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Comboios Não São Só Linhas

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Famalição por FotoBen.
© FotoBen

As mudanças nao se restringiram à linha e às composições. As passagens de nível foram quase totalmente suprimidas e foram substituídas por viadutos ou túneis, quer para trânsito pedonal quer para rodoviário.Tais obras, entre 2002 e 2004, transformaram Famalicão num “gigantesco estaleiro ao ar livre”, nas palavras do ainda presidente da Câmara Armindo Costa.

A estação de Famalicão, completamente modificada no decorrer das obras, continua inserida Numa área pouco nobre do concelho, onde grassa um bairro com barracas e casas com os típicos telhados de zinco, onde residem várias famílias ciganas. O executivo camarário tinha em vista realojar as famílias ali residentes e, depois de demolir o bairro, construir um parque com cerca de 100 lugares para os utilizadores da estação.

Como se depreende, apesar da linha se encontrar modernizada, o único local de estacionamento que existe ao pé da estação dispõe de uma meia-dúzia de lugares. Todos os restantes veículos têm de ser acomodados ao lado dos passeios.

O bairro de lata continua de pé, o que, além de prejudicar o acesso à estação (em horas de Ponta e, digamos, com um ligeiro atraso para apanhar o comboio, é tarefa impossível estacionar o carro e entrar em tempo útil na composição), é um péssimo cartão-de-visita de Famalicão, pois quem visita a cidade pela primeira vez, depara-se com um cenário degradante assim que sai do comboio.

A obra está feita, mas podia estar feita até ao fim. Se a modernização da linha custou 100 milhões de euros, certamente que o realojamento e construção de um parque de estacionamento ficariam por uma ínfima parte desse valor.

9 comentários:

  1. A cidade de Barcelos é profundamente desprezada pela CP/REFER, apesar de mais perto do Porto que Braga, paga muito mais pelo bilhete, num comboio pior com horários de gargalhada. Como é que isto é possível?

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  2. Gosto do detalhe do bairro sem condições mas...cada barraca sua antena parabólica! Afinal é um bem de primeira necessidade...A Câmara que pague o realojamento...

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  3. Flata informação à crónica. O problema arraastou-se com a REFER a assumir a construção do tal parque na zona onde residem as familias ciganas. A Camara teria de encontrar uma situação social para realojar quem ali mora. A obra esta quase concluida e dentro de dois anos creio que o tal parque para os atrasados estaja concluido. essa é pelo menos a promoessa da Camara. (As habitações sociais estão ja em fase de conclusao e ficam junto á estação, a sul do edificio da CP).
    Foi só um acrescento..

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  4. Caro anónimo das 13:16,

    o problema arrasta-se desde 2004, e se só deve estar concluído em dois anos (i. e. 2011) vao passar 7 anos desde o início da empreitada para que o parque seja finalmente construído. A mim parece muito tempo... seja de quem for a responsabilidade.

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  5. Mais um bairro de ciganos mais um gueto.

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  6. Mais um postalinho ilustrado de Famalicão prestes a desaparecer. Nunca ali conheci outra coisa e vou sentir saudades...

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  7. Aquele bairro é a pior mensagem de boas-vindas que se pode dar a quem chega de comboio.
    Estudei em Famalicão e sempre que passava naquela zona diziam: "Não olhes muito pra lá...".

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  8. Excelente post. Parabéns ao blog por ser cada vez mais eclético. O Minho agradece.

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  9. O problema principal é este:
    Os ciganos não querem sair dali.

    JN

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