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Braga: Silly City

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Ao bom estilo provinciano, tudo fecha durante em Agosto nesta cidade. Como se o deleite de ler um bom livro não fosse o mesmo, como se estudar pudesse ser circunscrito aos horários de expediente, como se a investigação se compadecesse com os horários dos gabinetes, como se a cultura se pudesse dar ao luxo de injustificados hiatos. Até o Theatro Circo foi de férias. Com essas férias percebemos, com maior clareza, que as promessas de cultura todos os dias não passaram de promessas e a anunciada qualidade da programação não é mais que um eufemismo para estranhas parcerias. O Theatro Circo não pode trair tão cruelmente as expectativas da cidade, adicionando desencanto à desilusão (e, ainda por cima, havia um interessante mercado a explorar durante o mês de Agosto).

Ao contrário do que seria expectável e desejável, tudo convida ao êxodo estival. Os encerramentos temporários, os encurtamentos dos horários e as más disposições dos funcionários acrescentam inferno ao inferno que é o Agosto bracarense. Ficamos entregues ao fumo do café do bairro, aos solenes desfiles de estandartes e andores, às Ágatas pindéricas, às farturas gordurosas, à música parola que alguns carros com matrículas estranhas nos impingem, aos centros comerciais em saldo e aos festejos populares de Dume, Arentim, Adaúfe ou Pedralva.

Valham-nos o BrunoSpot e o Fotocafé que, lavando a cara, são a única gota de novidade no estival deserto bracarense.

26 comentários:

  1. pedro,
    claro que o TC fecha em setembro, o ONE MAN SHOW, o manda-chuva- patrao- chefao- desta vez vai vender bolas de berlim para o algarve!!

    a biblioteca lucio criveiro, tb está fechada??

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  2. "O Theatro Circo não pode trair tão cruelmente as expectativas da cidade, adicionando desencanto à desilusão " ... como se pode dizer isto pouco tempo após ter sido anunciada a vinda de Josh Rouse a Braga?será que ainda nao é suficientemente bom?Assim como o Antony que já cá passou...

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  3. Já agora porque habitualmente este blogue tem o hábito de ser sempre bastante pertinente nas suas notícias, prestaria mais uma vez um bom serviço, se informasse os jovens , ou nao de Braga, da última proposta, apesar de já ser um hábito, mas esta porque afecta os jovens do concelho, que com o voto de qualidade foi rejeitada pelo executivo camarário;
    e que aqui se transcreve;

    Casa Municipal da Juventude


    Considerando que:

    i) A politica de juventude se compõe de múltiplas dimensões, mas o vector orientador da mesma deve estar sempre centrado nos seus destinatários - os jovens;
    ii) A função primordial, que assiste a quem quer que tutele uma área tão sensível como esta, determina imperativos de actuação nos mais diversos domínios por que perpassa a mesma, e que os mesmos vão de áreas tão díspares como o emprego até ao desporto, passando pela educação, pelo lazer ou pela habitação;
    iii) Nenhuma das áreas supracitadas se compagina com qualquer tipo de laxismo por parte dos já citados responsáveis;
    iv) Os tempos que vivemos são de particular dificuldade e incerteza para os jovens e que, por isso mesmo, colocam novos desafios a que, inexoravelmente, terão de dar resposta;
    v) O processo de ambientação à vida cívica deverá sempre, da nossa parte, contar com um especial incentivo e apoio, pois que a isso todos nos obrigamos quando eleitos, e isso nos é esperado por parte de todos quantos se iniciam nos deveres cívicos mais profundos (em que se inclui o próprio recenseamento eleitoral);
    vi) “O futuro faz-se hoje” não é só um lugar comum, mas um compromisso que há que agarrar com especial responsabilidade e redobrado entusiasmo


    submete-se à apreciação do Executivo da Câmara Municipal de Braga, reunido em sessão ordinária, a 25 de Julho de 2007, a seguinte proposta de Casa Municipal da Juventude, que deverá ser incluída nas Opções do Plano e no Orçamento para 2008 da Autarquia:


    1- A Autarquia delibera criar a Casa Municipal da Juventude (doravante C.M.J.), espaço que, à semelhança de outros exemplos nacionais, servirá os propósitos que vimos de enunciar;
    2- Esta infra-estrutura, da responsabilidade da C.M. de Braga, por ela criada e gerida, será integrada num imóvel propriedade da mesma, não representando por isso encargos de maior para as finanças municipais;
    3- Na C. M. J. concentrar-se-ão todos os serviços já existentes que, efectivamente, interessam ao jovem munícipe e os mais que se hão-de criar;
    4- A C.M.J. irá acolher:
    a. Posto de internet;
    b. Sala de exposições, em que se mostrarão os trabalhos de jovens artistas plásticos e, porque não, de alunos de escolas do Concelho, através de um roteiro que abarque outros edifícios municipais (demonstrando uma ligação estreita entre a Câmara e os seus cidadãos, promovendo as visitas habituais de jovens aos edifícios e reforçando o laço identitário entre os mais jovens e aqueles que os governam);
    c. Promoção de workshops sobre as mais diversas temáticas de relevo para a Juventude;
    d. Projecção de filmes/ciclos de cinema, em estreita colaboração com a Videoteca Municipal;
    e. Sessões de teatro da responsabilidade dos grupos de jovens (como os de expressão dramática nas escolas);
    f. Sessões de música – bandas de garagem, vários concursos e actuações com palco garantido para esta que é a fase mais difícil da vida artística de uma banda ou intérprete;
    g. Bar da Casa, um projecto de gestão partilhada do bar (a criar) da C.M.J. pelas diferentes associações de estudantes das escolas da cidade, incutindo assim o sentimento de pertença a este projecto, mas também o de responsabilidade e brio. Estaria também prevista a atribuição de um prémio para a escola que promovesse a melhor iniciativa no bar;
    h. Concursos de graffiti, para os quais seriam disponibilizados os painéis necessários;
    i. O “Provedor do Jovem”. Este dará resposta aos anseios e preocupações dos jovens bracarenses, fará chegar aos diferentes pelouros as propostas por estes apresentadas, ou, bem assim, ao Conselho Municipal da Juventude em caso de tema de debate; Encaminhará também os utentes para os serviços competentes – camarários ou governamentais; A ele estará atribuído o “pelouro” do recenseamento, ou seja, terá a responsabilidade de lutar activamente pelo recenseamento e responsabilidade cívica dos jovens;
    j. Gabinete de Apoio ao Empreendedorismo e Qualificação Jovem. Nele se incluirá, entre outros, o apoio aos projectos empresariais através da relação directa com os institutos estatais que se ocupam desta área. Aqui se providenciará também o apoio aos jovens que procurem formação, quer pelo encaminhamento para cursos de formação profissional, quer pelo auxílio na escolha dos vários caminhos profissionais que se afigurem plausíveis (ensino superior, ensino politécnico e/ou profissional); Aqui se incluirá, e só a título de exemplo, o apoio na escolha dos cursos universitários através de parcerias com a UM e Associação Empresarial do Minho, em que estas últimas promoverão experiências pedagógicas com, nomeadamente, iniciativas como “E se eu fosse engenheiro?”. Tal consistiria em partilhar com os jovens, aspirantes a esta ou aquela profissão, o exemplo prático da vida de quem exerce tal mister. Assim, mostrar-se-ia aos jovens o que esperar no final dos cursos, elucidando-os sobre o futuro e precavendo eventuais escolhas erradas;
    k. Posto de aquisição do Cartão do Jovem Munícipe;
    l. Gabinete de Apoio Social, que se encarregará de situações que lhe cheguem ao conhecimento, seja de pobreza, de doença, violência, ou outras que visem directamente a população jovem, procedendo ao seu encaminhamento para as entidades competentes;
    m. Formação de nível básico/essencial gratuita em áreas tão cruciais como a informática (combate à infoexclusão), ou a língua estrangeira (exigências da globalização), com especial enfoque nos jovens que abandonaram a escola;
    n. Gabinete do Conselho Municipal da Juventude para o Associativismo – centrar-se-á no apoio à criação de associações e à interacção com outras, além de publicitar deliberações/acções/campanhas/reuniões do CMJ; Ficará responsável pela organização da assembleia municipal jovem, à imagem do parlamento jovem;
    o. Gabinete do Voluntariado, encaminhamento de jovens que pretendam contribuir para esta nobre actividade; Iniciativas de promoção/fomento do voluntariado (objectivo – mais coesão social);
    p. Gabinete Verde – preocupações ambientais, alertas e acções de prevenção/recuperação do património ambiental. Por uma Braga mais responsável e mais ciente dos direitos das gerações vindouras – publicitação do binómio sustentabilidade/desenvolvimento;
    q. Gabinete Europa, com o objectivo de abrir as portas da UE aos jovens bracarenses, lutando pela UE dos jovens e divulgando as várias iniciativas que lhes digam respeito. Promoção e acesso aos direitos e deveres do jovem europeu.

    Os Vereadores Ricardo Rio, Américo Afonso, Hugo Soares, Olga Pereira e Miguel Brito

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  4. Caro Bruno,
    A Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva adoptou horário de verão. A biblioteca da universidade idem.

    Caro vampbraga,
    Se o TC abriu para ter 2 bons concertos por ano está a defraudar as minhas expectativas.

    Caro Duarte,
    Já tinha conhecimento do chumbo socialista ao projecto da casa da Juventude. Abordarei o tema quando escrever a propósito da dialética entre executivo e oposição na cidade de Braga.

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  5. ja esta anunciado Josh Rouse??

    Pedro, foram muito mais que 2. mas ja estou a ver a perder o folego. estava a ir muito bem, mas, nos ultimos meses nao estive muito tentado a gastar la €. o lobby do teatro no theatro está a fzer bom trabalho, falta ver a adesão(assumo q ainda nao fui ver nenhuma peça, nao sei como é neste aspecto)

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  6. em coimbra também fecha tudo em agosto. tal como em lisboa, ou no porto. no fundo, no fundo, todo o portugal é provinciano. em agosto só funciona a indústria turística. o resto é paisagem.

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  7. Est� confirmado pelo proprio no seu "MySpace" e pelo blog do TC.
    ...e n�o foram ,mesmo,apenas 2 bons concertos .foram/ser�o dois concertos extraordin�rios,mas muitos e muitos mais bons concertos houveram desde a reabertura(s� para dizer alguns:Jhelisa,Diego Figueiredo,Balla,Cibele,Coldfinger,Charlie Musselwhite ,Joanna Newsom,Mundo C�o,Patrick Wolf,Maria Jo�o,Slimmy...mais as pe�as de grande qualidade e de produ�o caseira - Morte de Judas e Maldolor ...ser� que n�o chega?).O problema n�o � de todo a falta de concertos ,ou de qualidade, o que falta � a participa�o do publico,custa ver concertos deste nivel que n�o tinham casa cheia...e normalmente quem mais critica s�o as pessoas que menos vezes v�o...
    Partilho a mesma opini�o que tu em rela�o a muitos assuntos (talvez n�o em rela�o a muitas questoes sobre o SCB),mas em rela�o ao Theatro(e j� � pelo menos a 2� vez)discordo completamente ,acho que a renova�o ,apesar da beleza que voltou a dar ao espa�o , provocou tamb�m uma mudan�a de 300% ,para melhor,no que toca � utiliza�o da sala e a cidade � que ganhou com isso,e mais tarde ou mais cedo julgo que o problema do "afastamento" entre os cidad�os e o TC estar� completamente resolvido.

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  8. Pedro,
    Deve ser difícil fazer programação para um mês onde o que mais apetece é ir até ao Bom Jesus e beber uma ou duas daquelas fresquinhas que postaste há uns dias atrás para brindar à "sede Braga". Fazer uma programação para deixar as salas às moscas não me parece bem. Não me estou a queixar pois tenho um bom Hi-fi em casa para substituir a acústica do TC por uns tempos e fazer uma revisão à minha discografia básica.

    Já agora. Denotei na tua mensagem um certo (muito) preconceito no que concerne ao melhor que se faz de Cultura em Braga. (sublinho, CULTURA QUE SE FAZ EM BRAGA, um conceito diferente de CULTURA IMPORTADA. Um pormenor com muito significado.) Cultura que não selecciona pelo preço do ingresso nem olha para a indumentária do seu fruidor. Cultura que se faz em Dume, Merelim, Arentim e por aí fora.
    Recintos que enchem ao contrário de outros! Bandas, fanfarras, ranchos e grupos musicais para todos os gostos e feitios; à moda do povo. É ver a "gente que vai, faz e bem das festas!" e não se diga que é lixo pois tenho frequentado meios muito “in” onde quando o “apita o comboio” estala no ar, com uns decibéis a mais, e ver a fila indiana percorrer a sala com mancebos e velhos, doutores ou não, eles e elas agarrados aos ombros ou à cintura do que lhe vai na frente e de goelas abertas a berrar alto como quem procura rivalizar com o “mestre” Quim Barreiros.
    Vamos abrir os olhos para outras propostas que aparecem nesta quadra de Estio e que fazem a delícia de milhares. Fazem a felicidade dos muitos que vivem no país que só adquire cor e luz, muitas luzes, no Verão e numa outra ocasião do ano que se chama Natal.

    Duarte,

    A proposta que reproduziste, é o que se pode dizer "sem capacidade para abordar a essência das necessidades dos jovens". Há carências no domínio da juventude que devem ser abordadas de uma forma diferente desta. E são as mais importantes. Pelo que li, isto é demagogia barata. Muito perigosa! Só lhe falta vir acompanhada de um "controleiro" para garantir que a Juventude cá do Burgo põe os pés onde deve, não se vão enganar — ab libitum. Um somatório de propostas que parecem apenas fazer número. O "todo" estraga as partes consensuais.
    Não desesperes!
    Muitas vezes, ocorre questionarmo-nos sobre em que aspectos a pujança juvenil tem sido importante para o crescimento e desenvolvimento bracarense, situação que surge pelo facto de, face a tão emaranhado envolvimento dos jovens na comunidade, por muito que procuremos não conseguimos ver o que está mesmo à frente do nariz.
    É possível encontrar traços de participação juvenil generalizada quase por toda a parte, em todas as esferas sociais.
    Só não vê quem não quer!


    Nota: a palavra "controleiro" só aparece no dicionário do PCP, não vale a pena procurar noutro lugar.

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  9. Obrigado, vou ver se dou um salto à URSS a ver se encontro um dicionário desses...Pois esqueci-me já não existe... Mas há quem diga que ainda restam uns resquícios por aí...

    Sabes Jorge eu não desespero, as coisas correm a favor da causa que eu tenho orgulho fazer parte...
    Braga melhor, mais qualidade... qualidade de vida, qualidade dos serviços, qualidade do nosso ambiente, da nossa cultura, daquilo que oferecemos a quem nos visita...Braga de todos, Braga para todos... talvez tu, você , quem quer que seja, esteja bem desesperado...Sabem, sabemos todos que os dias de angústia de Braga dos Bracarenses estão a acabar.
    E já agora permite-me um reparo a tamanha desonestidade intelectual, a quem não tem a humildade de reconhecer o brilhantismo, excelencia, das propostas que a coligação SEMPRE, MAS SEMPRE apresenta...são tão boas comparadas com o que de resto NÃO SE Vê...

    Falta muito pouco...

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  10. Não teria dito melhor Duarte. Os "sofistas da praça de touros", que tudo aparentam saber, que nada lhes parece escapar, esses, raramente se vêem narrados na história. É que esta é muito mais justa do que muitas vezes aparenta. Os "olés" snobes que daqueles se sentem, só ecoam no vazio do seu descalabro intelectual. Não estou com isto a dizer que esteja isenta de críticas a proposta que transcreves, agora uma coisa é certa, sempre preferirei uma má proposta, a uma boa escatologia servida, "à la carte", por um interlocutor que se basta com o nada. Nada diz de concreto sobre o mérito daquela, nada diz da alternativa, com nada se basta para apelidá-la de controleira e demagógica (repetindo, aliás, o que afirmara Mesquita Machado!!!!)...
    Francamente, não será por "nadas" destes que Braga está como está? Que o executivo é liderado por quem é?
    Pensem (mesmo) nisto!

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  11. Ainda na seqência, caro Jorge,
    Temos algo de parecido em Esposende, que aliás recebe os maiores elogios´de quem por lá passa...

    Demagógica??? propostas concretas , sem custos de maior?

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  12. Caros João Marques e Duarte Loureiro

    Tens algo idêntico, há já uma dezena de anos, em Vila do Conde.
    Na minha opinião, há várias formas de matar um gato e essa não me parece a mais correcta. Sou liberal e não "controleiro". E quanto ao que se pode dizer em matéria de política de Juventude: já disse muito. Já fiz muito. Já ensinei muito. É só procurar... Tenho a minha própria perspectiva que, como disse, não pretende tratar os jovens como se estes fossem incapacitados, incapazes, etc... 
Vá lá, façam o trabalhinho de casa. É muito fácil o refúgio no insulto, porém nada esclarecedor.
    Porquê não olhar para a Juventude como um grupo, claro está, heterogéneo mas com excelentes capacidade, que dão contributos importantes para as comunidades onde se inserem?
    Eu sei que vivemos na época dos babysitters, do pronto a vestir, da chave na mão e da “ditadura do agora já”. Só acho que a Juventude para se afirmar nunca deles precisou.
    É errado pensar que agora deles precisam! (esta é a minha opinião, não tem que ser a sua).
    Sinceramente,
    JF

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  13. Braga em Agosto é deprimente. Dá vontade de cortar os pulsos.

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  14. Caro Jorge pensar no que de melhor se pode fazer , criar para a juventude em Braga, nas condições que se pretende oferecer à juventude Bracarense é o que alguns fazem quase diariamente...Ainda que em Braga lutar por tal objectivo seja uma constante desilusão...Não é fácil lutar por uma Braga melhor...
    Não basta encher a boca e falar de juventude, nos contributos que oferecemos à juventude, criticar os jovens de hoje. Os jovens de hoje são muito capazes , mas ainda não conseguem construir um centro comercial com um canivete...precisam de condições, de quem acredite nas suas capacidades, e nesse aspecto cá na terrinha estamos falados.

    O respeito começa de lá para cá, não de cá para lá...

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  15. Olá Duarte!

    Nesse tom falamos melhor.
    Primeiro: sobre o que escreve — a quem o diz!!!
    Segundo: fico muito contente com essa sua vontade de transformar. Afinal, ser jovem é mesmo isso: ter uma enorme vontade, maior que o mundo, de mudar, melhorar, criar, fazer...
    Não leve a mal o que escrevo a seguir pois percebi o seu comentário. Repare: Os jovens não querem construir centros comerciais! E esse canivete de que fala provém na maior parte das vezes do capital financeiro herdado de antepassados — ascendentes. Não me parece que enquanto jovem se possa construir tal coisa. No entanto
    Parece-me que senti nas suas palavras um sentido muito positivo de justiça social. Muito bem! É aceitável e desejável que as instituições do Estado (quer seja autarquia local, quer seja o Governo) proporcionem condições para mitigar as assimetrias que existem entre quem não tem problemas para aceder ao que deseja e os que realmente têm. Daí a importância de "criar oportunidades para a Juventude participar"
    Quanto ao seu penúltimo parágrafo. Sabia que Braga é central em todo o mundo em matéria de política de Juventude? Sabe que de Braga partiu para muitas cidades do país o verdadeiro sentido de um conceito de Juventude?
    Não sabe porventura. Procure no Google “Plano de Acção de Braga para a “Juventude” ou “Braga Youth Action Plan” do fórum da juventude das Nações Unidas. Procure nas duas versões: portuguesa e inglesa.

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  16. Respeitando a sua opinião e a alegada "obra feita" da sua parte, o que disse no meu comentário apontou baterias aos seus disparos. A crítica não me assusta, o que me assusta sim é a suposta moralidade de muitos "comentaristas", que se refugiam nesse estatuto para esconderem as suas próprias debilidades e incapacidades. Se tem feito, como diz, inúmeras propostas felicito-o por isso. Não o conheço, nem às suas propostas, mas o que escrevi (volto a referir) centrou-se na falta de alternativas que (não) deu. Convenhamos, teríamos uma dialética demasiado espaçada, se, na blogosfera, tivessemos que andar a vasculhar o passado de todos quantos aqui escrevem (seria mesmo contrário à dinâmica que se deseja para estes fóruns). Isto não confirma, porém, a sua tese do imediatismo. O imediatismo vê-se na falta de ponderação do que se diz e propõe e não no vigor com que se escreve. A vontade e o empeendedorismo não podem, nunca, ser vistos como reflexo imediato desse sinal dos tempos que refere.
    Já agora convido-o a testemunhar que não é, nem de imediatismo, nem de frugalidades, que se trata (muito menos de "controleirismos"). No nosso blog : geracaobraga2009.blogspot.com

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  17. Já agora, esses planos que refere valem o que valem. A concreta medida da sua eficácia é a que eu, bem como os outros jovens do concelho, sentem no seu dia-a-dia. Ora, quanto a isso, estamos conversados. Bastaria fazer um pequeno inquérito pela minha cidade e constataria com extrema facilidade da grande desilusão que graça entre nós (mesmo descontando aqueles que responderiam mal por mal "à la PCP", e a percentagem dos alheados civis - cada vez maior).
    O apoio aos jovens, directo ou indirecto, quando não paternalista, é inexistente (não, não estou a falar do "Estado (Social) Papá", tranquilize-se). O papel é muito bonito, mas aqui, como por exemplo nos indíces fantásticos das "criancinhas" que até ao 9.º ano (não) reprovam (pudera, são passadas por decreto), ele vale muito pouco no confronto com a realidade.
    Já lá diz o adágio "as boas raparigas vão para o céu, as más (nós) vão para todo o lado". É assim que queremos continuar!

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  18. Caro Jorge é um orgulho enorme fazer parte de um grupo que pensa Braga , que acredita em Braga, que acredita que depois do executivo socialista na C`^amara de Braga virá quem de Braga melhor fará...

    Qualidade e qualidade só pode dar vitória , mas mais qualidade nunca é demais, por isso convido-o a contribuir para um concelho muito melhor já em 2009;

    Porque todos somos poucos...

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  19. Caro João Marques,

    Eu não levo a mal a sua irreverência!
    Penso que se não conhece deveria conhecer. Recordo que foi você o primeiro a espingardar com acusações de sofismo à minha intervenção. Não é você que deseja muito um projecto de juventude para Braga? Então... é suposto conhecer a cidade que habita. É desejável que seja portador de boas propostas. propostas que acrescentem valor!
    Volto a sublinhar. As propostas que tanto defende têm mais do que um erro fundamental.
    Seguindo-se um preâmbulo aceitável (mas sem novidade em matéria de política de juventude), submete um rol de propostas que me parecem muito formais. Ou então, a serem postas em prática, tais só seriam viáveis com uma estrutura humana pesada que muito rapidamente resvalaria para um “controlismo” da juventude bracarense. Daqui até ver transformada a Casa da Juventude num filial do partido político no governo da autarquia é um esfregar de olhos, já que, para esconder o insucesso desse projecto, facilmente se procuraria nas solidariedades das juventudes partidárias povo para encher as iniciativas (importante para fotografia da legitimação). Não é isso que fazem nos outros concelhos? Olhe que eu sei que é e sempre me bati contra tal perversidade.
    Defendo outro conceito de espaços para a juventude, sem a rigidez dos gabinetes dessa proposta, onde os jovens poderão, eles próprios, fazer política de jovens para jovens. Tenho aversão a tutelas sobre a Juventude, por isso mesmo acredito nas virtualidades do associativismo (o mais formal e o informal). Um espaço que possa servir melhor as necessidades de envolvimento dos jovens, quer os que participam activamente, quer os que pretendem uma participação reservada e quer os de participação passiva.
    É necessário mais um espaço de Juventude em Braga: Casa da Juventude, Espaço Jota ou outro nome mais apelativo. Só acho que não poderá estar revestido de toda essa formalidade. Os Jovens são informais e a política de juventude é EDUCAÇÃO NÃO FORMAL.

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  20. Não fora a badalada inauguração da Colecção Berardo no CCB, e o facto de a entrada ser gratuita, Lisboa seria tão deserta culturalmente como qualquer outra cidade portuguesa na "silly season". Mas convém não esquecer que muitas das obras agora expostas também já eram possíveis de visitar no extinto museu de arte contemporânea, em Sintra ou mesmo em algumas retrospectivas e exposições temáticas realizadas no mesmo CCB. Logo, Braga e o demais País apenas se "limitam" a copiar, mais uma vez, o mau exemplo da capital. Resta-nos migrar para o "Allgarve" e engrossar a fila das socialmente in "sasha summer sessions" ou então descansar num qualquer bocado de terra e esperar que a poeira do Verão assente...

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  21. É preciso organisar um evento que atraia pessoas de toda a Península Ibérica para que a cidade ganhe vida. Se houver mais pessoas por cá, de certeza que os bares e os cafés estarão abertos e que a economia de Agosto mude. Um festival cultural com danças, teatro de rua, marionetas... Um pouco à semelhança do que o projecto Teatro-Escola-Teatro fez há uns anos atrás mas com uma maior continuidade...

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  22. Caro Jorge Faria

    Não se pode partir para uma discussão na blogsfera com semelhantes preparos, volto a afirmá-lo, é impraticável. Do que se tratava era de uma proposta, boa ou má (o que para o caso é irrelevante), à qual contrapôs argumentos cuja validade se esgota na sua rotunda existência. Vejo que, tacitamente, aceitou o meu convite para dar as suas propostas, quanto mais não seja explanou um esboço de modelo sobre o qual podemos discutir. Ora o sofismo a que aludi começa a cair por terra, ainda bem. Desconheço a sua pessoa e propostas, já o tinha dito, culpa minha concerteza. Peço-lhe desculpa pelo facto, mas da mesma maneira com que me "ataca" sobre o seu passado, posso eu fazê-lo sobre o meu próprio. Certo é que, tal forma de debate, não me parece, nem honesta, nem profícua. Não sendo esta uma feira de vaidades, cabe discutir os propósitos e propostas de cada um, assim se faz política.
    Quanto a Braga, posso dizê-lo com toda a frontalidade, conheço-a bem demais para me resignar.
    Discutamos, pois, a sua urticária (bem vinda, diga-se) ao "controlismo". Mais uma vez lhe digo que não é esse o propósito. Clamar pelos maus exemplos para justificar o abandono puro e simples desta opção parece-me, sou-lhe sincero, pouco. Quanto ao excesso de funcionários, embora discutível, parece-me rebatível, dado o excesso de gente sem trabalho, que passeia nos corredores (ou aproveita para tratar das operações de manicure, como já me relataram) dentro da C.M. de Braga e restantes empresas municipais. Quanto ao seu modelo, devo dizer-lhe que o liberalismo frontal que apresenta é de saudar, agora, a juventude não é uma empresa, não se trata de um mercado, nem tão pouco de um segmento a conquistar. Estamos a falar de assuntos muito sérios, como o acesso ao emprego, ao apoio à iniciativa jovem, apoio social, resumindo, da vida de pessoas. O modelo social europeu, tanto quanto eu saiba, ainda está em vigor. Ainda é da responsabilidade dos políticos assegurarem um justo acesso às oportunidades. E, neste aspecto, continuo sem vislumbrar o "controlismo" de que fala. Convirá que a nossa sociedade, organiza-se em instituições, melhores ou piores é certo, mas elas são essenciais. Assim, continuo (porventura, teimosamente) a concluir pelo mérito da proposta em causa, continuando por isso a bater-me por ela.

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  23. É a primeira vez que vejo este blog. Li apenas este post pq estou ligado em termos profissionais a algumas coisas que são apresentadas em termos culturais em Braga. Fica a nota que nem sequer sou de Braga.
    Para já devo-lhe dizer que possuí uma enorme confusão de conceito entre democratização cultural e democracia cultural. Depois, a ideia de «cultura importada» chega a ser ridicula, num mundo onde cada vez mais o contacto entre diferentes expressões artísticas que são produzidas pelo mundo entram em contacto uma com as outras, enriquecendo as culturas locais e elevando as práticas culturais das populações.
    Depois, devo-lhe dizer, pois não deve saber, o TC tem uma taxa de ocupação na ordem dos 60% dos seus espectáculos. Sabe qual q taxa normal em identicos equipamentos?! se não sabe eu digo-lhe: 20%.
    Depois, em termos financeiros o TC obteve em receitas próprios (ou seja, receita de bilheteira, com bilhetes a preços sociais como deve saber) em cerca de 60% do orçamento. Sabe qual a percentagem habitual nestes equipamentos culturais?! se não sabe, mais uma vez digo-lhe: ente 10% a 15%.
    Por fim, a questão do Agosto: trata-se unica e exclusivamente de uma decisão de gestão da oferta. Se calhar de facto deveria haver alguma pequena oferta durante o mês de Agosto, mas a verdade é que existem muitas cidades do país que ficam com menos 40% a 50% da sua população nos meses de Verão (sendo grande parte desses que possuêm práticas culturais regulares) e outras cidades que aumentam a população presente em 50% a 100%. O Algarve em termos de oferta cultural é muito pobre durante quase todo o ano, excepto nos meses de Verão, onde o investimento nesse período é muito grande. Mesmo Lisboa começa a inverter o paradigma, visto se perde população residente ganha em turistas que estão sempre dispostos a ver espectáculos de artistas que eles próprios conhecem e a preços mais reduzidos do que se fosse no país deles (depende do país claro).

    Só mm para terminar. Não me vou identificar porque como não vos conheço não gostaria de ser prejudicado profissionalmente por apenas expressar a minha opinião.

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