Depois de tudo o que fomos dizendo e escrevendo acerca da mobilidade no Concelho de Braga e na Região do Minho, importa salientar o seguinte:
1. Não há dúvida de que o modelo de mobilidade actual foi construído em função do uso preferencial de transportes motorizados particulares. Trata-se de um modelo desaqueado para as necessidades de competitividade da cidade/região e para os padrões de exigência ambiental do momento actual.
2. O investimento na promoção do uso da bicicleta e no regresso do transporte urbano sobre carris à cidade de Braga são as medidas estruturantes que se impõem para solucionar grande parte dos problemas de mobilidade da cidade/região, constituindo-se adicionalmente como factores de redução das assimetrias sociais e de aumento da competitividade regional.
3. A criação de uma linha de Metro/Comboio entre Aveleda e Gualtar, construída num eixo claramente deficitário na qualidade da oferta de transporte público, afigura-se-nos como decisiva para a mudança do paradigma dominante em matéria de mobilidade interna.
4. Apesar do estudo postular que «a densificação da rede de transportes públicos na zona central através de um serviço "porta-a-porta" em sítio próprio (por exemplo eléctrico) e complementar a esse eixo ferroviário (pesado) estruturante, constitui uma possibilidade a explorar a médio/longo prazo», parece-me que não será de descartar esta solução no curto/médio prazo.
5. A proposta de supramunicipalização dos TUB/EM, avançada no Parecer ao Estudo de Mobilidade, parece assumir uma importância vital na reconfiguração do sistema de mobilidade interno da região, projectando o Minho no contexto nacional e internacional.
6. Do mesmo modo, importa não desprezar que «uma futura expansão da Linha [de comboio ou metro] até Guimarães, passando pelo AvePark e pelo Pólo de Azurém da UM, deverá constituir uma nova alavancagem no nível de utilização dos transportes urbanos, na medida em que o seu âmbito de influência é alargado por via de uma intermodalidade que pode ser bem programada.»
7. Tal como temos vindo a repetir, os autores do estudo não deixam também de salientar que «a organização do sistema de transportes públicos e da intermodalidade é assim uma peça-chave na colocação da cidade de Braga como pivot do arco de cidades entre Viana do Castelo e Felgueiras, ganhando espaço de influência à Área Metropolitana do Porto e dinâmica demográfica, económica e social comparável com a cidade de Vigo. E essa realidade é essencial ao equilíbrio da rede urbana no conjunto da Euroregião Norte de Portugal-Galiza e a uma Região do Norte menos portocêntrica.»
Cumpridos 8 meses sobre a Petição pelo Regresso do Eléctrico e conhecidos que são os resultados do Estudo de Mobilidade, importa registar com enorme satisfação que a competente opinião técnica venha corroborar aquilo que, enquanto cidadãos, temos defendido ao longos dos últimos anos. Contudo, o tempo da retórica está a chegar ao fim, sendo hora de se avançar para os planos concretos. Projectos que permitam desafogar o colete de forças em que os problemas da mobilidade ameaçam tornar-se caso tudo fique como está.
[fotografia de Dario Silva; esquema retirado do parecer técnico do Estudo de Mobilidade]
Uma rede sobre carris rápida e eficaz a ligar as quatro grandes cidades do minho seria excelente sem dúvida alguma!
ResponderEliminarSendo que o essencial, no meu entender, será a forma de se relacionar esse transporte com as camionetas.
Pois, pelo menos em Guimarães, os horários dos transportes públicos são uma miséria. Mas o mais engraçado é que os que mais se atrasam são os que vem das centrais, tanto de Braga como de Guimarães.
Sei disto porque vivo no meio, nas Taipas e tenho que percorer a desgraça, leia-se N101, todos os dias.
A proximidade das eleições autárquicas vai, forçosamente, trazer novidades sobre esta matéria.
ResponderEliminarNão estava à espera da ideia de prolongar o comboio até Gualtar, na medida em que é um grande investimento, para além de ter que restruturar uma estação com 4 anos. A ideia é boa. Aliás, é também sugerido transformar a estação numa inter-modal, algo que foi falado/sugerido muito na altura mas que não fizeram.
ResponderEliminarNo primeiro texto que escrevi no meu blog tinha focado este aspecto de ligar o hospital, INL e a universidade directamente a transportes para fora de Braga, nomeadamente em ligar ás restantes cidades.
A supramunicipalização dos TUB/EM, no meu entender é obrigatória, não se justifica ficar cingido ao concelho de Braga, quando se sabe que existe grandes movimentos pendulares para fora/dentro do concelho, principalmente com os enunciados. Além do mais a empresa ganhará dimensão.
Resta saber se a ligação a Guimarães faz-se a partir da UM ou pelo vale da Veiga. Se por um lado obriga a um túnel com 5km sobre uma montanha, não é um simples corte e cose como da estação até à UM; por outro obriga a uma inversão na UM (caso vá à UM) e um percurso mais longo logo mais tempo mas mais população serve.
Agora elucidados e com matéria credível que avance a parte "solucionaria" e parte técnica .
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ResponderEliminarVós que lá do vosso império
ResponderEliminarprometeis um mundo novo,
calai-vos, que pode o povo
q'rer um mundo novo a sério.
António Aleixo
O Séc. XXI será o Século do Caminho de Ferro tanto quanto o foi o Séc. XIX.
ResponderEliminarA ver se se torna menos verdade as palavras de Sebastião Alba, poeta bracarense, "Circulamos embolsados em automóveis de luxo".
Até porque os "luxos" saem caros e pagam juros.
E pelo Comboio é que vamos.
Dario Silva.
Bem... anda-se a misturar alhos com bogalhos. Uma coisa é um eléctrico em Braga, outra coisa é um metro/comboio a ligar as cidades do Minho. Braga tem um problema autónomo que não permite que essas discussões se misturem demasiado.
ResponderEliminarA 2ª é facilmente exequível, apesar de exigir investimento. Mas a 1ª não é "a medida estruturante" que dizes ser. A eventual existência de um eléctrico em Braga é meramente instrumental de uma revitalização urbanística que se impõe. Pela brutalidade que a implementação de um eléctrico na cidade de Braga, tal como ela está, implicaria; é melhor pensar primeiro nessa reorganização e só depois pensar no eléctrico. Caso contrário existirá um caos maior do que se avizinha. Pois é muito bonito ter um eléctrico, mas, como tenho vindo a dizer, a sua eventual implementação será bastante problemática em certos pontos da cidade.
Também discordo em absoluto dessa ideia de criar uma linha Aveleda/Gualtar. É demasiado redutor. É impossível envisionar uma rede de elétrico a ser construída ex novum e não prever uma passagem pelos 3 hospitais que Braga irá ter; uma passagem pelas várias zonas industriais; uma passagem pelos vários tribunais; uma passagem pelo estádio; e, evidentemente, uma passagem pelas várias zonas de maior densidade populacional; e podia-se continuar... A mera criação de uma linha Aveleda/Gualtar, com os autocarros a complementar esse trajecto que sugeres, não iria alterar grande coisa. Mas como referi, falas em "mobilidade", misturando o problema de Braga, com o problema do Minho e esses são problemas perfeitamente autonomizáveis.
Parabens Pedro !
ResponderEliminarEntretanto concordo com JLS. Não misturar electrico/metro de superficie com sistema ferroviárop sub-urbano. Esse erro foi cometido pelo MPorto com as extensões para a VConde e Trofa. Há ainda que considerar o uso de Funiculares e sistemas de metro usando pneus. E cuidado com as soluções que precisam de muito betão e tuneis...
Volterei brevemente ao tema no Norteamos.
Vale sempre a pena, Pedro!
ResponderEliminarPara os profetas das dificuldades tudo é complicado ou impossível.
Velhos do Restelo!
Nada fazer significará sempre ficar para trás. Basta!
Que outros, mais novos, tragam uma nova vida num tempo que já parece de velhos.
T emos
ResponderEliminarR elatório
A utêntico
N ós
S ó
D evemos
E sperar para
V er
Tempo de velhos! Cuidado com os que envelhecem precocemente e nem chegam a ter ideias.As ideias não têm idade, o problema continua a ser de vontade politica, do agir, do fazer, ou não fazer.Das opções e politicas defenidas em projectos e programas, dos interesses que se confundem ou transformam de boas intenções ou ideias em negócios mediatizados por amizades.Nada de confusões o mérito e o demérito, não carecem duma idade mas de um tempo e vontade de agir.
ResponderEliminarTeimamos em criticar sem nexo.Então não é verdade que o País cresce todos os dias e o progresso é dado adquirido?Temos menos Empresas, mas temos grandes oradores que falam em empresas mais competitivas, geradoras de riqueza.Temos hoje salários muito elevados, bem diferentes de décadas atrás.Desempregados e mal pagos? Pois também os outros Países os têm.Dificuldades nos tratamentos, nas consultas, dificuldades no ensino que sai caro e conduz a falsas expectativas, pois mas sabem como é lá fora? pois não sabem então esperem para saber, sabem quanto custa ao país formar um médico, um professor, um engº, pois nãõ sabem.Então calem-se, ouçam o nosso Primeiro, acreditem no que diz e esperem,isto há-de passar.Vivem mal, calma sosseguem há quem esteja pior.Vá lá não sejam pessimistas temos pessoas a viver até aos 100 Anos, temos mais esperança de vida, temos muitas potencionalidades a desenvolver, vamos vencer.Quanto ganha um Ministro?Um General? Um quadro superior da Ad.Pública? Não interessa somos muitos mais e temos reformas de 300Euros que chegam.Aprendam a poupar a cortar nas despesas, na ida ao médico, ao mercado, de comprar jornais...enfim aprendam a poupar mais...muito mais.
ResponderEliminarTem alguma razão o anónimo anterior, mas não é hoje e aqui esse o tema.Estamos noutra onda, procure compreender vai gostar de falar do tema aqui em debate.Esqueça essas questões sociais isso já é passado.Agora queremos falar do MEtro e dos Comboios, das ligações e do serviço a prestar.
ResponderEliminarPenso de facto que o metro em Braga é um factor importantíssimo para o desenvolvimento da região e que deve avançar o mais rápidamente possível.
ResponderEliminarPenso também que em interligação com o metro, deve existir algo como existe em Paris (RER) que é uma espécie de comboio usado para interligar o metro com as cidades circundantes(Versalhes,Sceaux, Orlie,etc). Desta forma o novo metro de Braga poderia ter ligação directa ao metro do Porto e facilitar em a comuicação entre as duas áreas metropolitanas.