Avenida Central

O meu voto

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Em 1998, apesar de não ter podido votar, enverguei t-shirts com letras garrafais apelando ao voto Não. Passaram 9 anos. Mudei de opinião. Dia 11 de Fevereiro votarei SIM.

O meu voto é um voto sem militância religiosa ou partidária. É um voto sem ideologias. É um voto sem certezas absolutas. Resulta da ponderação dos vários factores, tantas vezes antagónicos, que estão em jogo neste referendo.

O meu voto pretende responsabilizar as mulheres, dando-lhes a oportunidade de tomar um decisão livre e consciente. Abortar diz, fundamentalmente, respeito à mulher. Porque é a mulher que é acusada por esta lei feita por homens. Porque é a mulher que tem que se sujeitar à gravidez. Porque os homens não têm qualquer dever perante a gravidez. Porque os homens, muitas vezes, não querem saber.

O meu voto pretende acabar com a clandestinidade. Não vale a pena continuarmos a enfiar a cabeça na areia: quem quer abortar e tem dinheiro vai a Espanha. Quem não tem dinheiro vai à clandestinidade comprar uma complicação que lhe pode amputar definitivamente a capacidade reprodutiva ou mesmo a vida.

O meu voto é pela coerência. Quando abandonamos as populações à sua sorte, não apostando em verdadeiras políticas de Educação Sexual e Planeamento Familiar, não temos legitimidade para castigar a mulher. E, mesmo que possamos, em consciência, condenar o acto da mulher que abortou, o que é que resolve submeter as mulheres à humilhação pública de um julgamento? Porque é que é entre os apoiantes do Não que encontramos as maiores resistências à implementação da Educação Sexual nas escolas?

O meu voto pretende criar mais justiça social. Não é raro depararmo-nos com terríveis histórias de vida a que a lei actual é completamente insensível e que o Código Penal continua a penalizar. Devemos respeitar o sofrimento do outro como o sofrimento do outro. Não vale a pena dizermos "o que faríamos se...". É que o "se..." faz toda a diferença.

O meu voto é pela tolerância. Este é inegavelmente um assunto sensível que divide a sociedade portuguesa. Não há certezas absolutas. Votar SIM abre uma janela de esperança e liberdade para todos. Votar Não é a manutenção da imposição de uma visão que não é nada consensual na sociedade portuguesa.

Dia 11 de Fevereiro, votarei SIM.
Apelo a todos os portugueses para que não fiquem em casa.
E, na dúvida, votem SIM. É o único voto que respeita todos.

Nota: Este é o único texto de fundo que escreverei sobre o próximo referendo.
A partir de agora limitar-me-ei a transcrever textos de outros autores que considere relevantes.

27 comentários:

  1. Ainda bem que mudas-te de opinião. Não à prisão das mulheres.

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  2. Eu votaria SIM se pudesse... mas "emigrantes" não têm opinião a dar sobre legislações no país, segundo as mais altas instâncias.
    Só espero que o NÃO não vença e que o direito à opção prevaleça.

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  3. Sim ou Não,voto em branco,seja o k for,mas tds temos k ir e dar a nossa opinião para que assuntos do pais tipo este possam continuar a ter o nosso contributo!

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  4. Pedro, neste caso estamos em desacordo.
    Não acho que alterar a lei para despenalizar quem a infringe seja a solução.
    Se assim for, proponho igualmente a legalização da venda de drogas (leves e duras) para acabar com os traficantes, as penas e com a clandestinidade! Há uma imensidão de gente que morre porque injecta gesso nas veias... (são enganados, os desafortunados...)
    Ah, e a prostituição também!...

    Votarei Não, porque existe um vazio atrás da pergunta formulada. Querem que aprove algo que não é mais do que dar carta branca para depois desenharem a paisagem como lhes convem.
    As minhas dúvidas são várias...
    - Será uma decisão unicamente da mulher? É legítimo isso?
    - Então assim sendo, será que o pai também poderá desvincular-se da paternidade, caso assuma que não deseja aquele filho que a mãe faz questão que nasça?
    - E os médicos? Vão ser obrigados a aceder à vontade da Cliente?
    - Serão actos comparticipados pelo estado? Estará realmente ao alcance de todos?
    - E quanto às mulheres que eu vi na televisão a gabarem-se de terem feito 11 abortamentos? Estará essa maneira, quase consumista, dessas mulheres pensarem tão distante de muitas outras? Ou estará já pensada a página do Guiness pro maior n.º de abortamentos numa mulher?

    Voto Não porque ainda ninguém me convenceu do contrário!

    Abraço

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  5. Frada,
    "E quanto às mulheres que eu vi na televisão a gabarem-se de terem feito 11 abortamentos? Estará essa maneira, quase consumista, dessas mulheres pensarem tão distante de muitas outras? Ou estará já pensada a página do Guiness pro maior n.º de abortamentos numa mulher?"
    O teu Não não muda nada disto.. Mas o teu SIM resolveria o problema a muitas outras. Pensa bem.

    E os médicos podem sempre recusar-se a fazer IVG's...

    Caro Pedro,
    Excelente post. Excelente post. Vou citá-lo no meu blog. Ups. Não tenho blog.

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  6. Em 1998 se podesse votar também teria votado não. Aliás, ainda me lembro de uma "discussao" com o meu professor de História do 9º ano em q ele era a favor do Sim e eu revelava-me a favor do Nao.

    Hoje também tenho opinião diferente. Contudo, ainda não tenho bem a certeza se votarei Sim ou deixarei em branco...Porque ainda não consigo ter uma opinião bem formada acerca d tal complexo assunto.
    Talvez só mesmo no dia 11 decidirei...

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  7. Viva, Spicka!

    Pode parecer assim, pode, mas a pergunta não é a isso que conduz.

    Se fosse isso, seria, talvez, aceitável. A sociedade poderia reprovar o comportamento abortista, seria uma sanção social, mas nada mais do que isso. Ninguém iria para a cadeia, como, aliás, agora ninguém vai, também.

    O problema é que o Estado não pode – não deve – reconhecer em lei a possibilidade de se tirar a vida a um ser humano.

    O que se está a discutir neste referendo não é, como a maioria das pessoas pensam, a circunstância de se ser condenado e preso por abortar. Não. O que se vai discutir é bem outra coisa: é que será lícito e legal que uma mulher decida – apenas porque não lhe dá jeito ter aquele filho – abortá-lo. Sem ter que dar satisfações a ninguém.

    Nem os tribunais, com todos os seus poderes e com todas as garantias de defesa, têm esse poder.

    O que se vai discutir, pois, é a liberalização. A liberalização do aborto, sem justificações, sem razões fortes, sem nada. Só porque deu na vontade da mulher. Infelizmente, o que se vai decidir é isto e não outra coisa. Há um enorme sofisma em tudo isto, Spicka. E a vida humana – qualquer vida humana – não pode estar sujeita a sofismas.

    Ainda há bem pouco tempo, todos ficámos horrorizados com a morte de Saddam Hussein. E com razão! A pena de morte é uma violência inaudita, contra a qual todos estamos. A pena de morte é indigna da Humanidade. Mas, repare, Saddam, mal ou bem, foi julgado, teve direito a defender-se em tribunal.

    Qual é o tribunal em que o filho que está no ventre da mãe, indefeso e confiado na protecção que ela lhe dá, se pode defender da morte que a própria mãe lhe quer infligir?

    Cumprimentos

    Ruben Valle Santos

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  8. se o "não" vencer, a lei será aplicada. se até hoje não o foi é por pura benevolência e bom senso de juízes...

    para não existirem dúvidas:
    eu não sou a favor do aborto. eu sou a favor de políticas que deem formação aos jovens de como, para além de evitar gravidezes indesejadas, prevenir várias doenças! aulas de educação sexual nas escolas. gabinetes de apoio para tirar dúvidas e dar informações sobre a sexualidade. palestras nas escolas! máquinas de preservativos em bares, discotecas!

    mas quem deseja fazer um aborto que o faça. e que não tenha de ir preso por isso. deve ter é apoio psicológico!

    para as mulheres deixarem de estar presas na lei, eu vou votar sim. mas quero mais!

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  9. Desculpem, creio que estamos todos a discutir um problema artificial. Tenho 55 anos, quatro filhos e todos foram desejados, mas nem todos planeados. Desde os meus 16 anos sei que o preservativo evita os filhos e a sua utilização é simples. A mulher tem a pílula normal e a do dia seguinte, os merdia falam de preservativos a toda a hora, há-os em todas as esquinas e nos supermercados com fartura. Liberalizar o aborto, legitimar o aborto só pode ter como objectivo o lucro legal das clínicas de aborto, para encobrir sabe-se lá que casos é que ficam de fora. Incestos? Que a liberalização não sirva propósitos obscuros sob a capa de protecção dos direitos da mulher.

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  10. Caro H Sousa,
    Por certo que sabe que há muita jovem entre os 16 e os 24 anos que não sabe o que é um preservativo nem como se usa...
    Não é um problema artificial. É o país real. Convivo com ele quase todos os dias.

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  11. Pedro, lamento a tua posição.

    em primeiro vou referir-me ao teu post e por último dizer mais alguma coisa.

    1. responsabilizar não é fazer o que se quer. responsabilizar é assumir as consequências dos seus actos.deixo um exemplo estúpido: Pinto da Costa deixou a Carolina, agora que ela falou ele poderia matá-la (estava solucionado o seu problema)
    2. a clandestinidade não acabará. haverá sempre quem terá vergonha de ir ao hospital e quem queira interromper a gravidez após as 10 semanas. mas é verdade que a clandestinidade será menor.
    3.concordo quando dizes que a mulher não deve ser castigada, mas acho que há diversos meios de contracepção. não é necessária uma medida anti-natalidade.
    4.a tolerância não existe quando se opta pela morte. Que tolerância tiveram pelo Saddam?

    agora mais algumas coisas:
    a) lamento que tenhas essa opinião como aluno finalista de medicina. tão bem como eu sabes que após a fusão entre o gameta feminino e masculino a nova célula tem capacidade (coisa que mais nenhuma célula tem) de se desenvolver num ser humano que será tão independente como tu e eu. deve por isso ser tratada como tu e eu somos ou se calhar com mais cuidado porque é mais vulnerável
    do que qualquer um de nós.
    b) lamento que daqui a pouco estejas a fazer um juramento, de Hipócrates, e ainda assim defendas a morte de tanta "gente" em defesa de alguns irresponsáveis (e não responsáveis como defendes). estará este a tornar-se no juramento de "hipócritas"?
    c)defendo a despenalização das mulheres mas por pensar que elas não terão autonomia para tomar decisão tão complicada (e isso advém das diversas complicações de que padecem no futuro). Contudo alguém é responsável por mais uma morte e quem proporciona o aborto deve ser responsabilizado, não quem o solicita.
    d) este referendo não questiona apenas a despenalização da mulher, mas também a possibilidade de ela "matar" um filho só porque sim.

    muito mais haveria a dizer mas penso que já me estou a esticar...

    com os melhores cumprimentos e espero um voto responsável.

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  12. Caro osso,
    A consciência não se referenda nem está em causa neste referendo.
    O que está em causa é a alteração de um artigo do Código Penal que penaliza as mulheres que abortam.

    Caro osso,
    Eu digo que SIM à DESPENALIZAÇÃO do aborto pelo fim da hipocrisia, para que se acabe com a LIBERALIZAÇÃO DO ABORTO CLANDESTINO e para que se façam menos abortos e morram menos mulheres pelas complicações dos abortos clandetinos.

    Caro osso,
    Eu digo que SIM porque não sou dono da verdade. Respeito que haja quem tenha uma verdade diferente da minha e entendo que, numa matéria que é tão pouco conseusal, não temos que impor a nossa visão do mundo e da vida.

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  13. Pedro,
    infelizmente o que está em causa neste referendo não é apenas a alteraçao do artigo que pune as mulheres que interrompem a sua gravidez.

    responder SIM não só vai provocar mais mortes (que não das mulheres) do que aquelas que reclamas (as das complicações).
    responder SIM não acaba com o aborto clandestino.
    responder SIM não vai diminuir o número de IVGs mas sim aumentá-las, à semelhança do que ocorre noutros países europeus em que se questiona o aborto devido à sua larga utilização.
    a hipocrisia não é justificação para responder SIM, pois ela existe em muitos outros temas e não é por isso que eles são despenalizados (por exemplo a corrupção, há tantos corruptos que estão impunes...).

    por outro lado, responder NÃO (ao contrário do SIM) não encerra o assunto. permite uma discussão mais alargada. o porquê do NÃO?
    será NÃO porque se quer a mulher penalizada?
    será NÃO porque não se quer IVG liberalizada?
    será NÃO porque não queremos os nossos impostos para pagar IVGs?

    deixo-te a minha opinião.
    voto NÃO, mas respondo-te a estas 3 questões que deixei (que penso ser as que devem ser levantadas por quem de direito e não apenas dizer: "o povo votou NÃO fica tudo assim").
    1) digo SIM à despenalização da mulher e digo novamente SIM à punição de quem auxilia a mulher, pois o aborto não é realizado por uma só pessoa. assim procuramos realmente combater o aborto clandestino, pois procuramos aqueles que tiram partido da fragilidade "emocional" de um ser para matar um outro.
    2) digo NÃO à liberalização da IVG e digo-o porque sou pela vida e porque não quero mortes desnecessárias. considero que o feto (ou embrião, ou até mesmo o zigoto) não devem ser penalizados por atitudes que não foram as suas. penso que eles têm tanto direito a ter a sua oportunidade como tu e eu estamos a ter. há alguns dos que têm poucas condições que se soubessem o fututo nunca escolheriam a interrupção da gravidez (por exemplo a mão do figo ou do ronaldo certamente que muitas dificuldades passaram, muitos desgostos tiveram, mas certamente que agora muito felizes estão. dou estes exemplos porque são mais fáceis de compreender por eles agora são ricos e famosos mas não é só do dinheiro que o homem vive e muitas vezes basta estar vivo para dar alegria aos outros).
    3) digo não à utilização de dinheiros públicos para IVGs pois existem muitos meios que o estado disponibiliza para prevenir a fecundação (pílula, preservativos, consultas de planeamento familiar, ...) e mesmo pós fecundação (pílula do dia seguinte). para quê mais? além disso já existe uma vasta lista de espera tanto para consultas como para cirurgias, na área em questão, porquê atrasar mais? ao permitir a IVG vamos estar a descurar a prevenção ao nível das DSTs. que números teremos no futuro? quantas mortes por SIDA teremos a mais? serão estes números de morte superiores ou inferiores ao número de mulheres que actualmente (sem que o aborto iligal seja combatido) morre de complicações de IVGs mal realizadas?

    Pedro, como aluno de Medicina como tu e como Hipócrates defendeu ("primo non nocere") eu no dia 11 de Fevereiro votarei NÃO.

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  14. Para se libertar a mulher matam-se crianças! Será que a sociedade não estará muito mais egoísta?
    Então meus senhores e senhores, não somos nós que condenamos a pena de morte na América e noutros lugares?
    e o aborto o que é afinal? Para se libertarem umas, matam-se seres indefesos? Algo anda mal contado...
    Com toda a convicção direi NÃO!

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  15. Depois de ler alguns posts, vou deixar aqui algumas verdades sobre algumas hipocrisias dos que defendem o Não.

    - Em 1998, os movimentos do NÃO defendiam que uma das soluções para que a mulher não abortassem e em especial as jovens é que tivessem aulas de educação sexual e consultas de planeamento familiar. Pois bem, a educação sexual existe á 22 anos e nunca foi aplicada nas escolas e sendo a maior parte dos defensores do NÃO ligados á direita e á igreja católica, desde 1983 até hoje foi a direita que esteve mais tempo no poder. porque razão não aplicaram a lei?
    Querem nomes? pois bem: Leonor Beleza, Paulo Portas, Bagão Félix, Manuela Ferreira, Marques Mendes e pasme-se a vira-casacas da Zita Zeabra que foi umas das autoras da lei de 1983, entre outros políticos.

    - Os métodos contraceptivos não são 100% eficazes e em relação ás consultas de planeamento familiar se os jovens não vão lá é porque se calhar a maioria deles não sabem que existem.

    - Quanto ao conceito da vida, pois bem meu caros defensores do Não, em 1º lugar não existe consenso dentro da comunidade científica em relação a quando começa a vida e em especial aos fanáticos religiosos do Não, eu relembro-vos os tempos da inquisição em que a igreja católica mandava pessoas para a fogueira. onde estava o sentido da vida?
    E não venham com tretas que a igreja católica ja pediu desculpas por isso, porque quando foi o enforcamento do Saddam o Vaticano limitou-se a imitar um comunicado a condenar o enforcamento, mas quando foi para criticar o aborto já veio o Papa em público á praça de S. Pedro criticar quem o faz e quem o defendem?
    Mas querem mais exemplos? Eu digo. Ainda este mês, vocês que defendem o Não vieram com catrazes da imagem do enforcamento do Saddam numa imagem bem clara a comparar ás mulheres que fizeram o aborto. Além de ser incoerentes só mostra o vosso desespero em querer mudar o sentido de voto que recorrem a marketing terrorista.

    - Quanto á vossa desculpa dos dinheiros públicos para financiar os abortos, eu dou exemplos muito claros: O nosso sistema de saúde tem vários problemas graves no atendimento á população como a falta de médicos, e com o aumento das taxas moderadoras e da baixa da comparticipação dos médicos, vocês também andam com cartazes a criticar ou fazem manifestação contra esta política?

    - Vocês do Não que formam movimentos cívicos e dizem que os políticos não se devem meter nesta discussão deixar isso para a sociedade civil, é estranho que tenham tantos políticos nos vossos movimentos.

    - Outra questão é o financiamento das vossas campanhas. Tantos cartazes enormes pelas ruas, tantos panfletos,t-shirt, eytc e já pode consultar sites dos movimentos do Não, pasme-se que muitos não pedem ajuda financeira?
    Se são movimentos cívicos como dizem porque não mostram de onde vêm esse vosso dinheiro? Tem medo de quê? Pegam mas é nesse dinheiro e ajudem as mulheres porque assim estão a ser coerentes com o que defendem.

    E por agora fico por aqui. Fica só estas verdades para que fique registado.

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  16. só uma pequena correcção..eu no texto quis dizer baixa na comparticipação dos medicamentos e também cartazes em vez de catrazes.

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  17. continuo à espera da resposta às 3 questões...
    - o financiamento das campanhas é um tema que nada tem que ver com o referendo. contudo o SIM gasta mais do dobro que o NÃO.
    - não concordo que não seja um tema político. até considero um tema bastante político para que não sejam tomadas medidas contraditórias como a instituição de taxas moderadoras e depois abortos livres e grátis(?).
    - Pedro após a fecundação e em condições normais a que dará origem um zigoto? não é isto vida?
    - agora falar da igreja e da inquisição é demagogia pura. em que ano foi isso, da inquisição? condeno a morte de Saddam, mas não considero que não merecia ser punido pelos seus actos.
    - agora porque há falta de educação (leia-se: as pessoas não têm acesso à informação) em Portugal, não é desculpa para permitir medidas radicais como o aborto. este ponto é muito importante porque uma vez mais demonstra a mediocridade dos nossos políticos. em vez de tomarem medidas e implementá-las de maneira eficaz, tendo em conta diversas variáveis, optam por pedir a opinião do povo ocultando diversa informação e deste modo lavar as suas mãos como Judas as lavou. (neste momento estou a ouvir uma notícia que fala do aquecimento global. que medidas e debate existem em Portugal? nem pela nossa vida temos amor! realmente porque teremos por milhares de fetos? se pensasse assim também responderia SIM. contudo opto por lutar pela vida e acreditar que ainda temos espaço neste pequeno planeta.)

    PS: Pedro espero que não tenhas ideias fixas e que estejas disposto à mudança.
    1 grande abraço

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  18. Como quem não se sente não é filho de boa gente, gostaria de informar o Sr. Pedro que quem defende o NÃO, não tem de ser hipócrita como nos apelida. Temo direito à livre opinião e como tal podemos manifestar-mo-nos livremente.
    Agora pergunto-lhe se na realidade a sua mãe pensasse como voçê se tem consciência que hoje não estaria a insultar ninguém e olhe que fica tão nervoso que até se farte de dar imensos erros de ortografia.
    Modere-se e assim poderá viver mais tempo. Já agora deixe de ser insultuoso, mesmo estando do outro lado da minha barreira. Boa educação não lhe ficará mal de certeza absoluta.

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  19. Em 1º Lugar:

    osso said...
    - o financiamento das campanhas é um tema que nada tem que ver com o referendo. contudo o SIM gasta mais do dobro que o NÃO.

    Quero que apresentes provas concretas desta tua afirmação.

    Em 2º lugar:

    osso said:
    agora falar da igreja e da inquisição é demagogia pura. em que ano foi isso, da inquisição? condeno a morte de Saddam, mas não considero que não merecia ser punido pelos seus actos.

    Não é demagogia nenhuma.apenas estou a falar do conceito de vida que é um argumento que vocês usam. Mas houve pessoas do não com cartazes do enforcamento do Saddam a comparar isso com as mulheres que fazem abortos. Eu sou contra a pena de morte e acho que o Saddam devia era ser julgado em Haia. Mas vocês defendem a vida humana não hesitaram quando fizeram aqueles cartazes.


    Em 3º Lugar
    osso said:
    agora porque há falta de educação (leia-se: as pessoas não têm acesso à informação) em Portugal, não é desculpa para permitir medidas radicais como o aborto. este ponto é muito importante porque uma vez mais demonstra a mediocridade dos nossos políticos. em vez de tomarem medidas e implementá-las de maneira eficaz tendo em conta diversas variáveis, optam por pedir a opinião do povo ocultando diversa informação e deste modo lavar as suas mãos como Judas as lavou.

    Vamos deixar-nos de demagogias e sermos frontais e directos.
    os políticos que referi amteriormente e que defendem o Não como tu sabes já tiveram responsabilidades governamentais(excepto a Zita Seabra) nada fizeram para implentar a educação sexual nas escolas conforme defenderam os movimentos do Não em 1998 em que eles participaram.Isto é claro como água Isto não demonstra a mediocridade dos nossos políticos ou para ti são só medíocres porque convocaram este referendo?

    Em 4º Lugar:
    Eu estou disposto á mudança que for para acabar com os julgamentos das mulheres e para lutar por uma lei adquado ao século XXI

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  20. A questão do financiamento de ambas as partes li-a num jornal gratuíto (lamento já não o ter para poder apresentar números precisos).

    Em relação ao políticos não os considero medíocres por convocarem apenas o referendo mas sim porque constatemente fogem às suas responsabilidades (por exemplo quando cai uma ponte a atitude correcta é a demissão e não o enfrentar dos problemas. é com estas atitudes que não concordo). No que diz respeito à educação, e não me reporto apenas à educação sexual, não importa o que defendem os políticos mas interessa que os portugueses tenham formação científica, moral, cívica, ... O que não acontece actualmente. Nos dias de hoje o que vemos é querem empurrar os alunos até ao 12º ano (quer saibam quer não), só para dizer que têm o 12º ano.

    Eu também considero que as mulheres não deveriam ser julgadas e já referi porquê. Mas considero que não é a defender o aborto livre (ou clandestino) que estamos a defender uma lei adequada ao século XXI (só porque outros países o fazem, porque seremos nós a estar mal e não eles?). Se for contra o aborto e presseguir aqueles que o proporcionam a mulheres desesperadas estou a despenalizar a mulher e a combater o aborto (mas esta hipótese não se lê directamente na questão do referendo).

    (estou a gostar deste "debate")

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  21. Anonymous said...

    - Como quem não se sente não é filho de boa gente, gostaria de informar o Sr. Pedro que quem defende o NÃO, não tem de ser hipócrita como nos apelida. Temo direito à livre opinião e como tal podemos manifestar-mo-nos livremente.
    Agora pergunto-lhe se na realidade a sua mãe pensasse como voçê se tem consciência que hoje não estaria a insultar ninguém e olhe que fica tão nervoso que até se farte de dar imensos erros de ortografia.
    Modere-se e assim poderá viver mais tempo. Já agora deixe de ser insultuoso, mesmo estando do outro lado da minha barreira. Boa educação não lhe ficará mal de certeza absoluta.


    E como diz aquele ditado ditado: que não deve não teme... e estou aqui a dar-me a minha opinião através do meu nome e não sobre a forma de anonimato. e as coisas debatem-se é ser frontal e directo. Lamento que a minha frontalidade incomode.

    Na política, a coerência é o que faz uma pessoa e o que eu referi como "algumas hipocrisias dos que defendem o não" dei claros exemplos. Ora a carapuça só lhe serviu porque quis.

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  22. Caro Osso:

    em relação ao seu 1º paragrafo já deu para ver que é da direita ou centro-direita porque os argumentos sobre os políticos vão sempre recair em exemplos de governos ditos "socialistas", mas também tenho amigos de direita e ñ é por isso que deixo de falar com eles.

    Em relação a quererem empurrar os alunos até ao 12º ano, relembro que isso tem a ver com as politicas dos nossos governos nomeadamente desde a nova reforma( que foi criada em 1988) em que os governos PSD e do PS também têm culpa e os professores apenas cumprem as ordens do ministério da educação.

    Mas neste paragrafo há um ponto que estamos em acordo. OS políticos são medíocres ao fugirem das suas responsabilidades e eu demonstrei que no movimento do não existe muitos exemplos disso, mas estou a ver que isso é difícil engolir para os adeptos do não. Mas contra factos ñ á argumentos.

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  23. Mais uma vez o que eu defendo é que a mulher acima de tudo não deve ser julgada. Em relação á vosso discurso do " aborto livre", isso tem uma solução muito simples. é dar a educação sexual nas escolas, é dar planeamento familiar ás mulheres acima de 40 anos que não têm tanta informação e com o não fica tudo na mesma... porque quando foi o debate do prós e contrás o que vocês mais repetiram era que a mulher devia ser ajudada durante a gravidez e nos meses seguinte ao nascimento ou então que ao votar sim o aborto seria liberalizado. Vocês não falaram sobre métodos contraceptivos nem na educação sexual.. por isso é que quando a médica do SIM disse que as pessoas do Não eram contra os métodos contraceptivo metade da vossa plateia calou-se e a outra metade ficou toda indignada. Esta dualidade de critério demonstra bem isso.

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  24. Primeiro que tudo, acho que este tema podia e devia ter sido tratado no parlamento, são estas problemáticas que devem ser ponderadas por aqueles a quem foi entregue a nossa representação.
    Há questões que dificilmente são referendáveis e esta é uma delas, mas, já que me foi colocado este desafio, não tive grande necessidade de pensar qual a opção mais certa, pois não ando de olhos fechados (ou a fingir que os tenho fechados) como muito boa gente e já espero por esta mudança há bastante tempo. Não só porque olho para TODA a sociedade, mas porque também olho para os exemplos internacionais. O meu voto é um SIM decidido!
    Nesta altura já rejeito argumentar números pois chegou-se ao ponto em que estes são usados de forma sensacionalista e parcial. Principalmente pelos do Não, que inicialmente pregavam constantemente contra o que diziam ser a "coisificação do humano" devido ao uso dos numeros por parte do sim e agora é ve-los usar e abusar de dados Brutos, sim, dados brutos sobre os abortos em determinados países esquecendo de analisar detalhadamente os números que têm nas mãos, pois se fossem mais especificos, veriam que aquilo que dizem não passa de um erro.
    Portanto, quando falarem dos numeros russos, lembrem-se de ler o resto da estatistica, de explicitar tudo.
    Mas é engraçado que o parlamento dinamarquês apelou ao voto no Sim em Portugal, pois, segundo eles que já vivem com a despenalização até às 12 semanas desde 73, os gastos para o Estado diminuíram e o número de abortos também não aumentou, pelo contrário diminuiu, (e há que ter em conta os abortos de mulheres estrangeiras) assegurando ainda uma maior consciência, seriedade e civismo no tratamento deste tema por parte da população dinamarquesa pois quando as coisas deixam de ser tabú e passam a ser consideradas realidades societais.. as atitudes mudam sempre para melhor.
    Também acho irónico evocarem os direitos da criança para defenderem o não. De facto, ser a favor da marginalização das crianças, de uma geavidez indesejada que muitas vezes leva a um exercicio da maternidade muito distante da sua plenitude, contribuindo para um deficiente desenvolvimento das crianças.. é um hino aos direitos da criança, não haja duvida.
    Além disso, que Estado tem o direito de decidir por uma mulher aquilo que no exercicio da liberdade de consciência ( que já devia ter sido conquistada há muito na teoria) só ela poderá decidir?
    O estado controla todos os factores extremos que podem envolver a vida de uma mulher?
    Eu vivo numa democracia e quero, como tal, que as mulheres tenham acesso a condições adequadas para que possam abortar se optarem por tal. E o aborto não será com isto um processo banal... não. Num aborto longe da clandestinidade, a mulher pode receber apoios que lhe mostrarão todas as opções viáveis, que as podem acompanhar, durante e após o processo .. de forma a prevenir eventuais casos futuros. Mas só assim se pode fazer esta prevenção.. não é escondendo as mulheres, não é enxuvalhando as vidas delas em tribunais, não é serem acompanhadas por policias em vez de psicologos ou outros tecnicos especializados para tais situações..
    As mulheres, como é claro, fazendo abortos clandestinos, totalmente isoladas, no medo, sem acompanhamento, etc, irão sofrer muito mais tanto fisicamente como psicologicamente, pois claro.
    Esse arrependimento que os do não falam é de facto .. resultado dessa clandestinidade, claro.
    De facto também entendo algumas pessoas do não, pois votar não ou sim para elas será igual pois a lei para eles será a espanhola. Os abortos lá são feitos com maior comodidade, assim como noutros países e portanto.. aqui faz-se passar um papel de falso moralismo mas na Espanha.. o ar deve ser outro e o discurso clerical dessas pessoas muda completamente. Ora, não sou parvo.. não podemos olhar apenas para o umbigo, a sociedade não funciona assim e o egoísmo é sempre sinónimo de exclusão social e ignorância.
    Este é um voto pela responsabilidade social, pela vida.. sim pela vida saudável, igualitária, pela não discriminação, pela coerência e mentalidade modernizada. Pois as mentes não evoluem se não conseguirem ultrapassar obstáculos que sempre foram como lixo no chão que se vai escondendo por baixo do tapete.
    Já agora uma palavra à igreja: paciência.
    Já mudámos de século, as pessoas já não são fantoches religiosos, há que manter um nível superior de debate e os padres moderarem o seu desespero. Quando leio o que alguns dizem pergunto-me se são pregadores do Bem .. então o que será o inferno..
    A lei da ignorância já está ultrapassada, pede-se maior divisão entre o que é ser crente e o que são questões sociais..
    Votarei Sim e espero dizer até que enfim! uma lei justa e um passo em frente neste país.

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  25. Os cinco movimentos do "Sim" apresentaram orçamentos que rondam os 421 mil euros, os quatorze do "Não" quase 616 mil. "Empresas", "partidos" e "igreja" são palavras tabu.

    Mais informações em:
    http://jn.sapo.pt/2007/02/04/nacional/movimentos_protestam_contra_que_priv.html

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