Hoje fui passear pelo Alto Minho, a terra onde o verde mais que verde abraça o azul carregado dos rios e do mar. Aldeias, vilas e cidades que guardam uma herança histórica pintada de branco e granito, que se vai conjugando com a modernidade que se escreve de cinzento cimento.
Por ali, mais do que em qualquer outro lado, pude sentir o peso das gestões autárquicas na manutenção do equilíbrio entre verde, azul, branco e cinzento. Este equilíbrio foi levado ao expoente do bom gosto em Vila Nova de Cerveira, uma terra onde passado e presente se conjugam com invulgar sobriedade. Já entrar em Valença é penetrar num inferno de prédios horrendos e desalinhados, onde a história já não tem lugar. O que sobressai são os centros comerciais dos anos oitenta que, por certo, alimentaram bolsos amigos e não deixaram para a posteridade mais que uma visão de horror, à espera da tardia demolição. Monção não ao presente, quedando-se num tempo que já não é o nosso - a monumentalidade mantém-se (e a herança do passado é bem mais vasta que em Cerveira), mas tem faltado a argúcia para reabilitar o centro histórico e retirar do abandono tanta casa bonita. Antes assim que matar a terra asfixiada em cimento como fizeram em Valença do Minho.
Nada sei das histórias autárquicas ou partidárias destes concelhos, mas isso é absolutamente irrelevante porque a diferença está mais nas pessoas do que nos partidos.
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E Coura, e Coura porque não? Terra pobre, terra pequena, mas não tem os defei~tos de Valença.
ResponderEliminarCaro Jofre Alves,
ResponderEliminarCoura já eu conheço bem por motivos familiares. E gosto.
Sem ser um courense de berço, sou-o de coração.
ResponderEliminarSempre lhe defendi a traça, amo-a desde os meus primeiros dias.
Sou um tripeiro, mas com raízes em Valença,Braga e Vieira do Minho.
Cajol
Meu caro Pedro Morgado
ResponderEliminarVenho retribuir-lhe a sua vista ao meu pequeno quintal "Porentremontesevales", deixando-lhe desde já os meus agradecimentos por isso.
Realmente o "nosso" Alto Minho não tem paralelo com nada nem com nenhuma região, sem querer com esta afirmação menosprezar nenhuma das outras.
Não estando em causa se somos melhores ou piores, de uma coisa estou certo, somos diferentes.
Subscrevo as suas palavras em relação a Valença, pois para mim ela perdeu a identidade que tinha com a "nossa" região.
Penso que começou a viver virada para o seu castelo e esqueceu todo o resto permitindo, em nome do progresso?, a descaracterização que lhe é evidente.
Vivo perto de Alcobaça, e também por aqui se vive um pouco em torno do Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça.
Algumas terras têm este condão.
Quanto a Cerveira, meu caro, lá tenho família também e não vou vez nenhuma ao Minho que não a visite.
Um abraço
José Gonçalves
E gajas?
ResponderEliminarBem, nem vale a pena falar da Vila do Gerês... a cada ano arranjam mais um mamarracho para lá construir. Já se destruiu muito para colocar um tenebroso shopping, para fazer rotundas e deixar aquele espaço cada vez mais feio. Tudo em nome da tão desejada modernidade...
ResponderEliminarponte de lima, carago!
ResponderEliminare coura in my heart. amo todas as paisagens belas, não sou esquisita: algum pedido vindo de évora?
Meu caro, subscrevo em grande parte a visão sobre a Vila de Valença. Natural de Valença e amante da minha terra, revejo-me em algumas das afirmações que proferiu. Quanto à demolição parece-me exagerado, inconveniente e muito difícil de suceder, apesar de, em termos teóricos, ser a solução mais harmoniosa. Numa próxima visita aconselho-o a visitar o variado património disperso pelo concelho, é fantástico (apesar de nem todo se encontrar em excelente estado de conservação).
ResponderEliminarContinuação.