Pedro Romano, com a clareza e acutilância que o caracterizam, escreve sobre a fé milagreira:
«A Igreja sabe que não há razões para acreditar em milagres. E por isso pede-nos fé. Mas nem a própria Igreja tem fé. Para avaliar um milagre, primeiro leva-o ao exame da ciência – e só é milagre aquilo que não tem explicação científica. Os milagres são provisórios e contingentes; quando podem ser explicados, deixam de ser milagres. É preciso muita lata para propor uma intrujice destas. Mas é preciso ainda mais fé para a engolir…»
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Cá para mim a Fé é como os Pecados: Quanto mais Fé se tem, mais se peca...Quanto mais se peca mais Fé se tem...
ResponderEliminarEste post é no minimo decepcionante. Parecendo querer dizer Tátá, acaba por defenir a pessoa que o escreve e a pessoa que o apoia. Incongrências primárias de quem quer vexar a fé e as crenças dos outros. Afinal há direito a crer ou não? é que ambos são crentes! Uns acreditam que há milagres, outros acreditam que não. Os que acreditam tentam provar que o são baseando-se na ciência,os outros simplesmente dizem não, baseados em coisa nenhuma. Afinal quem tem razão? E depois eu é que sou do contra
ResponderEliminarConcordo com o sou_do_contra.
ResponderEliminarNão sei o que te levou a fazer o post. Nem tampouco o que queres demonstrar com ele.
Mas há aqui qualquer coisa que me chateia e decepciona...
Caríssimos,
ResponderEliminarO direito a acreditar em milagres não é superior ao direito de os colocar em causa. Eu não acredito.
Pedro,
ResponderEliminarpercebo o post... Mas o que é que se entende por "milagre"? O que é que se entende por "fé"?
Independentemente da minha opinião sobre milagres, o facto da Igreja pedir confirmações à ciência, para mim é um sinal claro do quanto a Igreja respeita (não vou discutir a forma como o faz, ou seja se de forma mais ou menos adequada) a contribuição da ciência para o conhecimento da realidade que nos rodeia. Não está em causa a "falta" de fé, mas sim a não banalização da mesma fé.
O que a mim me causa alguma repugnância são as generalizações... A diversidade da Igreja é muito grande e nessa diversidade há uma relação muito forte entre ciência e religião, com alguns especialistas que tratam destes temas de forma séria, quer do lado científico, quer do religioso.
Abraços.
Caro sou_do_contra,
ResponderEliminar«Afinal há direito a crer ou não?»
Vá lá ler o post de novo e diga-me onde é que eu escrevi que os crentes não têm direito a acreditar.
«Os que acreditam tentam provar que o são [milagres] baseando-se na ciência,os outros simplesmente dizem não, baseados em coisa nenhuma»
A ciência serve para refutar milagres, não serve para os provar. Essa tarefa cabe à ignorância.
Caro Paulo,sj
«Independentemente da minha opinião sobre milagres, o facto da Igreja pedir confirmações à ciência»
Se definir milagre como aquilo que a ciência não explica, então perceberá facilmente que a ciência não pode confirmar um milagre - o máximo que pode fazer é refutá-lo.
Aquilo que o Paulo vê como uma complementaridade entre religião e ciência (como se uma auxiliasse a outra) é apenas uma sondagem de terreno por parte da primeira. Se o terreno estiver minado (ou seja, se houver explicação científica), não há avanço; caso contrário, é entrar por ali adentro.
O mais perverso nisto tudo é que se tenta passar a imagem de os milagres foram provados cientificamente.
Com o meu comentário naõ procurei vexar ningue´m se acredita ou não em milagres.Isso é com cada qual. Até podem acreditar em marcianos que eu estou-me nas tintas, desde que não me obriguem como se fazia na idade média a partilhar a mesma opinião. Apenas disse o que penso sobre o assunto, no entanto gostaria muito de saber porque será que os milagres só existem nas igrejas cristãs? è que nas antigas religiões pagãs greco-romanas o conceito de milagre e pecado era inexistente. No Budismo, Xintoismo, Hinduismo e nas religiões animistas de Africa, Américas e Oceania (que ainda são a maioria das religiões praticadas pela humanidade)estes conceitos também não existem.
ResponderEliminar"não me obriguem como se fazia na idade média a partilhar a mesma opinião"
ResponderEliminaré sempre a idade média a arcar com todos os atrasos da humanidade. até pode ter razão, mas este tipo de argumento, totalmente infundamentado, deixa-me logo de pé atrás. diga-me se agora, no século XXI, não o obrigam a acreditar em coisas. é como dizer "tipo idade média, quando as pessoas morriam". por favor, argumentem com cabeça, não com idades do meio que nem sabem bem o que foram.
ps. já agora, as universidades, nascidas na idade média (tem piada, tão atrasados que eles eram...) eram palco de debates científicos que podiam raiar o ateísmo. até 1277, em paris, tudo era permitido. depois a igreja (a quem pertencia a universidade) colocou impedimentos, mas ninguém era queimado por heresia. tende-se a confundir idade média com "renascimentos" e "modernidade", palcos de autos-de-fé e inquisições inauditos nos séculos anteriores.
peço desculpa pelo afastamento do tema, mas há coisas que não gosto de deixar passar.
Cara Mariana, as origens da inquisição remontan a 1183, no sec XXII e em 1233 há duas bulas papais que reniciam a inquisição numa época em que o poder religioso se confundia com o poder real, o Papa Gregório IX, em 20 de Abril de 1233, editou duas bulas que marcam o reinício da Inquisição. Nos séculos seguintes, ela julgou, absolveu ou condenou e entregou ao Estado (que aplicava a "pena capital", como era comum na época) vários de seus inimigos propagadores de heresias. Convém lembrar que ser cristão era entendido para lá de uma religião. Ser cristão era a maneira comum de ser e pensar. Um inimigo do cristianismo era entendido como inimigo do pensar comum e da identidade nacional.
ResponderEliminarA bula Licet ad capiendos, a qual verdadeiramente marca o início da Inquisição, era dirigida aos dominicanos inquisidores: Onde quer que os ocorra pregar estais facultados, se os pecadores persistem em defender a heresia apesar das advertências, a privá-los para sempre de seus benefícios espirituais e proceder contra eles e todos os outros, sem apelação, solicitando em caso necessário a ajuda das autoridades seculares e vencendo sua oposição, se isto for necessário, por meio de censuras eclesiásticas inapeláveis. A privação de benefícios espirituais era a não administração de sacramentes aos heréticos, que caso houvesse ripostação deveria ser chamada a intervir a autoridade não religiosa (casos de agressão verbal ou física. Se nem assim a pessoa queria arrepender-se era dada, conscientemente, como anátema (reconhecimento oficial da excomunhão): "censuras eclesiásticas inapeláveis".
Como vê isto passou-se na Idade Média pois a Idade Moderna só começou em 1454 com a queda de Constantinopola Sec. XV. (se isto não é pensamento unico e uniforme então na sua opinião o que será?)
Os homens do renascimento que foram notaveis para o progresso da humanidade é que classificaram a Idade Média como época de : " Barbarismo, ignorancia, escuridão e noite dos mil anos".
Caro Pedro,
ResponderEliminarDe facto, o termo "confirmação", que utilizei, não foi o mais adequado. Porque a Igreja não pede confirmações à ciência, para que esta comprove o milagre. De facto, quanto muito será, como diz, para refutar a sua ocorrência. Precisamente, pelo que digo no final, para não acontecer uma banalização da "fé" e do que se possa entender por milagre.
Já agora, não apresentei nenhuma definição de milagre. Mas também não o vejo como simplesmente aquilo que a ciência não explica, acho que até pode haver milagres perfeitamente explicáveis cientificamente.
Em relação aos terrenos, a meu ver, porque tenho pensado no assunto, há complementariedade. Tenho conhecido grandes mulheres e grandes homens, descrentes e crentes que abordam estas questões com alguma seriedade e não de forma, atrevo-me a dizer, falaciosa (como noto no texto do Pedro Romano)... Como se fossem coisas de pessoas que "coitadas", como não têm mais nada que fazer agarram-se ao "milagresinho" da Nª Sra do Santos e Divinos Milagres...
Cada vez mais considero que é preciso respeito de parte a parte, quer por parte dos religiosos (que, não tenho problemas em admitir, muitas vezes não respeitam as opiniões e até os argumentos dos que não professam qualquer religião ou não têm qualquer crença), quer por parte dos que não têm qualquer crença.
Os problemas neste caso parte muitas vezes de pressupostos desconhecidos, de imposições de crenças sem fundamento, de exemplos que não ajudam nada e às tantas discutem-se na base da agressão e não do diálogo, na tentativa de compreensão do que cada um está a tentar dizer.
Abraços!
Caro Pedro
ResponderEliminarNão precisas de perder o norte.
"A ciência serve para refutar milagres, não serve para os provar. Essa tarefa cabe à ignorância." É exactamente quando a ciência não consegue explicar um fenómeno que poderemos estar perante um facto transcendental ou não. O crente (não o ignorante)explica-o pela fé na intervenção divina, o não crente não o explica. Quanto ao quando dizes que não permites que possa haver quem acredita, só te digo que voltaste a chamar ignorantes aos que acreditam. Se tu entendesses Deus talvez conseguisses medir quão grande é a nossa ignoranciae quão pequeninhos são os humanos mesmo com os maiores avanços cientificos.
Caro Almerindo;
ResponderEliminaràs vezes pomo-nos nos nossos tacões e tentamos dar uma de conhecedores com diarreias de intelectualite, mas encharcamo-nos nos nossos proprios excrementos. Foi o que te aconteceu quando puxaste dos teus "conhecimentos" ecléticos religiosos e afirmaste que em nenhuma outra religião existem milagres. Nada mais falso porque em qualquer religião,o crente atribui aos seus deuses aquilo que racionalmente não consegue explicar Isso é o milagre!
Depois deixa-me dizer-te uma coisa. Os acontecimentos tem um tempo e é à luz da época que devem ser lidos a Inquisição é uma coisa horrivel e tenebrosa à luz do sec. XX, mas secalhar na época era uma coisa aceite e pedida pelos povos. Lembraste que em 1971 90% dos portugueses inquiridos achavam que a guerra colonial era justa e que as colónias eram portuguesas e deviam ser defendidas?
"O direito a acreditar em milagres não é superior ao direito de os colocar em causa. Eu não acredito."
ResponderEliminarConcordo. E eu também não acredito em Milagres.
Mas continua a haver aqui palavras que roçam a chacota... e isso "faz-me espécie".
Caro sou do contra;
ResponderEliminarNão sou especialista em religiões mas nunca confundi o cú com as calças que é o que está a fazer e quem se está a encharcar nos seus próprios excrementos é o meu amigo porque confunde conceitos há muito estabelecidos, com a fé.
1º Nunca percebeu que as religiões apareceram para tentarem e volto a repetir tentarem explicar aquilo que à luz da razão é inexplicável ou seja aquilo que a ciência numa determinada época não consegue ainda explicar.
2º Quando determinados "deuses" deixam de servir por não terem respostas ou não conseguiram resolver os problemas de determinada sociedade, nada mais fácil do que mudar de Olimpo. A história da humanidade está cheia destes exemplos e acredito que dentro de algumas centenas de anos, (já não estou cá para ver) o cristianismo e outras religiões que agora conhecemos não existirão e serão substituídas por outras na tentativa de dar respostas às questões novas que entretanto se colocarão.
3º Agora relativamente ao milagre, só as religiões cristãs tem este conceito baseado na Bíblia (mais nenhuma religião tem a Bíblia como sagrada escritura) e segundo a Bíblia, só Jesus Cristo fez milagres.
Como vê está a introduzir um conceito novo para a definição de milagre, ou talvez tenha em mente fundar uma nova religião onde quiçá o milagre seja a 1ª fundamentação teológica.
Caro sou_do_contra,
ResponderEliminar«É exactamente quando a ciência não consegue explicar um fenómeno que poderemos estar perante um facto transcendental ou não»
Ou seja, concorda comigo. A ciência não pode provar milagres, apenas os pode refutar («poderemos estar perante um facto transcendental ou não»)
«Quanto ao quando dizes que não permites que possa haver quem acredita, só te digo que voltaste a chamar ignorantes aos que acreditam»
Está a fazer confusão. Eu não ponho em causa a liberdade de expressão, mesmo para aqueles cujas crenças acho ridículas.
«Se tu entendesses Deus talvez conseguisses medir quão grande é a nossa ignoranciae»
Está a fazer mais confusão, agora com o significado de 'ignorância'. É precisamente por admitir a minha ignorância que me recuso a aceitar, sem provas, que algo inexplicável é obra divina. Digo 'não sei', em vez de dizer 'ah, foi Deus'.
Os crentes é que, ao se depararem com algo que não conseguem explicar, assumem imediatamente a mãozinha divina. São os crentes que se recusam a admitir a sua ignorância.