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Processo de Regionalização em Curso

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Sou um regionalista convicto. Não porque sinta especial emoção em ter nascido transmontano e crescido minhoto, mas porque encaro a reorganização administrativa do país como uma oportunidade de promoção do desenvolvimento integrado do país. O modelo das 5 regiões (Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve) parece ser o que reúne mais consenso. Apesar disso, creio que não é o que melhor serve os interesses do país.

A propósito da proposta de criação de uma Região de Turismo única a Norte, ergueram-se várias vozes críticas que puseram em causa a pertinência do modelo apresentado. De entre os críticos, é essencial distinguir aqueles que, sendo regionalistas, pretendem um modelo alternativo dos que, sendo anti-regionalistas, não desperdiçaram a oportunidade para fragilizar o Processo de Regionalização em Curso. Seja como for, as resistências à criação de uma Região de Turismo única a Norte não devem ser ignoradas porque são um excelente balão de ensaio para o que sucederá no próximo Referendo. Se é um facto que alguns (nos quais me incluo) deixarão cair a bandeira das duas (ou três) regiões a Norte no momento de contar armas a favor da Regionalização, a verdade é que será por aí que os anti-regionalistas tentarão captar a simpatia dos regionalistas menos convictos.

Atente-se ao que escreve Paulo Saraiva Gonçalves no Notícia de Guimarães: «O meu maior receio, enquanto vimaranense, foi que ao avançar para uma regionalização ou uma descentralização, Guimarães continuasse ostracizada e alheada dos centros de poder e que essa tal mudança para nada mais servisse que não fosse alimentar outros egos, continuando a “engordar outros porcos”...»

Todos os receios são legítimos. No entanto, a menos que o (nosso) bairro seja o limite, a melhor forma de combater a ostracização e alheamento dos centros de poder é, precisamente, a Regionalização. Não fosse esta uma via, por excelência, de aproximar os cidadãos dos centros de poder.

15 comentários:

  1. Por essa opinião e por outras, não há nada para ninguém. Afinal, o que querem é ficar gordos e de cabela vazia.

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  2. O atraso do Norte, com excepção do Porto, não se deve apenas ao centralismo, mas às políticas locais e seus líderes. Excesso de conservadorismo reaccionário, beato e pouco esclarecido: os gordos locais são piores que os gordos distantes.
    Abraço

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  3. Eu defendo a Regionalização. E as cinco regiões.

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  4. Mais, tendo em conta a "evolução" do processo de regionalização em curso: PSD, logo se vê. E PS não sei quando será.

    Venham daí as 5 regiões.

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  5. Sou Nortenho convicto e defensor da regionalização. Defendo acima de tudo a descentralização e o fim da discriminação política, social, financeira e cultural a que o Norte tem sido devotado.
    O Sr. Saraiva de Sousa parece daqueles alfacinhas que fala de barriga cheia.
    É mais do que senso comum, que a pujança económica do país está a Norte, aliás, as maiores empresas portuguesas nascerem de homens do Norte e são lideradas por homens do Norte.
    No dia que o Norte usufruir das mesmas oportunidades que Lisboa, veremos. Só tenham medo que a capital mude cá para cima....ehehhe

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  6. O erro dos regionalistas é pensar que a regionalização lhes vai dar mais transferências do orçamento de estado e livre endividamento.Muito se engana quem cuida...Não posso compreender que a comissão de desenvolvimento da região norte não tenha visão estratégica que permita,hoje, obter, com o mesmo dinheiro, o mesmo que no futuro um governo regional não possa fazer.
    Hoje, então, em que as comunicações são on-line para tudo o mundo.Hoje A BOLA chega a Braga às 08H00 da manhã.Há 15 anos chegava às 16H00.Estamos todos à mão de semear.Agora já chego ao Algarve em 5 horas...

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  7. Qual regionalização qual carapuça.Autonomia para o Minho já....................

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  8. Só voto sim à regionalização, se a Capital do norte for Vila Real.

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  9. Por estes dias, olhar para os jornais é ainda mais deprimente do que o costume. As notícias dão conta de um país depauperado à espera do Quadro de Referência Estratégico Nacional (www.qren.pt).

    É ponto assente que Portugal aproveitou mal os anteriores quadros comunitários de apoio. A cada nova vaga de financiamentos comunitários ouvia-se o aviso de que era preciso gastar melhor as verbas, porque já havia no horizonte a nuvem negra do fim dos apoios.

    Só que os erros foram-se repetindo. Ludibriaram-se as regras. Alguns enriqueceram, mas o país ficou igualmente despreparado para enfrentar sem muletas os desafios de um mercado global.

    Agora está aí o derradeiro apoio, o mais gordo de todos, com mais de 21.500 milhões, para o período 2007-2013. O mais desconcertante é que estamos às portas de 2008 e preparamo-nos para abrir candidaturas para estudos que vão definir o que vai ser apoiado no âmbito do QREN, como é o caso da parceria que foi estabelecida entre as câmaras de Braga, Barcelos, Guimarães e Famalicão.

    Aposto que grande parte das candidaturas que vão ser apresentadas por esse país fora - e não me estou a referir às do quadrilátero – serão feitas em cima do joelho, para encher.

    Essas candidaturas são actualmente um argumento para anunciar obras. Vamos construir um hospital, vamos recuperar este edifício, vamos fazer uma estrada, anunciam. E depois, em surdina ou em letras muito pequeninas, como nos anúncios dos medicamentos ou dos empréstimos bancários, lá surge o “se obtivermos o financiamento do QREN”.

    Como me palpita que o dinheiro do QREN não chega para resolver todos os problemas do país, e muito menos para todas obras que já foram prometidas, teremos o futuro adiado pelo menos até lá para 2013, altura em que os políticos deverão começar a admitir que afinal não foi possível obter o dinheiro para a intervenção dada como quase certa.

    Este QREN pode ter, no entanto, a virtude de conseguir atenuar ódios de estimação e bairrismo bacocos. Como será privilegiado o âmbito supra-municipal, pode ser que uniões por interesse contribuam para, pelo menos, criar relações amistosas entre vizinhos.

    Só que o processo anda lenta, lentamente, como se vê pelas cautelas dos autarcas aqui da região, que fazem questão de dizer que todos mandam o mesmo. Ora, como toda a gente sabe, a falta de liderança tem sido um dos problemas do Norte em geral e do Minho em particular....

    Por estas e por outras é que em teoria concordo com a regionalização. Mas, depois, olhando para nos nossos políticos... Bem, o melhor é mesmo ir espairecer para a Fnac!

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  10. Concordo com a regionalização se a capital do Norte for Braga...

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  11. Como Dupond/Dupont, direi mesmo mais:

    Concordo com a regionalização se a capital do Norte for o meu umbigo.

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  12. E se não houvesse capital?

    O que me mete mais impressão é o facto de existir pessoal por esse país fora a favor e contra a regionalização, mas sem saber ao certo o que é a regionalização! E olhem que não é pouca gente!

    Hoje apoio mais a fusão de concelhos (existiram casos de cisão em que as partes resultantes fundirão com outros), fusão de freguesias e mais transferência de poder para as câmaras.
    Depois 40% a 60% dos impostos ficariam retidos na câmara municipal. Este modelo é largamente utilizado na Europa.

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  13. "Depois 40% a 60% dos impostos ficariam retidos na câmara municipal. Este modelo é largamente utilizado na Europa."
    Cesar Gomes

    Pois é, mas infelizmente, a decisão politica quanto mais "local" e em "subsidariedade" (é assim que se escreve?) espacial mais jogo de interesses e corrupção gera. E quanto mais "público-privado" melhor também...Apesar de tudo a "corrupção" da administração central é mais "limpa" e também mais rotativa, logo mais equitativa...

    É caso para dizer: "Ai Portugal, Portugal , que mais podes desejar, para quem tem tão lindas mulheres..." José Afonso.

    Deixem estar tudo assim como está, porque apesar de tudo há mais escrutinio, como agora se diz...e menos classe politica.

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  14. Caro contra-corrente,

    se o problema é corrupção, a regionalização é outra conversa.

    Se a corrupção é inevitável, então temos de defender maior controlo do poder estatal e poderes mais limitados (e, já agora, menos recursos para gerir).

    Mas em Portugal, os mesmos que criticam a corrupção e ineficácia do Estado, são simultaneamente os que têm mais fé e mais se fiam no Estado para resolver todos os problemas.

    Precisamos de ser menos dependentes do Estado, mas isso parssa também por reduzir o seu poder discricionário. Nesse sentido, a regionalização pode também ter um papel importante, ao obrigarem a maior transparência na alocação dos recursos nos projectos "nacionais" (vulgo, OTAs e TGVs).

    http://norteamos.blogspot.com

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  15. "É mais do que senso comum, que a pujança económica do país está a Norte, aliás, as maiores empresas portuguesas nascerem de homens do Norte e são lideradas por homens do Norte.
    No dia que o Norte usufruir das mesmas oportunidades que Lisboa, veremos."

    completamente de acordo consigo.
    O povo do norte tem muita mais capacidade para criar e gerir empresas. É o sangue Galaico que nos corre nas veias (os outros coitados, são lusitanos e mouros).

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