Avenida Central

O Absurdo (Quase) Dispensa Comentários

| Partilhar
«Por isso, com todo o respeito pelas pessoas nascidas com esse defeito e, até, pelas que ali foram cair, não podemos concordar com a equiparação dessa união ao casamento legal. Seria até caso para exclamar a conhecida frase de um pensador: – "Quanto mais conheço os homens, mais amo os cães".» [Diário do Minho]

Cães! É isto que se lê no Diário do Minho pela pena de Carlindo Vieira. O assunto é, obviamente, casamento entre pessoas do mesmo sexo, esse fantasma que, qual obsessão, enevoa as mentes de um punhado de católicos sistematicamente alheados do amor que dizem fundear a sua própria religião.

O desfile de alarvidades é assustador e o excerto que acima transcrevi, entre outros que transbordam ódios inexplicáveis, só por enorme equívoco pode estar plasmado num jornal cujo estatuto editorial salienta que «está ao serviço de todo o homem e do homem todo e da construção de uma sociedade cada vez mais justa e mais fraterna, onde cada um seja respeitado na sua dignidade e nos seus direitos

A Igreja Católica, legitimamente avessa ao casamento homossexual, não pode rever-se nestes argumentos bárbaros nem permitir levianamente que as suas páginas sejam veículo para a difusão de ideias pretensamente científicas que instigam a discriminação desses tais homens que se amam menos do que cães. A não ser que os fins justifiquem os meios...

Também comentaram: Ana Matos Pires, Boss e CJT.

22 comentários:

  1. Fico enojado quando leio certas coisas no Diário do Minho. O que esse senhor escreveu é tudo menos catolicismo. Porque é que a Igreja pactua com isto?

    ResponderEliminar
  2. Pode até ser uma questão de Igreja, religião e catolicismo, tudo bem. Mas há coisas que não são normais, e casamento entre pessoas do mesmo sexo num país chamado Portugal não cai bem e ponto final. Não estamos preparados para tal lei, pura e simplesmente!! E sinceramente, este país tem muito mais cosinhas com que se preocupar!

    ResponderEliminar
  3. Liliana,

    1. O que é que isso que escreveste tem a ver com as barbaridades denunciadas no post?

    2. O assunto pode não ser uma prioridade mas a sua resolução não empecilha a resolução dos outros.

    ResponderEliminar
  4. Concordo em absoluto contigo.

    ResponderEliminar
  5. Correcção: a Liliana não está preparada. O resto de nós aqui, por exemplo, parece que estamos.

    Por exemplo, para mim, o que não é normal é a obsessão com o que os outros fazem na cama, e a ideia de que o Estado deve diferenciar as pessoas em função disso. Sei lá, não me cai bem.

    ResponderEliminar
  6. Esta é a contrapartida da sociedade de informação. Qualquer imbecil escreve a sua opinião para ser lida por toda a gente.

    No caso deste senhor em particular... é simplesmente triste que um tão pretenso católico venha proferir comentários tão insultuosos.

    ResponderEliminar
  7. Um texto daqueles só pode sair numa cidade troglodita como esta.
    Mas não são apenas os católicos ou religiosos que pensam assim.
    Há ódios de várias espécies e o Pedro ao atacar a igreja católica com esse fervor por vezes também cai no mesmo erro: extremismo.
    Vamos lá tentar convergir.
    Quanto ao texto, é ignorar.

    ResponderEliminar
  8. A propósito de Diário do Minho, e embora não relacionado com o tema deste post, apercebi-me hoje de um pormenor curioso.

    Na primeira página do DM vem anunciada a descoberta de um poço, nas escavações arqueológicas da Avenida da Liberdade, sobre o qual, e citando o jornal "a Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho remeteu-se ao silêncio. Em dúvida está a época em que o poço terá sido construído, desconhecendo-se se se trata de uma construção romana ou mais recente."

    Na edição impressa do JN, vem a mesma notícia, com a diferença de que, segundo este jornal, a Unidade de Arqueologia da UM confirmou tratar-se de um poço do século XIX.

    Estamos a falar de duas edições, de dois jornais diferentes, no mesmo dia (hoje), que dão informações contraditórias, sendo que o JN cita fonte oficial da UM...

    ResponderEliminar
  9. «Esta é a contrapartida da sociedade de informação. Qualquer imbecil escreve a sua opinião para ser lida por toda a gente.»

    Não. A Sociedade da informação é aquilo que nos dá a possibilidade de desmontar num blogue, num site ou num chat as imbecilidades que os cretinos sempre escreveram nos órgãos de informação oficiais.

    ResponderEliminar
  10. O fantástico disto é a naturalidade com que os conservadores sacrificam direitos alheios para satisfazer os seus egos inseguros e manter o seu nivel de conforto. Fantástico! O melhor era mesmo impedir as mulheres de trabalhar até todos os homens se sentirem confortáveis com a ideia pois afinal de contas isto é uma país chamado Portugal e não estamos prontos para estas modernices. Para não dizer que com a crise económica há coisas bem mais importantes que os direitos das mulheres.

    ResponderEliminar
  11. De facto esse argumento de uma sociedade não estar devidamente preparada é fabuloso! Estou aqui a ponderar se a revolução de Abril'74 não foi um enorme erro... já que a população portuguesa não estava preparada para ser livre.

    ResponderEliminar
  12. É mesmo um texto medonho...com argumentos vergonhosos...homofóbicos...etc...É triste sabermos que que se trata de um texto real...Pessoas que escrevem estas coisas não merecem sequer feedback...Pois é, a mudança de mentalidades é uma tarefa difícil...

    ResponderEliminar
  13. Imagine que a Diocese de Angra do Heroísmo tinha proibido que figurasse na primeira página do diário de que é proprietária a notícia do falecimento de um homem que toda avida foi contra a Igreja e que professou o Comunismo ateu, com base de que a Igreja Católica "não se pode rever" na figura de tal pessoa?
    O que diria? Censura! E diria muito bem.
    Mas o Bispo de Angra respeita a autonomia e independência da Redacção do jornal da sua diocese e a notícia da morte de Dias de Melo teve destaque de primeira página inteira. Tal como o Arcebispo de Braga, que não abre a boca para mudar uma vírgula que seja no DM, muito menos em artigos de opinião.
    Aliás... Se for rever as edições do DM dos últimos tempos, constatará que PCP e BE têm tido francamente mais divulgação das suas actividades do que a oposição de direita.

    ResponderEliminar
  14. Caro anónimo,

    O problema é que o texto fala em nome dos católicos num jornal católico. A correcção da posição ficava bem, digo eu...

    ResponderEliminar
  15. Caro anónimo (11.39),

    Não sei em que é que a minha crítica à Igreja pela conivência com uma opinião destas revela ódio...

    ResponderEliminar
  16. Será que a Lei não avança porque quem está no Governo e no Parlamento pensa exactamente ASSIM? Pois, parece!!! Como se diz em Itália Filhos de uma Minhota!

    ResponderEliminar
  17. Este senhor é padre, certo?

    ResponderEliminar
  18. "Não. A Sociedade da informação é aquilo que nos dá a possibilidade de desmontar num blogue, num site ou num chat as imbecilidades que os cretinos sempre escreveram nos órgãos de informação oficiais."

    Bem visto. Mas também dá a possibilidade de num blogue, num site ou num chat se extrapolarem ainda mais as imbecilidades desses cretinos.

    Espero que o espírito critico de quem usa estes meios seja já suficiente para que as palavras deste senhor caíam em saco roto e que não julguem todos os católicos à luz de tão infelizes comentários.

    ResponderEliminar
  19. O texto do Sr. Carolindo Vieira Cheira-me a obra-prima! Prémio Noooooobeeeel, já!

    ResponderEliminar
  20. E o aborto, é uma coisa natural? Não é e a lei foi alterada para o permitir. Sendo assim, ninguém pode alegar que a lei não pode ser alterada pois o casamento entre homossexuais é anti-natural.

    ResponderEliminar
  21. Pensava que o casamento também fosse um coisa anti-natural...
    Agora têm-se usado o argumento da constituição da família. A questão familiar já está protegida naturalmente. O Casamento serve para unir e proteger o casal.

    ResponderEliminar
  22. Meus caros, tanta discussão? Para quê? Querem mudar as leis naturais? Lá por haver uma pequena maioria que aprovou o aborto não quer dizer que este seja legítimo. É legal por uma lei feita pelos homens. Não pela lei natural e divina. Não acreditam? Claro que neste mundo temos os olhos muito baços para ver certas coisas com clareza.
    Um conselho: deixem que os porcos e porcas, os gatos e gatas, os cães e as cadelas e quejandos experimentem, primeiro, o "..........sexualismo". Nem sei que palavra utilizar! Porco-sexualismo? Gato-sexualismo? É complicado isto.
    Depois, os humanos que gostarem de tal coisa, peçam para fazer o mesmo com direitos legais. Mas não lhe chamem "casamento". Este termo já tem "direitos de autor" Chamem-lhe "coça-coça-a-ver-se-sai". Já agora procurem não confundir "penalty" do futebol com "penalty" bebida. É que a bola pode bater em sítio que magoe. De qualquer modo, por precaução, utilizem os métodos anti-conceptivos propostos pelos nossos educadores para a saúde: sexo seguro com .... preservativo. Tenham o cuidado em não o furar. Boa sorte. Ah... deixem o Sr. Carlindo em paz. É digno de respeito e admiração por muitíssima gente. Acreditem. Lá por escrever no DM, este não retira dignidade e competência aos seus escritos de opinião. Podia escrever em qualquer outro diário de maior tiragem que o DM. Teria a mesma competência e, quiçã, muitos mais admiradores. Aprendam a respeitar os mais velhos que já andaram o que vocês não sabem se vos será "dado" andar. Até neste aspecto deveriam dar graças a quem vos "deixou" nascer e Àquele que sustenta as vossas vidas mesmo sem n'Ele pensarem. Divirtam-se. Mas não ofendam. A maior parte das opiniões aqui expressas são ofensivas. Acham que têm o direito de o fazer? Dar a opinião sobre isto ou aquilo é legítimo e democrático. Insultar como muitos dos nossos governantes? Não. É soez. Com amizade pelo "homem" que, porventura, me vai ler, Costa Gomes

    ResponderEliminar

Antes de comentar leia sobre a nossa Política de Comentários.

"Mi vida en tus manos", um filme de Nuno Beato

Pesquisar no Avenida Central




Subscreva os Nossos Conteúdos
por Correio Electrónico


Contadores