«Oito associações de defesa do Ambiente vão boicotar a edição de 2009 do Fundo EDP Biodiversidade, no valor de 500 mil euros, em protesto contra uma campanha publicitária que a empresa lançou este ano, associando as barragens à protecção da natureza.» [Público]
Não podia estar de mais de acordo com a posição destas ONG. Este Fundo EDP Biodiversidade, para além de uma soar a caridadezinha para com o Ambiente, se considerarmos com as verbas envolvidas na negociata, é mais um dos golpes de marketing da EDP, para mascarar o prejuízo causado às populações do Interior. Roça na falta de decoro a hipócrita campanha que a eléctrica lançou com a voz de turbina do Paulo Gonzo. O delírio propagandista de Mexia e afins, continua algures entre a náusea e a gargalhada.
Mais vale haver "caridadezinha" do que nada, para que os seus beneficiários, se forem inteligentes, e usarem bem os fundos que lhes forem atribuídos, possam cumprir os objectivos e os programas a que se propuseram. Nem que isso seja demonstrar que quem lhes pagou as contas é uma entidade que segue políticas ou modelos de desenvolvimento errados.
ResponderEliminarQuanto ao prejuízo às populações do interior, tenho as minhas sérias dúvidas. Roubaram-lhes os campos onde praticavam uma agricultura de subsistência? Arranjaram alguns postos de trabalho para fixar alguma população mais jovem? Criaram oportunidades para a indústria do turismo em algumas albufeiras? Possibilitam programas de agricultura de regadio noutras?
Não sei se o meu caro Jekyll vive no interior ignorante se vive no litoral iluminado. Mas treta do aproveitamento turístico das albufeiras é coisa que não compro, por diversas razões, uma delas porque o mercado está saturado - devemos ter mais quilómetros de margens ribeirinhas que de costa de mar, e o Algarve também ele, está pelas horas da morte. De resto é só ver o [mapa hidroelétrico do país e de como ele se confunde com o próprio mapa do progresso...
ResponderEliminarA agricultura é uma fonte de emprego e seja de subsistência ou virada para o mercado, quando sustentável - sem monocultura- não necessitam de enormes albufeiras para o regadio. Os açudes fizeram essa função antigamente sem alterar o equilíbrio das espécies. Aliás, as alterações microclimáticas e da qualidade da água decorrentes de grandes albufeiras prejudicam ainda mais as culturas. E sim, as barragens no Barroso por exemplo eliminaram muitos pastos e campos agriculas no concelho de Montalegre, a troco de um imenso nada.
O Plano Nacional de Barragens, por outro lado, nem prevê o uso da água para outros fins que não os de emendar o erro dos parques eólicos colocados desbragadamente por esses montes em diante, por mor da anormalidade de fazer correr os rios em sentido contrário, para armazenar a energia eólica em hectómetros cúbicos de água.
Por fim, não vejo moralidade nem coerência nenhuma em aceitar dinheiro de uma corporação que gasta somas ainda maiores numa campanha de desinformação gritante.É como se a polícia aceitasse dinheiro do Al Capone.
Para medir os benefícios para as regiões e para as populações que não conseguiram fugir de lá, basta viajar pela larga bacia hidrográfica do Douro para se conhecer o progresso que ali tem chegado desde há 50 anos.
ResponderEliminarQuanto ao tal déficit energético que alguns políticos citadinos tanto lembram, parecem esquecer-se que o nosso problema não está tanto na falta de energia mas antes no desperdício e excesso de consumo, não consumíssemos nós o dobro do petróleo que a Dinamarca.
Quanto se pouparia hoje em Portugal se em Portugal, e nos últimos 50 anos, se tivessem construído mais que VINTE km (20) de linhas férreas novas? *
* acrescem os 40 km do Metro de Lisboa
Outra pergunta daquelas de difícil resposta:
- quanto se poupa hoje em energia o facto de os comboios Braga-porto andarem cheios de gente a qualquer hora do dia?
Valeu ou não a pena a modernização deste eixo?...
Pois é, sacrifiquem lá o vale do Tâmega para iluminar os nós de acesso de uma qualquer auto-estrada no litoral.
Ora bem, se é energia nuclear, bota de lado; se é eólica, é um erro e foram colocado «desbragadamente»; se é eléctrica, altera o clima, prejudica as populações e as espécies autóctones...
ResponderEliminarNão me digam que vamos voltar a andar de transportes puxados por animais, e acender velas em casa?
Algum de nós estás disposto a prescindir do carro, da tv, da net, do telemóvel, da luz, do frigorífico, do microondas, etc, etc?
Tudo isto tem o seu custo. Gostava de ver era alguém fazer boicote a todas estas coisas...
Já agora, para «a polícia não aceitar dinheiro do Al Capone», diga aos tribunais para nunca colocar como pena uma recompensa monetária...
Caro Miguel Braga.
ResponderEliminarEu não disse que a eólica era um erro.A solução para o armazenamento da energia eólica é que podia passar pela reconversão das inúmeras albufeiras já existentes, mas a EDP acha mais fácil e conveniente erguer mais paredões.
O nuclear tem muitos mais contras que prós, no investimento, nos riscos e na gestão dos resíduos. Sai até mais cara que qualquer outra energia alternativa.
Os outros caminhos passam pela eficiência energética, a auto-suficiência e um claro esforço em melhorar a tecnologia da energia solar e sobretudo a geotérmica. Depois é uma questão de adaptar os transportes - p.e.- à realidade eléctrica...
Não é nenhum bicho de 7 cabeças. Aliás não se percebe como a capacidade dos transístores duplique a cada 18 meses e nós ainda nos agarramos ao combustível fóssil - por claro interesse do sector.
Quero andar de burro e o resto....são coisas da " civilização"
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