Avenida Central

Os arautos do moral alheia

| Partilhar
À medida que a campanha avança, vou-me convencendo de que o melhor argumento do SIM é aguardar o desfile de alguns dos incríveis argumentos do não.

Os arautos da moral alheia não se coíbem de apresentar imagens de fetos de 24 semanas, sabendo que estão a enganar descaradamente o povo inculto deste país.

Os arautos da moral alheia não se coíbem de comparar aborto e terrorismo. Mas mantém relações diplomáticas com países terroristas como a França, a Inglaterra, a Itália, a Espanha ou Portugal?

Os arautos da moral alheia não se coíbem de misturar vida com batimentos de coração - sabem que o coração pode bater várias horas depois da morte chegar e ser confirmada. Sabem que a ausência de pulso não é sinal de certeza de morte. Sabem que mentem, mas mentem. Porque não olham a meios para atingir os seus divinos fins.

Os arautos da moral alheia falam de oportunismo políticos dos outros. Mas só os outros é que são oportunistas. Porque os que, como eles, são arautos da moral alheia não são oportunistas.

Os arautos da moral alheia arrogam-se no direito de dizer aos outros o que é a vida, quando começa a vida, como se faz a vida, quando se deve fazer a vida. Mas os arautos da moral alheia não estão dispostos a ouvir a opinião de mais ninguém.

Os arautos da moral alheia são isto tudo e ainda mais coisas, mas quando as filhas engravidam solteiras levam-nas a abortar em Espanha.
É por isto mesmo que são os arautos da moral alheia.

14 comentários:

  1. Não o poderia ter dito melhor. Grande post.

    ResponderEliminar
  2. Um post mesmo muito bom. Meu amigo, posso publicar este teu post no meu blog, com a devida referencia? É por uma boa causa, diz-ma alguma coisa.

    ResponderEliminar
  3. Ok vou já organizar a coisa.
    se quiseres alguma foto em especial, escreve-me para ludovicus.rex@gmail.com

    ResponderEliminar
  4. Melhor não poderia ser descrita a sociedade portuguesa. A hipocrisia reina e todos acham que estão a fazer o melhor (só quando alguem está a ver, claro)

    ResponderEliminar
  5. E deixem-me adivinhar, os arautos da verdadeira moral estão apenas preocupados com os direitos das pobres mulheres que não sabiam que já tinham sido inventados meios contraceptivos e por infortúnio do destino e talvez, po malvadez do diabo, conceberam uma forma de vida tão deplorável que se veêm obrigadas a acabar com ela. É assim não é?

    Nem vou falar de os já vários problemas decorrentes da baixa taxa de Natalidade em Portugal (que só vão ser mais agravados com tais politicas), nem do primeiro direito do ser humano (não sabem qual é, e não..), porque os arautos da verdadeira moral iriam já acusar-me de estar apenas a defender os meus "divinos fins". E isso sim, seria um crime.

    Que arautos, estes!

    ResponderEliminar
  6. O mike shinoda realmente apontou um argumento fantástico...

    Vamos todos combater o aborto porque Portugal está com a natalidade baixa :D Também acho que devíamos encorajar a prostituição e proibir os métodos contraceptivos para haver mais crianças que estabilizassem a pirâmide demográfica.
    Pedro, devias pôr este no post, é outro exemplo daqueles argumentos irrefutáveis.

    Aproveito para deixar outro argumento fantástico que ouvi no outro dia num programa de televisão de antena aberta (para os quais podem telefonar pessoas a dar a sua opinião). Passo a citar:
    "Eu cá sou contra o aborto porque, aos 24 anos, sofri um aborto espontâneo e senti na pele a dor de perder um filho e uma gravidez que se quer levar até ao fim"

    No comments...

    ResponderEliminar
  7. Na moda da ecologia pop, porque não reduzir, reciclar e reutilizar a Humanidade? Ha tanta gente para tão pouco planeta.É manda-los vir da Ásia para cá e pô-los a aprender português e a comer torresmos. O Cavaco e companhia que tragam alguns da Índia e da China...

    ResponderEliminar
  8. Pela tua resposta, és por certo, um ser bastante limitado.

    Eu falei no caso da baixa taxa de natalidade, porque têm muitas pessoas vindo a público dizer que o Estado português terá muitos custos caso não liberalize o aborto em Portugal. Não me parece é que um "crash" da segurança social (consequencia final da baixa natalidade) seja, vá lá, mais baratinho para o país.

    Em segundo lugar, hás-de me dizer o que raio é que a prostituição tem a ver com a taxa de natalidade. O universo da prostituição em portugal, felizmente, é baixo demais para causar alterações na respectiva taxa.

    Em relação aos métodos contraceptivos, deves ter também problemas visuais, pois eu próprio os referi no meu comment acima como uma das causas para a não legalização do aborto. São divulgados demais e conhecidos demais para alguém minimamente responsável os pôr de lado. Mas também quem faz tal acto, não o é de todo, portanto..

    Em relação à citação da mulher, não estou a ver de certeza a coisa da tua perspectiva. Onde é que está o problema?

    Querem defender as mulheres, mas quando uma diz aquilo que passou aquando de tão terrível acontecimento, já não merece ser defendida nem a sua opinião respeitada.. Muito coerente.

    A tua atitude é a mesma de qualquer apoiante do "sim":

    Ridicularizar todas as posições do NÃO, estejam elas correctas ou não, mas quando se trata de voçes corroborarem a vossa posição, aí vêm com as conversinhas do costume de que é preciso liberdade..mas antes de existir liberdade, deve existir responsalibidade!
    Alguém aqui sabe o que isso é?
    E para mais, se tanto lutamos pela liberdade, que ela seja para todos! não temos o direito de decidir quem vive e quem morre. Em portugal, AINDA, não existe pena de morte, penso eu.

    Um país seguiu esta mesma política de descredibilizar a massa oponente e fazer crer que eram uma minoria, aquando da legalização do aborto, e embora a maioria da população não estivesse de acordo, o que é certo é se ludibriaram massas suficientes para conseguirem o tão esperado troféu.

    E que país foi esse? OS EUA, pois claro, um exemplo a todos os níveis.

    ResponderEliminar
  9. A campanha de esclarecimento do Não - Uma Vergonha!
    Esta é a campanha do Não - Ver aqui: http://arrastao.weblog.com.pt/arquivo/2007/01/a_campanha_de_esclarecimento_d

    Sem mais comentários...
    Tenham vergonha!

    ResponderEliminar
  10. Caro Pedro Morgado,

    Discordo completamente da interpretação que faz das minhas palavras...

    1. Falei de "oportunismo político" e não de oportunismo político de uns!

    2.Referi apenas um exemplo que li aquando do momento em que redigi a posta que linka no seu blogue.

    3. Um verdadeiro referendo deveria estar livre de toda esta propanganda política que se tem feito, para que os cidadãos pudessem votar concientemente, livres de qualquer pressão partidária ou influência...

    4. A título pessoal, toda a pessoa tem o direito de se manifestar e fazer campanha em defesa daquele que entende ser o melhor... Mas fazer disto uma questão política.... oponho-me totalmente!

    Esclarecido?

    uma dos "arautos da moral alheia" e ou da "hipocrisia", como preferir!

    ResponderEliminar
  11. Cara Sónia Monteiro,

    "Referi apenas um exemplo que li aquando do momento em que redigi a posta que linka no seu blogue."
    Aceito a justificação. Aguardo, portanto, que oportunamente critique a posição do CDS-PP neste referendo.

    Um verdadeiro referendo deveria estar livre de toda esta propanganda religiosa que se tem feito.
    O referendo é político. A religião pertence a um nível diferente.

    ResponderEliminar
  12. Ó Soninha,
    Você representa o que de mais bacoco há neste país.
    Até gostava de saber o que pensa das touradas? Ou da IVG para pessoas com trissomia 21?
    De facto, quando a leio o cheiro a mofo chega aqui...
    Você é tão tristinha.. Nem sei se tristinha será a palavra, se tristezinha será melhor.
    Um cartãozinho do PNR ficava-lhe bem, sóninha...
    Vou estando atento à barbaridade que exala dos seus posts...

    ResponderEliminar

Antes de comentar leia sobre a nossa Política de Comentários.

"Mi vida en tus manos", um filme de Nuno Beato

Pesquisar no Avenida Central




Subscreva os Nossos Conteúdos
por Correio Electrónico


Contadores