«Todos os anos fazemos um passeio/convívio recreativo ao Santuário de Fátima, mas não é verdade que se trate de um passeio religioso. Ninguém é obrigado a entrar no Santuário para qualquer acto religioso. As pessoas fazem o que bem lhes apetece na cidade» [Leonel Rocha, Vice-Presidente da C. M. Famalicão]
Se o passeio não é religioso, quais as motivações para a autarquia promover anualmente uma deslocação dos cidadãos idosos do concelho a uma cidade cujo único pólo de interesse é um santuário?
O autor do post omite (deliberadamente?) a explicação que se segue, em que o autarca afirma que, depois de sondados, são os próprios idosos quem pede "por esmagadora maioria" que o destino seja Fátima.
ResponderEliminarO que se diria se os idosos pedissem para ir ao Portugal dos Pequenitos e a Câmara os obrigasse a ir ao Templo de Diana?
Mantenho a pergunta que fiz há uns tempos: porque é que as autarquias não financiam as viagens dos cidadãos à Festa do Avante ou ao Concerto da Madonna?
ResponderEliminarNa próxima Festa do Avante!, vá até aos parques de estacionamento e constate quais são os autocarros com identificação camarária que lá estão.
ResponderEliminarEste ano, assim de repente, devia lá estar meio Alentejo, mas também vi de Santarém (maioria PSD) e de Cascais (!!!). Imagine só...
Quanto ao concerto da Madonna não sei... mas mais de metade dos concorrentes do Preço Certo aproveita para agradecer à Câmara a deslocação a Lisboa para a participação no programa.
E se for ao Jardim Zoológico de Lisboa durante a semana, também lá vê grandes quantidades de autocarros de autarquias de todo o país. OU junto à sede das Testemunhas de Jeová, em Carnaxide, ao Sábado.
Como vê, tem muito por onde escolher!
Mas será que os locais religiosos devem estar de fora dos roteiros deste tipo de viagens?
ResponderEliminarO fundamentalismo não está apenas na religião.
Tendo em conta que 80% dos monumentos nacionais têm cariz religioso, então os idosos devem ficar-se pelos casinos (?).
Caro João,
ResponderEliminarFátima não é monumento nacional e ninguém aqui questionou o facto de se visitarem monumentos religiosos mas antes o facto de se pagarem viagens religiosas com o dinheiro dos impostos.
Não é monumento nacional mas é um dos locais mais procurados turisticamente.
ResponderEliminarE se os utentes optam por fazer a viagem a Fátima qual o problema?
Então se em vez de irem a Fátima imaginemos que iriam ao Portugal dos pequeninos. Será que a questão dos impostos ainda se colocaria?
O Estado é laico mas as pessoas podem não ser.
Já pensaste que caso o Estado proibísse os munícipes de irem a Fátima num passeio deste género estaria a violar o princípio de liberdade religiosa?
E quem nos diz que todos vão a Fátima com intenções religiosas?
E só uma mente muito esforçada conseguiria colocar em causa a laicidade do Estado devido a estes passeios.
Qualquer constitucionalista medíocre rir-se-ia destes argumentos.
Caro João,
ResponderEliminarSei que lê o meu blogue regularmente, portanto só por distracção está a ignorar o que já escrevi aqui sobre o assunto das viagens pagas pelas autarquias. Sou contra independentemente do destino.
Neste caso, apenas estou a denunciar a forma como a autarquia nega o inegável: a viagem é religiosa. Ponto final.
Coincidência ou não, este já é o segundo post seguido sobre o tema.
ResponderEliminarConsidero que os mais desfavorecidos devem ter estas oportunidades e sei que muitas viagens não ocorrem apenas em vésperas de eleições.
E se falassemos das obras que inundam as nossas cidades antes das eleições?
Com o prejuízo de custarem milhões ao contrário das tais excursões.
Não é sagrado, mas profano.
E passeios de apoio à candidatura do António Costa (quem é o senhor?) à CM Lisboa pagos pela CM de Cabeceiras de Basto?
ResponderEliminarAh?... coisa esperta... a fazer festinhas em Lisboa com o meu dinheiro e nem me convidam, pá... porreiro!
Alguém foi chamado à pedra? Não.
A democracia portuguesa está então de parabéns, defunta mas de parabéns.
Deve ser para fazer umas corridas de bicicleta ou fazer umas piruetas de skate. Desporto radical sénior. ;)
ResponderEliminar«Sei que lê o meu blogue regularmente, portanto só por distracção está a ignorar o que já escrevi aqui sobre o assunto das viagens pagas pelas autarquias. Sou contra independentemente do destino.»
Sabias que a UE paga (ou subsidia fortemente) viagens a estudantes universitários? Claro que no Minho (e talvez Portugal em geral), isso só chega a alguns... os que disso fazem modo de vida e carreira.
Não se trata de ser um passeio a Fátima...
ResponderEliminarAté podia ser à Malafaia...
Mas está para aparecer um politico camarário que diga pura e simplesmente que quem quisesse passear que pagasse...
São todos uns filhas da mãe e a conquista dos votos inebria-os...
Mas há uns que abusam mais...
Já quanto à cedência de autocarro a colectidades para iniciativas culturais e desportivas parece ser uma questão diferente...
Mas as competências camarárias são cada vez mais largas e eu defendo que elas não podem ser gerais e abrangentes, devem ter contornos de atribuições e competências muito estritas...
Por exemplo, pagar para ter filhos e subsidiar mensalmente até X anos em zonas do interior, devia ser proibido..Isso é politica de carácter nacional e é o poder central que deve equacionar esta problemática...
Uma Câmara Municipal não deve ser um mini-governo central!Daqui a pouco até tem representantes seus no estrangeiro a concorrer com o Ministério dos Negócios Estrangeiros...
Agora vem a educação e a gestão do pessoal com mais uma brecha para recrutar pessoal à medida - as últimas cartolas - ...Uma pouca vergonha!
Este país já não tem cura...
E quando eu, apaixonado da politica, já digo que não vou votar mais, isso é preocupante...