Braga de Confiança
© Confiança
A ideia era antiga, mas as novidades são frescas. Soube-se por estes dias que a Fábrica Confiança vai instalar o seu museu nas instalações da antiga Estação da CP, uma notícia que só pode encher-nos de contentamento. Em primeiro, porque o espólio da fábrica de sabonetes vai ficar mais protegido da voragem do tempo, preservando-se um património que faz parte da memória industrial, social e afectiva mais significativa da cidade. E, em segundo porque chega vida nova a uma zona da cidade que, paradoxalmente, ficou mais triste e fria após as recentes obras de remodelação.
«Moldes, rótulos, sabonetes, frascos, fotografias e algumas máquinas são o núcleo duro do espólio que está a aguardar divulgação», assim escreveu Luísa Teresa Ribeiro em edição do Diário do Minho de Novembro de 2007, o que faz adivinhar que a exposição será um riquíssimo contributo para que melhor se possa conhecer não só a evolução da indústria dos sabonetes e cosméticos ao longo do século XX, mas também da sociedade bracarense desse tempo.
© Projecto BragaTempo
Fundada a 12 de Outubro de 1894 por Silva Almeida e Santos Pereira, a Confiança é o maior marco da indústria bracarense, um dos símbolos mais emblemáticos da cidade. Não se estranha, portanto, que a fábrica sempre tenha despertado paixões nos mais entusiastas amantes da cidade. No início da presente década, o Projecto BragaTempo alertava para a degradação do espaço secularmente ocupado pela Confiança.
Porque «o valor da fábrica é incontornável, pela sua arquitectura industrial rara, pelo seu design, pelos seus famosos e excelentes produtos, mas também por toda a história que este edifício retém em termos de memória da cidade», os mentores do Projecto BragaTempo desafiaram a Câmara de Braga, a Universidade do Minho e a AAUM a unirem-se na criação de um pólo cultural naquele espaço.
Porque o repto não foi atendido, resta um único travo amargo num momento que poderia ser inteiramente feliz: as antigas instalações da fábrica estão à mercê da especulação imobiliária numa zona já densamente semeada de betão...
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Finalmente, uma utilização de primeira linha para o primordial Edifício de Passageiros da estação de Braga.
ResponderEliminarUma recepção bem-cheirosa aos visitantes.... é quase um poema..
O maior marco da indústria bracarense foi a Fábrica Pachancho, a marca mais conhecida é a Confiança.
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