Avenida Central

Serviço Nacional da Doença

| Partilhar
"o Serviço Nacional de Saúde deve ser usado para tratar os doentes."

Esta frase de José Ribeiro e Castro foi proferida a propósito do referendo sobre a despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez, mas é de uma gravidade extrema e denota um equívoco sobre o que deve ser um sistema de saúde num país desenvolvido.

Com tamanha afirmação, José Ribeiro e Castro afasta a esmagadora maioria das grávidas do Serviço Nacional de Saúde. A gravidez é um estado fisiológico que decorre, geralmente, sem doença. Depreende-se, portanto, que o líder popular não quer ver grávidas vigiadas e acompanhadas no Serviço Nacional de Saúde.
Além disso, segundo a perspectiva do líder do PP, o Serviço Nacional de Saúde deve também isentar-se de prosseguir o excelente trabalho que vem sendo implementado nas áreas da promoção da saúde e da prevenção da doença. Devem cancelar-se as consultas de vigilância infantil e até o plano nacional de vacinação deve ser abortado - é que quem se vacina não está doente e "o Serviço Nacional de Saúde deve ser usado para tratar os doentes."

Esta afirmação é pura demagogia política. Trata-se mesmo de uma obscenidade política. Não quero acreditar que José Ribeiro e Castro desconheça a configuração e as funções do Serviço Nacional de Saúde. De qualquer forma, se é isto que os populares querem do Serviço Nacional de Saúde que tratem de começar por propor a alteração do seu nome para Serviço Nacional da Doença.

12 comentários:

  1. Esta frase não é inocente. È isto mesmo que ele quer... Vender o SNS a privados... Acham que os privados se vão preocupar com a prevenção???

    ResponderEliminar
  2. Boa Observação. Refira-se também as declarações de António Borges e da M. José Nogueira Pinto: de que o dinheiro dos "seus" impostos não deveriam financiar abortos e que cada 3/4 interrupções no SNS dariam para financiar uma cirurgia em média. Estes senhores e humanistas cristãos(?) esquecem-se dos gastos que o SNS têm com as consequências físicas e psicológicas de um aborto feito na clandestinidade. E só se preocupam com os seus impostos? E nem assim sabem preocupar-se...

    ResponderEliminar
  3. O que o PP JRC pensa do SNS é exactamente o que pensam a maioria dos políticos. Eles falam ...falam... falam, mas quase sempre não sabem o que estão a dizer

    ResponderEliminar
  4. Engraçado isto de discutir questões de princípios, ética e liberdades Humanas misturados com outras que nada têm a ver com o assunto, como impostos e dinheiros do Estado. Isso é uma discussão importante, claro que sim, mas não é essa a pergunta que está em referendo nem os políticos sabem ao certo o que quer dizer SNS. É, como dizes e bem, pura demagogia. E má. Mas convence muita gente. Quando não há argumentos enfia-se a cabeça na areia...

    ResponderEliminar
  5. Dá riso em ler certas patetices... Aquela parte do plano nacional de vacinação ser abortado está cómico...

    ResponderEliminar
  6. É claro que a patetice é a do Senhor Ribeiro e Castro...

    ResponderEliminar
  7. Pedro, isto não tem nada a ver com o teu post :) mas queria aqui deixar muito apoio para a continuação do ABVD. de facto toda a situação é de bom prognóstico :) quero continuar a par de tudo :)

    Mudando de assunto, como está a correr o teu estágio de obstetro??
    Onde estás? :D
    Estás a gostar?

    Conta-me!!

    Beijinhos

    ResponderEliminar
  8. Caro Bruno,
    Fico mais descansado... De facto as declarações de Ribeiro e Castro são hilariantes...

    ResponderEliminar
  9. Vá lá, vá lá, façam lá um esforço para perceber. Esta afirmação do RC afinal é simples de entender para qualquer QI superior a 50. Não é mais do que uma forma simplificada explicar que o SNS existe para tentar dar ao ser humano uma probabilidade cada vez maior de VIVER. E que portanto não pode ser usado para MATAR! Entenderam agora?

    ResponderEliminar
  10. http://leia-la-isto.blogspot.com/2007/02/dez-assntos-ter-em-conta-ao-fazer-nova.html

    Vamos pensar na nova lei? Há muito por decidir, deixem lá as frases da campanha. Se todos era "contra o aborto", está na altura de o provar.

    ResponderEliminar

Antes de comentar leia sobre a nossa Política de Comentários.

"Mi vida en tus manos", um filme de Nuno Beato

Pesquisar no Avenida Central




Subscreva os Nossos Conteúdos
por Correio Electrónico


Contadores