«O Sr. Augusto Santos Silva (PS): - Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O dia de hoje deveria marcar o arranque do ano lectivo de 2004/2005 em todo o ensino básico e secundário. Por causa da incompetência e do autismo dos Governos PSD/CDS-PP, a operação de colocação de professores e o início das aulas, uma rotina consolidada no nosso sistema há vários anos, são desta vez um fracasso monumental.
Vozes do PS: - Muito bem!
O Orador: - Por causa da incompetência dos Governos PSD/CDS-PP, o Ministério da Educação procedeu a uma completa revisão do sistema de recrutamento e colocação de professores, com efeitos práticos imediatos, sem sequer ter testado a respectiva configuração técnica…
A Sr.ª Ana Benavente (PS): - Incompetência absoluta!
O Orador: - … e o resultado foi o caos absoluto. O Ministério falhou logo no prazo de abertura do concurso que ele próprio tinha estabelecido; as primeiras colocações de professores dos quadros ocorreram três meses depois da data devida; os docentes dos quadros de zona encontram-se ainda por afectar às escolas, adiando o Ministério, sucessivamente, as datas de publicação das colocações.
O Sr. José Magalhães (PS): - Fantástico!…
O Orador: - Agora, isto é, até ao próximo adiamento, a publicação está marcada para o dia 20. E, naturalmente, estes atrasos repercutem-se na conclusão dos destacamentos por concurso e na contratação de docentes para satisfação de necessidades supervenientes ao fecho do concurso. Não há prazo que seja cumprido, não há lista de colocações que não contenha erros e motive reclamações, não há declaração ou medida dos dirigentes políticos do Ministério que não desperte angústia entre pais e professores.»
Este é um extracto das declarações de Augusto Santos Silva, actual Ministro dos Assuntos Parlamentares, a propósito dos erros nas colocações de professores.
Como se vê, mutatis mutandis, o discurso do então parlamentar está perfeitamente ajustado ao que agora sucede com a colocação dos médicos internos.
E o que diz agora o Ministro?
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Sem palavras...
ResponderEliminarSimplesmente fantástico!
ResponderEliminarÉ imperioso replicar
ResponderEliminarNão quero ser advogado do diabo, mas algumas coisas devem ser ditas, sobre esta comparação.
ResponderEliminar1 - Acho que a falta de teste ao sitema é um erro bastante grave, e o qual já foi admitido;
2 - Não se pode fazer uma comparação tao grande sobre duas coisasque são em si, algo diferentes - a saber:
3 - O processo de colocação dos professores arrastou-se durante meses, pelo que
4 - comprometeu, irremediavelmente, um ano lectivo;
5 - afectou um conjunto muito maior de professores,famílias e alunos;
6 - o processo de colocaçõa, de um número relativamente menor (comparação com o número de professores) - 900 médicos;
7 - Não comprete de forma irremediável o serviço dos hospitais.
Posto tudo isto reafirmo o que disse no início é um erro bastante grave, contudo fazer a comparação é possível só que há que ter em conta as especificidades de cada um dos erros.
Eu acho que a simplicidade inerente ao concurso de colocação dos internos (o único critério é a média de curso e não são assim tantos candidatos) ainda torna a situação muito mais estúpida quando comparada com a dos professores, que são em muito maior número e com mais critérios de seriação. A colocação até poderia ser feita manualmente e eles têm todos os dados há tanto tempo que poderiam ter experimentado o sistema informático mais cedo e se não funcionasse faziam manualmente em meia dúzia de dias.
ResponderEliminarPara além disso, ainda não se sabem quais vão ser as repercussões para os internos que eventualmente queiram repetir o exame da especialidade no próximo ano e assim tentarem ficar numa especialidade da qual gostem mais. O exame é em Dezembro e geralmente pedem-se os 12 meses de internato para repetir
Comparada á situação de colocação de professores, a (não) colocação dos médicos pode não ser tão preocupante e não ter consequências tão graves. É claro que os hositais não param, mal de nós se assim fosse. E é claro que SÓ somos 900. No entanto, não é pelo facto de os vizinhos terem uma enxaqueca desde os 5 anos que temos de dar graças e não nos queixar da nossa dor de cabeça. A verdade é que qualquer uma das situações é complicada e encerra situações dramáticas, não so agora mas também a nivel de eventual repetição de exames como dizia a Sara mudança de especialidades, etc. Com todo o respeito que tenho pelos professores e pela cruzada que é o seu processo de colocações, acho que o ideal seria não fazer comparações mas sim uniões para que não voltem a ocorrer os mesmos erros em situações diferentes.
ResponderEliminarTranscrição fantástica e que te agradeço trazeres à luz...
ResponderEliminarMuitas vezes me pergunto como é possível uma opacidade (em termos de justiça, e em muitos infelizes aspectos mental) tal que gera consequências destas...
Mais grave (a meu ver, que mantenho uma réstia de esperança de o nosso país ter alguma saída) é a ausência de memória do povo português que nã agradece o direito de eleger o seu governo, no mínimo elegendo um de jeito... já que não há opções de jeito, ao menos que não elegesse governos que já deram mostras da sua incompetência...
Grave também, parece-me a compactuação com estas situações, que gera uma dualidade de critérios assustadora, perante o que é aceitável como incompetência, e o que é inaceitável, gerando dissolução de governos...
Relembro (se algum de nós quis esquecer) que o anterior governo foi dissolvido (após ter sido ponderada a sua dissolução e considerada pelo PR injustificada) pelo acréscimo à situação de então de uma unica situação: demissão de um ministro...
Acho que o que o MS e a sua SG demonstraram neste incidente seria (se fosse utilizado um mesmo critério) mais que suficiente para que caísse... e desse modo que caísse também o governo...
Engraçado ver que nada disto acontece, e que nem sequer a oposição o refere como sendo incrível que não acontece...
O PR é o mesmo, as situações comparáveis, o critério é que obviamente (e como já está mais que comprovado em variadíssimas situações) é sempre dual... envergonho-me deste país, mas orgulho-me das pessoas que conseguem ver através desta opacidade... que sejam crescentes!...
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Caro Pedro Teles,
ResponderEliminarA maior diferença nisto tudo foi o relevo que a Comunicação Social deu a um assunto e a outro...
E para além de tudo há aquela ideia de que somos (os médicos)uns previlegiados e portanto, "que se aguentem".
ResponderEliminarE acrescento mais uma coisa - como classe, os professores estiveram muito mais unidos que nós... porque será?
Este Pedro Teles parece um funcionário do PS: nem com se o país estivesse na ruína abria os olhos!
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