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[citação do dia]

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«O Administrador apostólico da diocese do Porto comparou o aborto ao abandono de nasciturnos nas rodas dos mosteiros. Quando o Administrador fala aos fiéis nas cerimónias da diocese é, para eles, uma autoridade. Quando fala do aborto, num contexto de consulta referendária nacional, é o senhor João Miranda. A opinião do senhor João Miranda é tão respeitável como a de qualquer outro cidadão. Deve ser submetida aos mesmos critérios de apreciação e valoração. Não devia ter mais eco que a opinião do senhor Horácio Rufino, meu vizinho do 19, que acha que a roda dos mosteiros também rodava para fora.»

3 comentários:

  1. E eu diria mesmo mais: a roda dos mosteiros, geralmente rodava para fora. E muitas vezes, nem sequer rodava, como o demonstram os achados de fetos e de ossadas de recém-nascidos enterrados em pátios e em subterrâneos de conventos.

    Bem avisado andaria o Senhor Administrado Apostólico se não metesse por esses caminhos.

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  2. Gosto deste desvio das conversas tornando-as inviezadas. A Roda dos enjeitados tornou-se, ela mesma uma instituição social para vergonha das sociedades. Compará-la ao aborto é uma comparação infeliz, porque embora servindo os mesmos fins, esconder uma situação indesejada, é muito menos execrável que o aborto. primeiro porque o aborto é matar e os enjeitados viviam, depois porque o aborto se processa numa sociedade com enormes meios anticonceptivos enquanto que no tempo da roda... Mas no fim, quando o aborto fizer parte da história da humanidade, tal como a Roda já faz agora, será mais uma das vergonhas hisóricas da sociedade humana.

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  3. Tem razão. O aborto não é motivo de orgulho para ninguém e implica sempre uma decisão que não se toma de ânimo leve. Execráveis são, antes de mais, as condições em que muitas vezes é feito por quem não tem meios para aceder a clínicas no estrangeiro.

    Atrevo-me a notar que, mais do que impedir o aborto, a roda visava evitar o infanticídio, protegendo a entrega de crianças a instituições que velariam pela sua criação. É por isso que a conversa está enviezada desde o início.

    A tomada de posição sobre a IVG envolve um dilema de consciência que dispensa argumentos demagógicos, como este da associação às rodas dos expostos, que nada têm a ver com o assunto, mas que são muito eficazes.

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