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Das Colocações no Ensino Superior

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Terminou há instantes o tradicional nervoso miudinho de milhares de estudantes por esse Portugal fora. Estão publicados o resultados da 1ª Fase do Concurso de Acesso ao Ensino Superior. Este ano a análise da média do último candidato a entrar em Medicina tornou-se uma tarefa hercúlea. Isto sucede porque a Universidade Nova de Lisboa, a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra decidiram tornar mais fácil o ingresso no curso de Medicina, admitindo a possibilidade da Matemática ser específica (é uma disciplina em que os bons alunos costumam tirar notas excelentes). A Universidade da Beira Interior, além de continuar a valorizar mais as notas do Ensino Secundário (valem 65% enquanto que nas outras faculdades valem 50%) também dá aos alunos a possibilidade de optarem pela melhor classificação nas específicas de Biologia e Geologia ou Física e Química. Só a Universidade do Minho, o ICBAS e a Faculdade de Medicina de Lisboa mantiveram o critério tradicional de exigirem duas específicas fixas: Biologia e Geologia + Física e Química, critério que no próximo ano lectivo será adoptado por todos os cursos de Medicina.

Esta disparidade de critérios faz com que sucedam coisas curiosas como o caso deste aluno que não tinha média para entrar na Universidade do Minho nem no ICBAS, mas que ingressou na Universidade Nova com o número de ordem 117 (o último colocado foi o 599) e também poderia ter ficado na Faculdade de Medicina do Porto com o número de ordem de 143 (o último colocado foi o 441).

Adicionalmente, é preciso ter cuidado nas comparações com as médias do concurso anterior. A maioria das Faculdades de Medicina (4 em 7) alterou os critérios e tornou o acesso mais fácil, tendo como resultado óbvio o aumento da classificação do último colocado. É claro que a busca de um título sensacionalista fez com que o Portugal Diário e a edição online do Público se precipitassem afirmando que "Medicina volta a subir". Os jornalistas menos informados repetiram até à exaustão que a média de entrada em Medicina está mais alta. A opinião pública repetirá que «estão a pedir notas muitas altas em Medicina». Mas, na verdade, a médias das únicas faculdades comparáveis desceu. A média das classificações dos últimos colocados em 2006 nas três faculdades que mantiveram os critérios foi de 180,67 e em 2007 é de 180,43. Como tal, comparando o que é comparável, a média de entrada em Medicina baixou.

De qualquer modo, eu acho absolutamente irrelevante saber se a média deste ano subiu ou desceu em relação ao ano anterior. O que faz a média de cada curso é a procura e o grau de dificuldade dos exames no respectivo ano, dado que as classificações do ensino secundário são mais estáveis. Assim, a comparação só terá interesse entre os diversos cursos no mesmo ano, ainda que tendo em conta as nuances acima referidas.

11 comentários:

  1. Há que aumentar drasticamente o número de vagas a medicina de forma a haver melhor serviço em termos de medicina. Os portugueses têm de ter serviços de saúde com melhor qualidade. Para uma simples consulta podemos esperar meses e para uma cirurgia anos! Deve ser feita formação em termos de relações humanas já que muitas vezes os pacientes têm de "aturar" o mau humor de muitos profissionais da saúde. Ainda bem que também há excelentes profissionais...

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  2. Independentemente da proximidade teórica entre a Química e a Biologia e o curso de Medicina, acho bem mais meritório e difícil ser bom aluno a Matemática, aliás como qualquer estatística comprova. Aqui há é uma redução da amostra...

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  3. Pedro, a UBI (covilhã), não mudou os critérios. Sempre foi assim...

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  4. Esta foto está desactualizada. Agora, há os quadros electrónicos ou interactivos ou lá o que é.

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  5. Essa situação também se passa noutros cursos. Direito é um deles, apesar do nº elevado de vagas tornar isso algo irrelevante... mas também se passa em Arquitectura, precisamente com matemática. Com umas a pedirem e outras a não pedirem.

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  6. Caro anónimo,

    Na UBI antes contavam as duas específicas agora só conta a melhor das duas.

    Caro Horácio Azevedo,

    A questão é de outra índole. Um bom aluno tira com maior facilidade 20 a matemática do que a Biologia, desde logo devido a pequenas disparidades de interpretação e critérios de correcção dos docentes. De qualquer modo, exigir 2 específicas ou pertimir o melhor par de 3, favorece sempre o aumento da média destes.

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  7. Entrei em medicina na UBI!! :)

    Estou muito feliz!

    Era a minha terceira opção, depois da FMUP e da UM (aqui seria impossível entrar!). Deu-me muito jeito que a UBI não pedisse BG+FQ, caso contrário não entraria em medicina este ano devido a uma má nota no exame de BG. Contudo, discordo totalmente com o facto de matemática ser Prova de Ingresso para o curso de medicina e discordo ainda mais de na Universidade Nova se poder entrar apenas com matemática(exame que este ano foi de uma facilidade invulgar relativamente a exames de outros anos)!
    Com a nova reforma no ensino os exames passaram a ser de dois anos, física+química (em vez da Química) e Biologia+Geologia (em vez da Biologia). Tornam-se exames mais difíceis, principalmente no 11ºano, quando os alunos ainda não se encontram conscientes do que é o ensino superior, do que são exames, de como estudar para estes! No ano passado os exames realizados no 11º tiveram notas mesmo muito más (a maioria procurou melhorar no 12º) e esse facto é, para mim, aquilo que motivou esta "revolução" nas PI!
    Tive sorte em ter nascido no ano de 1989 :)
    Mas admito que houve muitas injustiças... Às vezes é preciso sorte...

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  8. Este comentário foi removido pelo autor.

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  9. Este comentário foi removido pelo autor.

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  10. Mas se atendermos ao numero de vagas e a media tambem, que basicamente definem aqui o jogo da procura, Medicina no Minho nao esta muito bem ... so as especificas podem justificar alguma coisa!

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