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Capital Europeia da Cultura

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Religious Architecture
© stukinha

Guimarães será Capital Europeia da Cultura. É um facto que deve orgulhar todos os minhotos. Mas o regozijo não pode impedir a crítica a uma escolha que, não sendo consensual, nunca foi justificada pelo Governo.

O Governo escolheu Guimarães como Capital Europeia da Cultura sem explicitar quais os critérios que presidiram a tal decisão. Mesmo sabendo que não seria difícil inventar critérios que assentassem na perfeição ao burgo vimaranense, o Governo isentou-se de o fazer no uso do poder despótico e, mesmo, abusivo que o vem caracterizando. A discussão pública foi simplesmente inexistente. A decisão foi anunciada como se fosse algo óbvio ou consensual. Mas não o era. A surpresa gerada pelo anúncio foi tamanha que a própria Comissão Europeia levantou muitas dúvidas à forma como o Governo geriu todo o processo. É que, não havendo discussão nem critérios, fica a ideia de que a escolha foi um negócio entre 2 das maiores câmaras socialistas do país: a Guimarães deu-se um título efémero como pagamento por um Instituto Ibérico de Investigação e uma Estação de TGV a título definitivo para Braga.

Num simples exercício de comparação, depressa percebemos que Guimarães apenas bate Braga em termos de dinamismo cultural. E isto sucede porque Braga tem tido um executivo socialista que despreza a cultura e o ambiente como se fossem áreas negligenciáveis da governação autárquica. Porque no resto, Braga ganha em tudo: tem mais e melhores museus, tem mais monumentalidade arquitectónica, tem salas de espectáculos de grande qualidade, tem um Estádio que é um museu, tem gente e tem espírito cosmopolita.

Se me perguntarem se prefiro o Instituto de Investigação, é óbvio que respondo que prefiro. Mas isso não isenta o Governo de haver feito uma escolha criteriosa.

16 comentários:

  1. Muito bem! Uma visão interessante e lúcida, sem apelo a bairrismos...

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  2. A escolha foi certamente polémica e, à falta de mais termos literários, estranha. De qualquer maneira, conhecendo-te como conheço, o orgulho bracarense saiu aqui, de certa maneira, ferido. Concordo no entanto com alguns pontos referidos aqui, mas não acho que tenhas sido propriamente isento :) Talvez o importante era estas duas cidades chegarem à conclusão que se podiam unir para fins culturais bastante interessantes. Mas, enfim...penso que isso nunca acontecerá!

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  3. "tem gente e tem espírito cosmopolita"

    Acho que esses dois pontos não deveriam ter sido usadas como aspectos presentes em Braga e não em Guimarães. Mas é a tua opinião e nada do que eu disse anula a legitimidade do teu post.

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  4. Isso demonstra desconhecimento da estrutura socio-demográfica dos concelhos de Braga e Guimarães.
    Braga é um concelho que concentra a maioria da população na urbe, enquanto que, em Guimarães, a cidade é pequena e pouco habitada, dispersando-se pelas vilas e aldeias do concelho. Daí, Braga ser conhecida pelo cosmopolitanismo.

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  5. Fair enough :) Assim, sim, justificando é que a gente se entende. You win.

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  6. Pois é..é! Tu querias é que fosse Braga candidata a capital europeia da cultura...Mas Guimarães é muito à frente!
    M qt ao executivo socialista d Braga tens toda a razão. O meu concelho tb é socialista por isso é que continua retrógado. Viva o PSD! lol!

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  7. Mas Guimarães é socialista e andou bem pra frente, bem depressa e vai agarrar esta oportunidade para crescer ainda mais. Crescer em qualidade, em cultura, em espaços verdes... não 'concentra a maioria da população na urbe' como em Braga, que leva tudo à frente pra construir, construir, construir, nem um corredor verde tem pra respirar, e isso é 'cosmopolitanismo' do pior que há.

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  8. excelente foto de um local da fantastica cidade que é a cidade de Braga!!!

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  9. este post realmente tem algo de espectacular. Consegues nesse aglomerado de palavras passar uma mensagem de que guimarães é a aldeia e braga a cidade, mas na realidade as coisas não são assim e apenas a tua postura como bracarense é que defende essa mesma ideia.

    em relação aos museus até posso concordar (ou talvez não), agora dizeres que Braga "tem mais monumentalidade arquitectónica" parece-me um tanto ou quanto ridiculo...aliás parece-me muito ridiculo.

    Se hà cidade que prima pelos seus monumentos e faz deles a sua identidade, essa cidade é certamente Guimarães. Não concordarás? Por certo não.

    Em relação ao vosso "Estádio que é um museu" não discordo, só tenho pena é que o museu não tenha muito sucesso em termos de assistências (salvo uma ou outra ocasião que não vou agora discutir mas que ambos sabemos)... talvez seja pelo facto de "Braga ser mais betão que paixão", mas assim é um cidade com "espírito cosmopolita".

    Cumprimentos

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  10. boa resposta, calou-os todos.

    guimaraes, cidade-berço, patrimonio mundial!!!!!!!!!!

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  11. Tenho o privilégio de ter uma casa em Braga e outra em Guimarães.

    Em Guimarães a minha habitação faz parte dos cerca de 100 000 habitantes que vive fora da cidade.

    A diferença entra os dois concelhos é que Braga investe muito nas freguesias com boas acessibilidades, com a rede completa de água e esgotos, com equipamentos desportivos e culturais, etc.

    Em Guimarães é tudo para a cidade que até já tem um quarteirão património mundial e até vai ser capital da cultura...

    E as freguesias e vilas?

    Muitas não têm água e saneamento, as acessibilidades são uma vergonha, o investimento cultural e desportivo é nulo.

    A sensação que se tem, é que tudo o que se passa em Guimarães se destina a fachada e à promoção da sede do concelho.

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  12. Não sei porquê mas parece-me que este ultimo comentário tem pouco de correcto e isto porque ao contrário do que se diz, Guimarães tem boas acessibilidades e a prova disso mesmo é que as pessoas até podem dar-se ao luxo de viver em frequesias, onde a calma e paz governam, pois em dois minutos estão no centro.

    Em relação às freguesias serem esquecidas, haverão algumas que sim, mas Guimarães não é nada centralizada, ora repara:

    Temos um multiusos, uma pista de atletismo, um parque aquático em S. Tiago.

    Aí mesmo irá ser construído o futuro Hospital Privado de Guimarães.
    já não sei precisar ao certo mas o novo centro comercial de Guimarães irá ser também construído numa freguesia, e não no dito centro.

    existe também nessa zona um "pólo" do parque da cidade.

    temos zonas como as taipas e são joao de ponte onde se denota já uma evolução e até uma parecença com o centro da cidade.

    se me dizes que moras numa qualquer terra esquecida pelo Mundo dou-te a razão, agora dizer que Guimarães é só a sede de concelho, isso é que não.

    cumps

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  13. Vocês já visitaram Airão e Oleiros???
    Lá os ecopontos estão 20 anos atrasados em relação aos da cidade? Lá nem passeios há..

    A cidade de Guimarães, essa sim, está a nos luz de Braga em termos de urbanismo. Uma cidade muito melhor estruturada e planeada. Mas também muito mais pequena.

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  14. Foto fabulosa!!!Uma verdadeira obra de arte!! Parabens.

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  15. desculpem-me a intromissão em tão "lúcidos" discursos, mas a grande verdade é que nem Braga nem Guimarães são cidades cosmopolitas.

    Não atribuam adjectivos à sorte. Preocupem-se em ver o seu significado. ainda há muito trabalho pela frente para que ambas as cidades sejam consideradas cosmopolitas. e até digo mesmo mais: Tal só irá acontecer quando deixarem de lado bairrismos imbecis e perceberem que apenas da cooperação entre os diversos concelhos deste nosso amado Minho, nomeadamente em termos de uttilização de equipamentos, sejam eles culturais, científicos, desportivos, ou de outra índole, é que poderemos almejar uma sociedade mais cosmopolita, isto é composta por verdadeiros cidadãos informados, cultos, respeitadores das diferenças. Aí sim estaremos perante algo. Hoje, há muito pouco.

    E não culpem os governantes socialistas da desgraça... os culpados somos todos nós. os culpados são a maioria. é que as elites, as minorias pseudo-intelectuais, têm do seu lado o poder de influenciar, mas não têm o poder de decidir.

    Nunca se esqueçam de uma coisa. Tudo é relativo. As verdades apenas são conceitos aceites pela generalidade das pessoas e estão sujeitas a mutações. Como isso também os gostos e as necessidades das pessoas são próprias, individuais e sujeitas a mutação. As prioridades apenas reflectem isso. As decisões são consequência dessas prioridades. E os governantes limitam-se a colocar essas decisões em prática.

    Existe uma forma diferente de fazer as coisas, é claro, mas se querem voltar ao tempo do Dr. Salazar não contem comigo.

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