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Nós, Portugueses, olhamos de forma recorrente para os países estrangeiros, particularmente para os países europeus, como exemplos modelares, em vários aspectos. Olhamos particularmente para a vizinha Espanha com uma profunda admiração, e por vezes até o facto de o salário mínimo nacional ser superior, no país de nuestros hermanos, é motivo suficente para amaldiçoar a Restauração, o Mestre de Avis e Afonso Henriques. É a postura típica de muitos Portugueses, que não olham para os aspectos negativos dos nossos vizinhos europeus e, sublinhando os bons exemplos, nada fazem para alterar as coisas no seu próprio país.
Avançada esta opinião, e informando que gosto muito de Espanha (não por achar que eles são melhores ou piores), a referência que aqui vou fazer a um projecto não tem nada que ver com o contexto descrito no parágrafo anterior, mas sim com a necessidade de conhecermos exemplos de integração urbana do Património, com os quais podemos ou não concordar. E o exemplo que segue é um projecto na cidade espanhola de Cartagena, na comunidade de Murcia.
A descoberta de um teatro romano Alto-imperial em 1988, dentro dos limites do centro histórico de Cartagena, não foi encarada como um problema, antes como parte da solução para o problema da regeneração urbana daquela zona da cidade. Os restos do edifício, de grandes dimensões, foram compreendidos pela cidade actual, como uma potencial imagem de marca, quer pela monumentalidade que conserva e ostenta, quer pelo significado histórico que representa, quer pela nova dinâmica cultural que poderia vir a conferir à urbe.
Depois de observadas as condições de conservação, as limitações existentes e os exemplos de valorizações efectuadas, surgiu o projecto integrado, da autoria de Rafael Moneo, antecedido pela ideia fulcral de “um monumento visitável que se devolve à sociedade para a sua própria contemplação e disfrute, e como transmissor dos indicadores da identidade da Cartagena Romana”.
Pegando nesta ideia, a mesma pode perfeitamente estar subjacente a uma integração urbana de um equipamento monumental e simbólico da Bracara Avgvsta dos Flávios (o Teatro Romano do Alto da Cividade), na Braga actual, como parte inalienável da sua identidade.
A primeira parte do texto está carregada de verdades..
ResponderEliminarSe temos dois edifcios (por exemplo) um em espanha e outro em portugal...Se o edificio é restaurado em espanha e nao aqui os comentarios são: metam os olhos na Espanha, olhem como eles restauram os edificios...
Na situação contraria: Para que gastar dinheiro na restauração do edificio? Olha se a Espanha perde tempo e dinheiro nessas coisas?
Este texto é mais um importante contributo para pensarmos a cidade. É urgente um olhar atento para as ruínas do Teatro Romano da Cividade.
ResponderEliminarPá... se são "ruínas" para quê gastar tempo e dinheiro nisso?....
ResponderEliminarPedras e coisas velhas não interessa a ninguém.
O teatro da Cividade não é aquele que tem uns prédios por cima? - assim está bem, longe da vista, longe do coração, não faz falta nenhuma outro "teatro", já temos o Circo.
E quanto às Sete Fontes, não temos água que chegue??...
Concordo plenamente... Acho q um futuro melhor para Braga passa pela aposta nos ícones do passado romano. O teatro descoberto recentemente deveria ser recontruído.
ResponderEliminarPara além do interesse social e científico intrínseco projectos desta natureza criam mais emprego, abrangendo um leque mais diversificado de micro e pequenas empresas (conservação e restauro, construção civil, design, dinamização cultural, multimedia) do que investimentos intensivos cuja bondade económica é discutível. Por outro lado contribuem para o desenvolvimento turístico e aumento da qualidade da vida urbana, reforçando a cidade.
ResponderEliminarFSL