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O Alterne

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Estamos destinados ao alterne.
É esta a ideia que fica quando assistimos a um (a)pito que tem dado muito que falar, mas do qual não se vislumbram consequências. O futebol é, tão somente, o espelho do país.
Um país em que há uma certa gente que, integrando o PSD, o PP ou o PS e a Maçonaria ou a Opus Dei, vai decidindo das nossas vidas e fazendo Portugal continuar atrasado (porque a melhor forma de se governarem é mantendo o país no atraso estrutural e mental em que estamos desde que D. João II se finou). Essa gente perde eleições, mas nunca perde o emprego.
Vão alternando entre o Governo, a Assembleia da República, as agências governamentais disto e daquilo, os conselhos de administração das empresas públicas e uma ou outra empresa privada.
Mudam-se as caras mas, no essencial, mantém-se as políticas. Manuela Ferreira Leite não faria diferente do que José Sócrates faz. Porque, na realidade, são todos filhos da mesma casta: uma gente que nunca fez nada da vida a não ser o jogo partidário em que vão alternando, mais à «esquerda» ou mais à «direita».
A anunciada redução dos funcionários públicos será, por si só, mais uma edição do alterne em que Portugal se transformou. Sem critérios conhecidos e, porque, mesmo existindo, serão concerteza à medida, sabe-se já que ficarão aqueles que melhor conseguirem vender os seus serviços, seja através da militância politico-partidária ou religiosa seja de um lastimável tráfico de influências que grassa como erva daninha.

Será tempo de nos interrogarmos para onde vai este país.
Ou estaremos mesmo destinados a não ser mais que uma casa de alterne rasca?

2 comentários:

  1. Concordo contigo, Pedro.
    Um país governado, salvo muito raras excepções, por gente medíocre; por pessoas que apenas se interessam em defender os seus próprios interesses ou os do seu partido; por pessoas que só concedem aceder a argos importantes pelo facto de controlar muita gente, de oferecer favores a meio mundo...
    Sim, este país assim parece mesmo uma casa de alterne rasca.
    E o futuro não se nos depara muito promissor.. Tanto eu como tu conhecemos um pouco do que se passa nos meandros de algumas juventudes políticas. Essas organizações, sem querer generalizar, são o espelho dos que agora ocupam o poder.
    Podíamos desistir; podíamos ser tentados a fugir deste lastimável alterne...
    Mas julgo que é um desafio maior contribuirmos, dentro daquilo que nos é permitido, para lutar contra o alterne instalado. Tu sabes que isso é possível!
    Uma relexão muito boa!

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