, como esta do JN, como em muitas outras, que o Hamas é uma virgem inocente. Ora eu sei que isso não é verdade, como sei que Israel também não o é. É uma triste figura a que tem feito a comunicação social. O facto de Israel não abrir as portas à entrada dos jornalistas, só por si, suspeito que seja motivadora desta tendência interpretativa.

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  3. Será que me podem fornecer o link onde se encontra a declaração original onde a ONU arrasa estratégia de Israel?

    É que a notícia não refere nada sobre isso.

    Obrigado.

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  4. A notícia do JN não merece a mínima credibilidade.

    Infelizmente o jornalista põem palavras como se fosse ditas pela ONU quando não existe um único comunicado a referir isso.

    O que existe é este comunicado de 09 de Janeiro:

    http://www.un.org/apps/news/story.asp?NewsID=29501&Cr=Gaza&Cr1=

    que diz:

    "9 January 2009 – The top United Nations human rights official today proposed a mission to assess violations and possible war crimes committed by both Israel and Hamas in the Gaza conflict, and called for immediate implementation of a ceasefire."

    O resto é "liberdade jornalística".

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  5. Claro. Na liberdade jornalística, vale pensar que isso é completamente absurdo. De verdade, Israel anda a distribuir caramelos...

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  6. É uma forma de ver as coisas ... dizer que a ONU diz isto e aquilo só porque é isso que nos queremos que ela diga ... então venham os caramelos.

    Cada um come aquilo que gosta.

    Fico a aguardar - pelo vistos sentado - para saber quais as fontes da notícia.

    Um abraço.

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