«Aquilo é antes um monstro de hipocrisia e bafio, moralista como uma encíclica papal. Os desgraçados que para ali vão expor os seus pecados são sucessivamente confrontados com a traição aos santos valores da pátria: o horror do adultério, as sombras edipianas, a vergonha da prostituição, as disfunções familiares. Esqueçam o escândalo fácil. Este novo, tão badalado e supostamente moderno reality show não é um passo em frente em direcção ao que quer que seja - é dez passos atrás. Momento da Verdade é o confessionário do padre de província dos anos 50, pejado de sexo e interditos. Há por ali mais cheiro a naftalina do que no guarda-roupa da minha avó.» [João Miguel Tavares, DN]
A descrição de João Miguel Tavares é tão realista que dispensa mais considerandos. É por coisas destas que cada vez menos ligo a televisão. Ainda assim, a idiotice e o moralismo velado justificam a censura?
Dado o sucesso deste tipo de programa não será motivo para estar um pouco preocupado com a qualidade do eleitorado?
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