É certo e sabido que Braga tem que mudar de vida. A democracia só se realiza em plenitude quando existem alternativas credíveis e quando essas alternativas têm condições para disputar o poder. Nos últimos 30 anos muitos rostos passaram pela oposição a Mesquita Machado. A incapacidade para mobilizar as forças vivas da cidade, a inabilidade para denunciar as tendências de alguma imprensa e a impossibilidade de penetrar na Braga rural que se acomoda ante o populismo vigente a par da fraca qualidade de alguns dos personagens foram razões que justificaram tanto insucesso.
Nas Autárquicas de 2009, Ricardo Rio assumir-se-á como alternativa à gestão socialista. Há que reconhecer que quem quer que seja o próximo presidente herdará uma cidade recheada de bons serviços e atravessada por óptimas vias de comunicação, mas terá que lidar com os pesados fardos do caos urbanístico, da desorganização sinalética, do marasmo social e cultural e da insipente exploração do potencial turístico do concelho. Despido de constrangimentos, o próximo Presidente do Município terá também que assumir a lideração de uma região carente de vozes com repercussão nacional.
As eleições de 2009 já mexem. Numa curta entrevista ao Jornal de Notícias, Ricardo Rio sintetizou algumas das suas ideias e projectos. O candidato é muito assertivo tanto no diagnóstico que faz dos principais problemas da cidade de Braga como na estratégia que apresenta para lidar com eles, acabando por ser parco na apresentação de soluções concretas. É que certo que as campanhas políticas têm os seus timings, mas a desvantagem com que a coligação parte talvez justifique que apresente, desde cedo, algumas das propostas concretas que tem para o futuro do concelho.
O modelo autárquico que Ricardo Rio pretende implementar em Braga assenta na gestão eficaz, com efeito catalisador dos muitos potenciais que existem na sociedade civil. Na área económica, a Câmara continua de costas voltadas para as associações empresariais; na área cultural, o relacionamento entre a Câmara e a Universidade do Minho é residual; na área social há um total afastamento dos agentes que actuam no terreno.
Seria bom que Ricardo Rio começasse por implementar este modelo quando chegar a hora de constituir a equipa da coligação e, libertando-se dos partidarismos do costume, apostasse na sociedade civil, integrando cidadãos independentes no seu projecto e procurando parcerias e apoios nos mais diversos sectores da sociedade.
Não me esqueço do dia em que, após as últimas eleições autárquicas, um amigo que sempre votara Bloco de Esquerda me confessou: Como me tinhas dito que era desta que isto mudava até votei PSD... Mas nada. O que se espera é precisamente que Ricardo Rio saiba rentabilizar o capital de esperança que tantos bracarenses depositam em si. E que, depois de perdida Lisboa, o PSD que saiba fazer de Braga a sua grande aposta nacional.
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Boa vontade parece não faltar.
ResponderEliminarNo entanto existe uma ideia errada na mente de Ricardo Rio. Não estou para procurar o Jornal de Negócios de à alguns dias atrás (ou talvez mais, em época de exames perco um bocado a noção do tempo), onde vinha publicado os resultados de um estudo onde se demonstrava que a Câmara de Braga, financeiramente, era a mais bem gerida, das capitais de distrito, estando também no top, de todos os municípios.
Mas de resto, é uma evidência: existem muito de bom, mas também existe bastante de mau, como os erros urbanísticos, a inércia cultural e existem projectos que nem são muito mirabolantes, mas dá sempre a ideia que ficam na gaveta, realmente, mas só para que possam ser inauguradas na campanha para as eleições seguintes. Algo que nem é nada exclusivo ao Mesquita, mas a praticamente qualquer político.
De facto o Ricardo Rio apresenta algumas ideias para Braga. Mas são muito genéricas. Espero que com o tempo surjam mais projectos.
ResponderEliminarBraga precisa de mudar.
Esta entrevista pôs bem a nú que a oposição só sabe criticar, criticar e criticar. Não há alternativa ao PS e ao Engenheiro Mesquita Machado. Ele deu a Braga o que mais ninguém foi capaz de dar nestes anos todos.
ResponderEliminarEu gosto muito do Bloco mas em Braga e praticamente impossivel votar-se no Bloco. Tendo como exemplo as ultimas eleições foi fraco demais...
ResponderEliminarCaro jam,
ResponderEliminarDizer-se que a CMB é bem gerida financeiramente é não ter a verdeira noção do endividamento. É verdade que em termos de capacidade (legal) de endividamento ainda se está longe do limite. Mas não é menos verdade que, por imposição legal, as dívidas contraídas no âmbito do euro2004 não entram nesta rubrica. E como deves saber, o empréstimo para o Estádio é a principal dívida. Se contasse para a cap. de end. então estouraria os limites. Ainda que não conte para esta cap. de end. tem que ser paga na mesma... E quem vai pagar são as gerações vindouras!!!
Estavam à espera de kê? que o rio apresentasse o seu programa eleitoral?! A quem puder, deixo este desafio: consultem o programa do PS nas últimas eleições e comparem-no com o da coligação. Fica o exercício.
ResponderEliminarLá vem outra vez a teoria dos independentes. Será que a filiação num partido faz da pessoa menos capaz do que era antes de se militar? Será que só os "independentes" são isentos e imparciais. Esta treta já cheira mal e é própria de quem não tem capacidade de se auto-definir: nem é carne, nem é peixe...
ResponderEliminarCaro Pedrito,
ResponderEliminarOs partidos devem abrir-se à Sociedade Civil e aquels pessoas que, não estando disponíveis para militar, são capaz de dar um contributo válido à sociedade. Vê algum mal nisto?
Nenhum! Antes pelo contrário, sou até apologista da abertura dos partidos à sociedade civil. Acho que os partidos se fecham em demasia sobre si mesmos.
ResponderEliminarO que me faz confusão e espécie a novel lógica que só os independentes é que são bons, e todos aqueles que são filiados e são candidatos apenas o são por "partidarite"!
Isso não foi aqui defendio.
ResponderEliminarDizer-se que Braga vai ser a aposta nacional do PSD para as autáquicas é não se ter a noção da realidade....Basta ver os nomes que o PSD apresentou em Braga nos últimos 30 anos (até o Rui Lages apareceu....)
ResponderEliminarNenhum nome de peso do PSD esteve, está ou estará disponível para entrar numa câmara com um polvo montado entre empreiteiros, câmara e demais vigaristas. Ninguém de bom nome entrará neste circo ou quem entrar vai-se queimar bem rapidamente. O Ricardo Rio pode ter boas intenções não sei é se tem coragem para enfrentar, quando necessário, os Rodigues e Névoa, Veloso, Cónego Melo, Gomes, etc e demais vígaros....
Ricardo Rio e a sua equipa na Cãmara de Braga tem feito mais nesta metade de mandato do que toda a oposição em todo o mandatato anterior.
ResponderEliminarÉ um homem com uma ideia de desenvolvimento da cidade e do concelho de Braga. Tem demonstrado à saciedade que está preparado para fazer mais e melhor pelos bracarenses do que o que tem sido a propaganda mesquitista.
É preciso estar atento e lançar um «Aviso à Navegação». Porque o tempo urge....
GC
Não me parece que o problema da melhoria da gestão autárquica passe, necessariamente, pela inclusão de independentes, contudo nada me repugna que sejam, de facto, incluídos nas listas. O que me preocupa, sim, é que haja, ainda hoje, jovens que entendam que o Eng. M.M. é a melhor solução para Braga. Um homem que delapidou inexoravelmente o património ambiental da cidade (veja-se o assassínio do Rio Este ao longo destes 30 anos), que edificou a pior mistura de cidades que eu poderia imaginar: o caos do Cairo com as autoestradas de L.A., que pouco ou nada trouxe de bom à política de juventude da cidade (veja-se o estado lastimável do "fórum dos jovens" - o C.M.J.). Francamente, qual é a razão de semelhante idolatrar? Sou militante da JSD há já alguns anos, mas por muitos exercícios de agilidade democrática que faça, não consigo entender o motivo. Percebo que votem PP, PSD, PCP, BE, PPM, PND, MPT, agora PS/Mesquita Machado?! Nenhuma má solução pode ser tão má quanto este problema.
ResponderEliminarAmén
A mim custou-me perceber como ´
ResponderEliminare que o Jorge Matos ( PCP) conseguiu trabalhar com o Mesquita de 2001/2005, se calhar foi por isso que ficou de fora em 2005/2009.
Quem não sabe é como quem não vê...ou então fala de cor...
ResponderEliminar1º nas ultimas autarqicas que eu me lembre e que tenha bom conhecimento , 2 dos vereadores eleitos pelo PSD eram independentes, a Dra. Filomena Bordalo, e o Dr. Américo Afonso...
2º Não me causa espanto nenhum que o PSD como é sua tradição coloque independentes nas suas listas, mas independentes com qualidade, com vontade de dar a cara, com empenho e dedicação, e muto suor , não nos 15dias antes da eleição , mas durante os 2 anos que faltam...
3º É preciso que os independentes tenham tanta ou mais qualidade que os militantes, o que em abono da verdade, actualmente em Braga é dificil, dada a extrema qualidade dos quadros do PSD, e da JSD, veja-se só a titulo de exemplo o programa da JSD, nao muitos independentes fariam igual...
4º por falar agora na moda dos independentes, refira-se só a titulo de exemplo que Helena Roseta é independente porque o Ps não a quis, Alegre foi como independente porque o P.S. não o quis...
5º por último Ricardo Rio vai ganhar porque é o melhor , tem qualidade e qualidade + qualidade dá vitória.
era isto que gostaria de dizer a quem escreveu o post.
Também concordo com o comentário do sr. João Marques quando diz que não entende como é que pode haver jovens a votar em Mesquita Machado, nem eu....ou melhor entendo, infelizmente entendo...
ResponderEliminarO Ricardo Rio parece ser um político inteligente e com ambição. Há por vezes alguns tiques de homem providência mas serão normais. A sua estratégia parece ser de corredor de fundo e ninguém aguenta tanto tempo sem uma auto-estima elevada. O Ricardo Rio é a oposição há pelo menos 4 anos, pois o anterior líder do PSD parece ter desistido a meio e ter entregado a Ricardo Rio esse papel. Que, com os seus vice-presidentes na vereação, assumiu-se como oposição. Chegará às próximas eleições com 6 anos de oposição para ganhar, eventualmente com um enquadramento jurídico diferente do actual. Retirar a maioria nas próximas eleições poderá ser pouco e frustrante. E 10 anos de oposição poderão ser demasiadamente longos e desgastantes. Seja a título pessoal ou de imagem pública.
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